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JUL
29
29 JUL 2025
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA
MULHER
Prêmio Efigênia Francisca: 15 mulheres negras são homenageadas por suas lutas e protagonismos
Foto Noticia Principal Grande
Foto: Luci Sallum/PMC
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Em celebração ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, a Prefeitura de Contagem realizou, na sexta-feira (25/7), a entrega do 12º Prêmio Efigênia Francisca, na Irmandade do Rosário Os Ciriacos, na região da Ressaca. A premiação foi entregue a 15 personalidades negras femininas que se destacaram na cidade de Contagem e no Estado de Minas Gerais pelos serviços prestados na promoção da igualdade racial e no enfrentamento ao racismo em suas áreas de atuação, valorizando o protagonismo de mulheres que, com suas trajetórias, contribuem para uma sociedade mais justa e inclusiva. CLIQUE AQUI e acesse a galeria de fotos!

Realizado pela Prefeitura de Contagem, sob coordenação da Superintendência de Políticas para a Promoção da Igualdade Racial, da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania, a iniciativa ocorre desde 2014. Durante a cerimônia, as premiadas realizaram discursos reforçando a importância da representatividade e da valorização da cultura afro-brasileira. Além disso, uma apresentação de mística e a reza da Irmandade do Rosário Os Ciriacos aconteceu na sequência. 

Foram premiadas as seguintes categorias: resistência quilombola; defesa de direitos e combate à violência contra a mulher; atuação na cultura; atuação na área da educação; atuação nos Congados; liderança de associação comunitária e ONG; trajetória como liderança das religiões de matriz africana; atuação em movimentos e grupos de Juventudes; atuação com pessoa idosa; atuação na defesa dos direitos da Pessoa com Deficiência; atuação na cultura Hip Hop; e empreendedorismo negro.

De acordo com o secretário de Direitos Humanos e Cidadania, Marcelo Lino, o prêmio carrega um importante significado, pois reconhece e valoriza a trajetória de mulheres negras, reforçando a compreensão de uma sociedade que acolhe suas diversas possibilidades de ser, viver e existir.

“Estamos aqui hoje para reverenciar mulheres vindas das mais diversas regiões do município,
que representam a luta pela construção de uma sociedade mais justa, mais humana,
comprometida com a consolidação dos direitos humanos, dos direitos civis e com a promoção
de uma cultura antirracista e antisexista. Por isso, Contagem segue empenhada com a promoção da igualdade,
do respeito e da valorização do seu povo”.


Marcelo Lino, secretário de Direitos Humanos e Cidadania

A secretária das Mulheres e Juventudes, Camilla Marques, parabenizou todas as mulheres presentes por suas histórias de luta, que, segundo ela, precisam ser reconhecidas e celebradas. “Valorizar o nome de Efigênia Francisca com essa premiação é valorizar também a trajetória e a vida de cada uma de vocês, mulheres que estão recebendo hoje essa premiação. Hoje é um dia muito importante para nós, enquanto população brasileira, em que também celebramos Teresa de Benguela, uma liderança histórica que simboliza força e resistência. Assim como ela, Efigênia Francisca e cada uma de vocês representam histórias que nos inspiram a seguir construindo uma cidade antirracista”.

Para o superintendente de Políticas para a Promoção da Igualdade Racial, João Pio, o evento gera visibilidade e fortalece a luta e o trabalho das mulheres que atuam nos espaços da cidade, onde constroem histórias, promovem a vida, garantem direitos e mantêm vivas suas tradições e culturas. “O objetivo é dar protagonismo a essas mulheres, que muitas vezes são invisibilizadas pela sociedade. É fundamental reconhecer o papel histórico que as mulheres sempre desempenharam, com força e liderança, e é justamente o que torna esse momento tão importante. Com isso, reforçamos a continuidade das políticas públicas e do enfrentamento ao racismo e a violência”, disse o superintendente.

Mulheres que inspiram

Reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia da Mulher Negra homenageia, no Brasil, a memória de Teresa de Benguela, uma líder quilombola que lutou contra a escravidão e se tornou símbolo da resistência negra e da promoção da igualdade racial. Em Contagem, a premiação carrega o nome de Efigênia Francisca Martins, uma liderança de grande importância para o legado da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e da comunidade Ciriacos.

Premiada na categoria de liderança das religiões de matriz africana, Mãe Sônia de Oxóssi, é matriarca da comunidade Nkisse Netos De Bate Folhinha, na qual é pertencente há quase 40 anos.


Foto: Luci Sallum/PMC

“Fiquei muito feliz e grata pela indicação, que é extremamente importante para nós, mulheres negras,
e negritude de modo geral. Embora ainda existam muitas dificuldades, hoje temos mais liberdade
para manifestar nossa fé. Meu pai já foi preso várias vezes apenas por tocar um atabaque.
Fomos muito submetidos, tínhamos até vergonha de ser negros. Hoje temos liberdade e orgulho de quem somos.
Precisamos valorizar nossos ancestrais, que trouxeram as religiões e os conhecimentos valiosos em meio à dor e sofrimento.
Esse reconhecimento e a união do prêmio são maravilhosos”.


Mãe Sônia de Oxóssi, premiada na categoria de liderança das religiões de matriz africana

Para a gestora de patrimônio histórico e cultural e elaboradora de projetos culturais, Érica Corrêa, premiada no segmento de atuação cultural, seu trabalho consiste em promover e valorizar os saberes locais, tradicionais e ancestrais. “Ser homenageada é algo profundamente representativo. Senti verdadeiramente vista, porque muitas vezes realizamos nosso trabalho sem saber o alcance que ele pode ter. Esta premiação foi marcante para minha carreira. Como mulher negra, me sinto privilegiada e valorizada, ainda que, infelizmente, enfrentamos obstáculos em relação à visibilidade. O reconhecimento mostra que outras mulheres negras vieram antes, abriram caminhos, e agora posso ser também inspiração para meninas que ainda duvidam do seu lugar no mundo. É essencial mostrar que o protagonismo também é nosso. Receber essa homenagem é muito relevante e simbólico”, afirmou.

Já a designer de moda, figurinista, produtora cultural e instrutora de corte e costura, Marcela de Souza, que foi premiada na categoria de atuação na cultura Hip Hop, trabalha na área há 10 anos.
 


Foto: Luci Sallum/PMC

“Estou lisonjeada com a indicação, porque é a confirmação da minha trajetória,
significa que estou no caminho certo e não devo parar. Atendo o sistema prisional de Minas Gerais
com aulas de corte e costura, pelo Senai e com projetos culturais paralelos. Ministro cursos profissionalizantes
para o sistema comum e a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apacs),
ambos voltados à qualificação e à reintegração social. É emocionante ver o comprometimento e a evolução diária dos alunos.
A costura é um processo de construção que transforma vidas. Esse prêmio representa que nós, mulheres negras,
existimos, produzimos e fazemos nosso trabalho com excelência”.


Marcela de Souza, designer de moda, figurinista, produtora cultural e instrutora de corte e costura

A diretora da Escola Municipal Jenny de Andrade Faria, Marta Siqueira, foi premiada no segmento da educação. Ela trabalha na rede desde 2009. “Fiquei grata com a indicação, pois só de ter sido lembrada é muito importante. Desde que iniciei na educação, desenvolvo um trabalho voltado para a questão étnico-racial. Logo no início, percebi, por meio de uma pesquisa, que o preconceito era mais forte entre as crianças. A partir disso, comecei a estudar as causas e entendi que esse comportamento muitas vezes vem da família e se manifesta também na escola. Atualmente, desenvolvemos o projeto “Cinco Tons de Pele”, no qual trabalhamos a valorização da identidade étnica. O fato de eu ser uma mulher negra e moradora da região, cria um vínculo com os estudantes, eles se sentem mais representados e protegidos. Este prêmio reconhece a potencialidade da mulher negra e de todos os espaços que ela ocupa”, finalizou.

Autor: repórter Sheila Lemes / Edição: João Cavalcanti
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