A Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (unidade Contagem), em parceria com a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC), realizou, nessa terça-feira (3/9) uma roda de conversa com estudantes do curso de Medicina. A iniciativa, realizada na própria PUC Contagem, buscou mostrar que o cuidado integral em saúde depende não apenas do conhecimento técnico-científico, mas também da compreensão das desigualdades sociais, das vulnerabilidades específicas de cada grupo e do papel das instituições na garantia de dignidade e cidadania.
Ao aproximar os estudantes dos diferentes temas relacionados aos direitos humanos, o evento promoveu uma reflexão sobre como a prática médica pode e deve dialogar com temas como envelhecimento, infância, deficiência, igualdade racial, diversidade sexual, proteção ao consumidor e inclusão social.
O debate contou com a presença do secretário municipal de Direitos Humanos, Marcelo Lino, e da subsecretária de Direitos Humanos, Saramireis Patrícia Ferreira Castro, além de superintendentes responsáveis por diferentes áreas da pasta. A programação, organizada pelas professoras Juliana Reis e Natália Horta, combinou exposições técnicas e momentos de diálogo, favorecendo a construção de vínculos entre a formação acadêmica e as práticas institucionais em defesa da cidadania.
Para o secretário Direitos Humanos e Cidadania, Marcelo Lino, a iniciativa representou um marco importante na integração entre universidade e poder público:
“Trazer as temáticas dos direitos humanos para dentro da formação médica
é um passo essencial para que esses futuros profissionais atuem de forma mais humana,
inclusiva e sensível às diversidades da nossa sociedade”.
Marcelo Lino, secretário de Direitos HUmanos e Cidadania
No primeiro bloco, as apresentações foram conduzidas pela superintendente de Políticas Públicas para as Pessoas Idosas, Ivone Castro, que destacou dados sobre o envelhecimento populacional no Brasil e em Contagem, além do Programa “Contagem na Maturidade”. Já a superintendente de Políticas Públicas para as Pessoas com Deficiência, Ludimila de Rezende, apresentou o serviço “Sem Limite”, a “Central de Libras” e outras ações voltadas à inclusão na cidade. Completando esta parte do debate, a superintendente de Políticas Públicas para a Infância e Adolescência, Carolina Ribas, ressaltou as políticas de proteção à criança e ao adolescente, com destaque para o Programa “Brincar é Direito”, a atuação dos Conselhos Tutelares e o apoio matricial (relação de suporte, troca e construção conjunta entre equipes especializadas e equipes de referência) para gestantes e puérperas em situação de vulnerabilidade.
Após um momento de debate com os estudantes, a roda de conversa prosseguiu com a superintendente de Defesa dos Direitos Humanos e Diversidade Sexual, Karol Maia, que enfatizou a relevância da Casa dos Direitos Humanos, Núcleo LGBT de Contagem e o Ambulatório Trans. Na sequência, a superintendente do Procon, Silvania Santos, apresentou uma reflexão relevante ao discutir os impactos do superendividamento na saúde mental dos consumidores, destacando como as dificuldades financeiras podem gerar sofrimento psicológico e comprometer a qualidade de vida e a saúde física.
Encerrando a rodada, o superintendente de Políticas para Promoção da Igualdade Racial, João Pio, trouxe uma reflexão profunda sobre a relação entre igualdade racial, saúde e oportunidades, ressaltando que “o racismo estrutural impacta diretamente o acesso aos serviços e a qualidade de vida da população negra”. Ele também apresentou as principais políticas públicas implementadas pelo município na área, destacando ações voltadas à promoção da igualdade racial.