Com o grande volume de chuvas que ocorrem no início do ano, é preciso ficar atentos e seguir procedimentos para evitar riscos ocasionados por alagamentos e enchentes, principalmente. Diante disso, a Prefeitura de Contagem tem feito alertas à população, principalmente em relação às desinfecções dos locais atingidos pelas chuvas dos primeiros dias do ano, a fim de que os moradores possam evitar doenças como a leptospirose (provocada pela urina do rato) e outras, como tétano, hepatites A e E e, ainda, as chamadas "diarreicas", provocadas por bactérias.
Em Contagem, a Defesa Civil tem percorrido imóveis nas regiões atingidas dando orientações aos moradores e doando hipoclorito concentrado, ítem usado na desinfecção e limpeza correta de toda a casa, incluindo móveis e utensílios. Uma quantidade de cinco litros é capaz de render até 105 litros da solução para a higienização.
A casa da salgadeira Gleide Maria Sousa Viana, 46, foi uma das seis atingidas, na rua Castelo Nuevo, no Novo Progresso, região Ressaca, durante a forte chuva da virada de ano. Segundo ela, receber o apoio da Prefeitura é importante, pois toda ajuda é bem-vinda. “A gente precisa de orientação, porque quando a água invadiu perdemos pertences, ficando com água até a 1,5 metro de altura, batendo no peito. Foi tudo muito rápido. Estamos aqui fazendo a limpeza e observando o que é possível aproveitar", relatou.
De acordo com o engenheiro da Defesa Civil, Paulo Porto, as pessoas envolvidas na limpeza e na desinfecção dos locais devem usar calçado fechado e luvas para evitar o contato direto com a água suja e a lama. "Em um balde com 20 Litros de água limpa, deve ser adicionado um litro de hipoclorito, com concentração de 1%, resultando em uma solução de 0,05%, capaz de fazer a desinfecção”, explicou ele.
Além da Defesa Civil, também estão presentes nestas visitas pós-chuvas técnicos da Secretaria de Saúde que, juntamente com agentes de Combate a Endemias, entregam panfletos com informações importantes para a prevenção das doenças. A coordenadora do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) Contagem, Juliana Froeseler, informou que nesta época de chuva pode ocorrer a contaminação das pessoas ao ter contato com água suja e lama.
“Uma das principais ocorrências epidemiológicas, logo após as inundações, é o aparecimento de surtos de leptospirose, por exemplo. Por isso as pessoas devem evitar o contato prolongado em locais que possam estar contaminados. A pessoa deve ficar atenta ao aparecimento de sintomas, no caso específico da leptospirose, como febre alta, dor de cabeça, dores musculares, pois ela pode evoluir para formas graves como insuficiência renal e hemorragia. Nesses casos pode ser fatal e, por isso, é pedido que busquem atendimento na Unidade Básica de Saúde (UBS) ou UPA mais próxima de casa“.
Juliana lembrou, também, sobre o período de incubação de doenças e que as pessoas devem manter-se atentas, inclusive para não confundi-las com as arboviroses, tão comuns nesta época do ano, como dengue, chikungunya e zika. “Têm que ficar atentos quanto ao tempo, depois do alagamento, que ela teve contato com essa água, para procurar um posto de saúde. O período de incubação da leptospirose vai até próximo de 30 dias e essas doenças bacterianas são tratáveis”, disse.
Em caso de enchente siga as recomendações abaixo:
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