Por acreditar na força da Economia Solidária, a Prefeitura de Contagem lançou nessa terça-feira (6/6), o Projeto “Incubadoras de grupo de produção cooperada” com a presença do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. Recepcionado pela prefeita Marília Campos, Marinho visitou o Centro Público de Economia Popular e Solidária de Contagem, no bairro Água Branca.
“Contagem tem uma bela experiência a ser repassada não só para as cidades mineiras como também para todo território nacional”, elogiou o ministro, quando conversou com empreendedores de diversos tipos de produtos que vão do artesanato à culinária, passando pela produção de alimentos, entre outros que estavam em exposição no local. Em 2006, quando também era ministro no Governo Lula, ele conheceu o local.
A prefeita Marília Campos explicou ao ministro como, hoje, 15 anos após ser inaugurado, o Centro Público de Economia Popular funciona. “Aqui é um espaço onde desenvolvemos a política de segurança alimentar, trabalhando no combate ao desperdício de alimentos e ao enfrentamento à fome. Aqui ensinamos às pessoas a trabalharem, a empreenderem e também estimulamos a comercialização dos produtos. Por isso, estamos lançando essa incubadora, com objetivo de aglutinar pessoas nessa cultura do empreendedorismo não só para se qualificar, mas também para comercializar seus produtos. É uma experiência importante de geração de emprego e renda”, comentou ela sobre o novo passo da Economia Solidária em Contagem.
Marília Campos ainda pontuou o bom desempenho da cidade na criação de vagas de trabalho com carteira assinada. “Lembrando, ministro, que Contagem merece destaque na política nacional de empregos, sendo a segunda cidade do Estado na geração de empregos, no primeiro quadrimestre deste ano, com quase 4.000 novas vagas. Mas, ainda assim, queremos estimular a geração de emprego e renda para que as pessoas adquiram autonomia e dignidade”.
Em resposta à prefeita, Marinho disse que estava de volta a Contagem com muito entusiasmo, no atual processo de reconstrução do Brasil. “Contagem é um pontinho importante nesse processo. No último quadrimestre foram 705 mil vagas de trabalho criadas pelo Brasil e Contagem está lá com sua contribuição. Hoje, ao visitar este Centro Público da Economia Solidária, só aumenta o nosso entusiasmo com nossa Secretaria Nacional da Economia Solidária e Popular, para estimular que ações como essas aqui se espalhem pelo país”, afirmou o ministro, destacando a iniciativa municipal e a importância da cidade no cenário regional e nacional.
Diante do reconhecimento do empenho da atual gestão em promover políticas que valorizem a criação de emprego e renda por meio da Economia Solidária, a prefeita Marília Campos pediu ao ministro apoio para ampliar a iniciativa ainda mais no município. “Precisamos ampliar o nosso trabalho e para isso a gente precisa da ajuda do governo federal. Então, o nosso pedido é: como o governo Lula vai ajudar a ampliar a Economia Solidária?”.
O ministro garantiu que a cidade terá todo o apoio necessário para continuar a realizar esse instrumento de inclusão social com geração de emprego e renda. “Em breve, a cidade vai receber o secretário Nacional de Economia Popular e Solidária, Gilberto Carvalho”, informou Marinho, sinalizando o pleno apoio do governo federal ao município.
Incubadoras de Produção Cooperada
O Projeto “Incubadoras de Grupos de Produção Cooperada”, lançado nessa terça-feira, vai reunir ex-alunos dos cursos de qualificação e os empreendimentos da Ecosol para produzirem coletivamente e venderem para a Prefeitura, Câmara de Vereadores e outros parceiros do Poder Público. Para oportunizar isto, a Prefeitura aprovou, em 2022, a Lei 318 de Compras Públicas.
Neste primeiro momento, serão três incubadoras dos segmentos: confecção, buffet e lanches, e brindes e presentes personalizados. Uma futura ampliação será feita englobando os grupos de agroecologia, material de limpeza e outros.
Da Prefeitura as incubadoras receberam formação, assessoria técnica, jurídica e administrativa, com apoio de alunos de projetos de extensão de universidades de Contagem, parceiras da Ecosol. A Prefeitura ainda vai disponibilizar as salas, máquinas e apoio da equipe do Centro Público para produzirem, isso, quando os espaços e equipamentos não estiverem sendo utilizados pelos alunos da qualificação.
Atualmente, a cidade conta com 250 empreendimentos da Economia Solidária, com 800 famílias, que participam de mais de 25 feiras mensais. A Prefeitura de Contagem também custeia de modo integral os pontos fixos das feiras, com o pagamento das despesas relacionadas às barracas, energia elétrica, banheiros e atrações artísticas.
Reconstrução do Centro Ecosol
Assim como o governo federal tem trabalhado para reconstruir o Brasil, a atual gestão também tem feito um trabalho semelhante em Contagem. Após ter as atividades de qualificação interrompidas nos últimos anos, chegando a ficar fechado por um período, o Centro Público de Economia Popular e Solidária foi reaberto pela atual gestão. Foram investidos recursos do tesouro municipal para reestruturar as salas de aula, onde são ensinados cursos de corte e costura, confeitaria, confecção de artesanatos diversos, mosaico, crochê, bordado.
Além das salas de aula, o espaço conta com uma cozinha pedagógica onde os interessados têm a chance de aprender culinária japonesa e italiana. E esse processo de reconstrução já mostra seus frutos: em 2022, foram formadas mais de 400 pessoas. Neste ano, com 13 cursos implantados, a expectativa é formar mais de 600 pessoas.
Nesta reconstrução promovida pela Prefeitura de Contagem na Economia Solidária, é que vão surgindo histórias de quanto políticas socioeconômicas como essa são importantes para as famílias, em especial para aquelas chefiadas em sua maioria por mulheres.
Da região do Petrolândia, vem o coletivo de Mulheres Unidade Produtiva Sapucaias. Lá, elas produzem frutas, legumes, verduras, hortaliças e plantas medicinais, em 41 canteiros coletivos e 19 individuais. Pensando no futuro, o coletivo está plantando árvores de grande porte como abacateiros, mangueiras e bananeiras. “No coletivo somos 19 famílias, chefiadas por 19 mulheres. Na Economia Solidária estamos há quatro meses e percebemos um interesse do município em promover e motivar as mulheres. Essa iniciativa, é um apoio importante, pois tem sido fonte de alimento e de renda para nossas famílias. Muitas vezes sendo a principal fonte de renda”, comentou uma das agricultoras do coletivo, Rejane Rocha.
Clique e confira a galeria de fotos. Fotógrafa: Luci Sallum/PMC