Criar marionetes, manipulada por fios, a partir de temas relacionados ao feminino, ao corpo da mulher na sociedade, às transformações que ele sofre durante o tempo foi a inspiração que levou a artista Nani Oliveira propor o projeto, contemplado pelo Fundo Municipal de Incentivo à Cultura (FMIC), em 2021. A realização do processo poderá ser vista de perto, no sábado (18/3), às 14h30, no Parque Fernão Dias, e, domingo (19/3), às 10h30, no parque Gentil Diniz.
“Parto do pensamento da autora Simone de Beavouir, de que ‘não se nasce mulher, torna-se’. Assim, busco como referências imagens e ideias provocadas por obras e artistas que tratam do feminino e do corpo da mulher na sociedade, como Louise de Bourgeois, Ana Mendieta, Francesca Woodman, Bell Hooks, Angela Davis, Maria Auxiliadora e Lygia Clark”, descreveu a artista Nani Oliveira.
Ela explicou que o projeto é sobre a criação de uma marionete de fios que, a partir de uma memória coletiva e ancestral acontece a apresentação de uma dança inspirada em butô (origem no teatro japonês), utilizando uma máscara ao som de uma trilha criada, ao vivo, pelo músico Vinícius Pelizari. “Trata-se de um trabalho em processo, em que a cada apresentação, essa pequena história dançada vai ganhando novos contornos, camadas, quer dizer, outros fios de vida”, contou.
“É uma performance de estrutura simples, que se adapta a qualquer espaço. A escolha do parque, em princípio, teve a ver com as camadas que a marionete vai adquirindo à medida em que vai ‘ganhando vida’. Para mim, a ancestralidade está diretamente ligada à natureza, ao retomar o contato com a terra, que é uma maneira de nos reconectar com nossas origens. Simbolicamente, a marionete busca fazer esse movimento, ao estrear num espaço verde da cidade”, finalizou.
Serviço
“Fios de Vida – A construção de uma marionete”
- Parque Fernão Dias - 18/3 (sábado) - 14h30
- Parque Gentil Diniz - 19/3 (domingo) - 10h30
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