A empresa Sempel Painéis Elétricos, com, aproximadamente, 80% de funcionários homens, promoveu na manhã desta segunda-feira (8/11), uma palestra sobre violência doméstica, como parte integrante das atividades da Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho - Sipat da empresa. O encontro, que contou com parceria da Prefeitura de Contagem, por meio da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania e da Superintendência de Políticas Públicas para Mulheres, teve o objetivo de trabalhar o tema na perspectiva de mostrar as formas como o machismo dialoga com o mundo e reverbera na violência doméstica.
De acordo com a superintendente de Políticas Públicas para Mulheres, Neimara Lopes, debater a questão da violência doméstica dentro da empresa marca uma nova forma de entendimento desse fenômeno e comprometimento social com o seu enfrentamento. “Apresentamos a rede de proteção para mulheres, as políticas públicas esse público e destacamos a importância da pauta para gestão municipal. Ações como esta são importantes para compreender a desconstrução da naturalização da violência de gênero como papel de todos, inclusive, seus impactos na economia”, completou.
A técnica de Segurança do Trabalho da Sempel, Maria Tereza Carvalho Dinelli, explicou que a Sipat tem como finalidade a conscientização da preservação e cuidado com a saúde e vida dos funcionários. “A palestra foi elucidante e enriquecedora. Aprendemos sobre a fonte da violência e como buscar formas para evitar e combater esse mal que assola mulheres. Todos estão sujeitos a passar por isso caso não haja maior conscientização, então, dessa forma, enxergo uma grande importância neste tipo de palestra para a sociedade”, afirmou.
Para a supervisora de Recursos Humanos da Sempel, Luciane Santos, a palestra foi muito construtiva e agregou bastante conhecimento para todos. “Muitos acreditam que a violência em si é somente física, mas não é. Há outros tipos, como a psicológica. A violência não é um problema particular e sim uma realidade que muitas pessoas enfrentam, até mesmo dentro da nossa própria casa. Por isso, é importante a conscientização da denúncia, de pedir ajuda. Muitas vezes não enxergamos o mal que estamos fazendo ao outro, principalmente, na questão da violência psíquica, pois em certos casos tratamos a pessoa de uma forma que achamos que é algo natural, mas estamos violentando-a”, ressaltou.
Daniel Barros, almoxarife da empresa, afirmou que a palestra foi bastante informativa. “Um dos assuntos abordados que me chamou atenção foi a forma de repreensão dos familiares em relação ao sentimento voltado para os homens. Essa repreensão é sempre com o argumento que temos que ser fortes o tempo todo e sem reclamar. Com a palestra vi que não podemos pensar dessa forma, e achei muito bacana, pois é um tipo de quebra de tabu. Quando falam que homens não têm que ter e demonstrar sentimentos, acabam por nos levar a eclodir e extravasar de maneira errônea esses sentimentos”, disse.