Ir para o conteúdo

Prefeitura Municipal de Contagem e os cookies: nosso site usa cookies para melhorar a sua experiência de navegação. Ao continuar você concorda com a nossa Política de Cookies e Privacidade.
ACEITAR
PERSONALIZAR
Política de Cookies e Privacidade
Personalize as suas preferências de cookies.

Clique aqui e consulte nossas políticas.
Cookies necessários
Cookies de estatísticas
SALVAR
Prefeitura Municipal de Contagem
Acompanhe-nos:
Rede Social Facebook
Rede Social Instagram
Rede Social Flickr
Notícias
AGO
23
23 AGO 2025
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA
MULHER
MULHER E DA JUVENTUDE
Acolhimento coletivo: Contagem une forças e reforça a luta contra a violência doméstica
receba notícias

Como parte das atividades da campanha de enfrentamento à violência contra mulher, Agosto Lilás, a ação cívico-social “Aciso Lilás” foi realizada neste sábado (23/8), no Espaço Popular do Eldorado. Promovido pela Prefeitura de Contagem em parceria com a Polícia Militar de Minas Gerais, o evento é considerado um passo significativo na união de esforços em prol da proteção e valorização da mulher.

Com o slogan “Um abraço coletivo de acolhimento e cuidado”, a iniciativa ofereceu atendimentos gratuitos de saúde, orientação jurídica e ao consumidor, além de atividades educativas, com foco na prevenção e no combate à violência doméstica.

  
Diversas instituições integrantes da Rede de Proteção às Mulheres participaram da atividade informando e esclarecendo dúvidas - Fotos: Ricardo Lima/PMC

Para a secretária de Mulher e Juventude, Camila Marques, a ação é um marco importante dentro da programação do Agosto Lilás no município. “Esse evento foi construído em parceria com a Polícia Militar, com o objetivo de integrar os diversos atores e secretarias que compõem a nossa Rede de Proteção às Mulheres e fortalecer a temática. A proposta é, justamente, unir forças para oferecer serviços e atendimentos que contribuam com a superação da violência vivida por tantas mulheres”.

Camila ressaltou que levar a pauta para os espaços públicos, proporciona visibilidade a uma causa que muitas vezes permanece escondida e silenciada. “Sabemos que muitas mulheres que sofrem ou já sofreram algum tipo de violência se fecham em sua dor. Por isso, quando realizamos um evento como este, na rua, mostramos a importância dessa pauta, que precisa ser discutida, acolhida e enfrentada por todos”, completou a secretária.

O comandante da 2ª Região de Polícia Militar, coronel Erlando Ferreira da Silva, falou sobre a responsabilidade da sociedade e do Estado no enfrentamento à violência contra a mulher e no fortalecimento de ações integradas. Segundo ele, trata-se de um problema que atinge toda a sociedade, em diferentes campos, por isso, exige uma atuação constante e integrada. 

“Quando chegamos a uma residência onde há denúncia de violência doméstica, muitas vezes, nos deparamos com situações que estavam ocultas há muito tempo. E, sozinhos, como instituição, não conseguimos dar uma resposta completa. Em muitos casos, é necessário acionar outros órgãos para garantir que aquela mulher receba, desde o primeiro momento, um atendimento qualificado e humanizado. E essa resposta só é possível graças à parceria com as demais instituições”, ressaltou.

O comandante reforçou, ainda, a importância do “Aciso Lilás” compor o calendário oficial de Contagem, “para que, nos próximos anos, o evento seja realizado novamente, mantendo os atuais parceiros, mas também apresentando outros, ampliando a nossa prestação de serviço à comunidade”.

Iniciativa

O mês de agosto representa um marco histórico na proteção dos direitos das mulheres, em alusão à data comemorativa da Lei Maria da Penha, que convida à reflexão sobre a importância das políticas públicas voltadas para a luta contra a violência doméstica e ao combate ao feminicídio. Nesse sentido, a comandante da 2ª Companhia Independente de Prevenção à Violência Doméstica, major Bruna, idealizou o evento “Aciso Lilás”.

“Precisamos ter um olhar diferenciado para os crimes contra a mulher, que, na maioria das vezes, ocorre dentro dos lares, não sendo noticiado ou denunciado, o que aumenta a vulnerabilidade das mulheres em contexto de violência doméstica — uma realidade que transita entre momentos de calmaria, tensão e agressão. Muitas mulheres não têm força para lutar, seja por medo, baixa autoestima, pela tentativa de preservar e proteger os filhos e a família, ou ainda pela dependência emocional e financeira”, disse.

Ela explicou ainda que a política nacional de enfrentamento à violência doméstica possui como eixos estruturantes: a prevenção, o combate, a garantia de direitos e a assistência social. “Somente a convocação de vontades, a mobilização social, o esforço conjunto dos órgãos da rede de enfrentamento e o acolhimento são capazes de resgatar os pilares que sustentam a vida da mulher vítima de violência doméstica, sem julgamentos e com políticas públicas perenes e sustentáveis”.

Para a major, o Aciso Lilás demonstra que Contagem está no caminho certo, contando com órgãos, sociedade civil e servidores unidos na rede de proteção e enfrentamento. “É preciso encorajar, denunciar, buscar medidas protetivas de urgência, combater, acolher e resgatar. Precisamos lutar contra a cifra oculta, contra o silêncio, contra o sofrimento que adoece não só a mulher, mas toda a família, pois essa responsabilidade é de todos nós. É preciso resgatar não só a dignidade, mas também o sorriso dessa mulher”.

Superação

Representando a luta pela vida, a ação resgatou a história de Jennifer de Oliveira, uma mulher jovem que traz em sua bagagem uma cicatriz causada pela violência doméstica. Em fevereiro deste ano, ao ser ameaçada de morte por seu companheiro, dentro de sua própria casa, ela precisou tomar uma decisão: saltar da janela do segundo andar para tentar sobreviver.

Após longo período acamada, ela participa do evento como símbolo de resistência. “Durante nove anos de casada, eu vivi violência doméstica. O dia 12 de fevereiro foi o extremo, foi o dia que ele decidiu me matar. Então, diante de uma faca e de uma sensação de não ter saída, eu optei por pular, porque eu tinha duas chances de morrer e uma de viver”.

Moradora de Contagem, ela conta que recebeu apoio de diferentes instituições. “Os órgãos públicos me apoiaram. Existe todo um protocolo e ele te traz todo o suporte para você retomar as suas atividades laborais, a sua atividade psicológica, a sua segurança e principalmente a sua paz. Hoje, eu tenho uma nova vida. Tem muita coisa para vencer no dia a dia, mas eu superei a morte”.

Sobre o evento, Jennifer afirmou que ações como essas são fundamentais. “Espero que essa iniciativa se propague. Infelizmente, todos os dias, nós, mulheres, morremos — e muitas de nós não têm a oportunidade de buscar ajuda, talvez por não conhecerem os recursos disponíveis. Por isso, é importante que todas saibam: existe, sim, uma rede de apoio. E é fundamental que as mulheres apoiem outras mulheres, porque muitas vezes não temos consciência da força que temos. Unidas, somos mais fortes!”.

Clique aqui e acesse a galeria de fotos.

Autor: repórter Naty Rosa / Edição e revisão: Ana Paula Figueiredo
Seta
Versão do Sistema: 3.4.4 - 23/07/2025
Copyright Instar - 2006-2025. Todos os direitos reservados - Instar Tecnologia Instar Tecnologia