Com o objetivo de oferecer mais qualidade assistencial à população, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Contagem conta com o Suporte Intermediário de Vida (SIV), um modelo de atendimento pré-hospitalar (APH), voltado a situações de emergência e urgência, especialmente quando as ambulâncias de Suporte Avançado de Vida (SAV) não estão disponíveis.
A ambulância SIV é tripulada por um enfermeiro, um técnico de enfermagem e um condutor socorrista, sendo acionada apenas em ocorrências classificadas como amarelas e vermelhas, ou seja, de urgência e emergência, desde que não haja uma Unidade de Suporte Avançado (USA) disponível ou que o SIV esteja mais próximo da ocorrência.
Embora não substitua o suporte avançado, o SIV oferece maior qualidade assistencial do que uma unidade de suporte básico.
“Pioneiro em Minas Gerais, o SIV amplia o escopo de atuação da enfermagem,
promovendo maior autonomia a enfermeiros e técnicos no atendimento de emergências.
Isso inclui a realização de procedimentos e administração de medicamentos sob orientação médica”.
Flávia Freitas, enfermeira do Samu, que participou da implantação do SIV no município,
Essa ressaltou, ainda, que o Conselho Federal e Regional de Enfermagem (Cofen e Coren), assim como o Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG), apoiaram o projeto, considerando-o inovador, seguro e oportuno: “Fomos modelo para a criação do SIV em vários consórcios macrorregionais de saúde, e até mesmo para o Ministério da Saúde”, relata a enfermeira do Samu, que participou da implantação do SIV no município”.
O SIV possibilita um atendimento mais resolutivo ao paciente. O enfermeiro pode realizar procedimentos avançados de enfermagem, como a introdução de máscara laríngea para ventilação em pacientes inconscientes, punção da veia jugular externa em casos de difícil acesso venoso, conexão do paciente à ventilação mecânica com programação de parâmetros, além do reconhecimento e desfibrilação de pacientes em parada cardíaca que necessitam de choque, entre outros.
“Hoje temos a satisfação de afirmar que nossos reguladores estão devidamente treinados e reconhecem a capacidade e a importância dessa unidade. A experiência foi tão bem-sucedida que a Secretaria Municipal de Saúde adotou o modelo com financiamento 100% municipal, garantindo mais segurança assistencial aos usuários do serviço, que permanece ativo até os dias de hoje”, concluiu a Flávia.
Projeto piloto e implantação
Criado em março de 2022, o projeto piloto do SIV teve duração de 25 dias. Nesse período, o grupo gestor, formado por enfermeiros, médicos e o diretor clínico, permaneceu na Central de Regulação para auxiliar os médicos reguladores na elaboração e execução do projeto.
A enfermeira Edilaimy Barros relembrou o início da implantação, por meio da Resolução 688 do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). “A partir daí foi normatizada a atuação da enfermagem no Suporte Básico de Vida, definindo os procedimentos e protocolos que a equipe de enfermagem deve seguir ao prestar assistência em situações de urgência e emergência”, contou.
O regulamento amplia, ainda, o escopo de atuação da enfermagem, estimula maior autonomia aos enfermeiros e técnicos de enfermagem no atendimento de emergência e permite que realizem procedimentos e administrem medicamentos sob orientação médica. “Essas normas qualificaram significativamente o modelo atual de atendimento pré-hospitalar que temos hoje no Brasil, promovendo melhorias do prognóstico de pacientes graves evitando desfechos adversos”, completou Edilaimy.
“Quando fui convidada para participar do projeto, fomos estruturando a unidade conforme as atribuições do enfermeiro no atendimento pré-hospitalar de intervenções avançadas. Tudo na SIV foi planejado com a consciência de que, ao chegar à ocorrência, precisamos ter tudo à mão, porque tempo é vida. Quanto mais rápido eu puder atender um paciente, maiores são as chances de salvar uma vida. E, graças a Deus, pudemos fazer isso”, concluiu a enfermeira.