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MAR
13
13 MAR 2024
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
DESENVOLVIMENTO SOCIAL
MULHER
REGIONAL ELDORADO
TRABALHO E DESENV. ECONÔMICO
TRABALHO E RENDA
TRANSFORMAR CONTAGEM
Prefeitura de Contagem promove a troca de experiências durante o “Elas: Conexões Empreendedoras” 
Foto Noticia Principal Grande
Foto: Luci Sallum/PMC
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Na terça-feira (11/3), a Prefeitura de Contagem promoveu o encontro “Elas: Conexões Empreendedoras”, que aconteceu na PUC Contagem e teve como foco a criação de condições de florescimento e germinação do empreendedorismo feminino no município. O evento, que fez parte das ações em comemoração ao mês da mulher, proporcionou trocas de experiências e, também de contato (networking), entre as pessoas.  

O evento marcou uma série de histórias vencedoras, caso de Ananda Costa, empreendedora de muita garra e coragem. Moradora do bairro Colonial, ela atua no ramo de manutenção residencial exclusivamente para o público feminino. “As mulheres têm muito receio de receber profissionais em sua casa. Temem todo tipo de assédio, mas também a desonestidade na prestação do serviço. Seja na cobrança de um valor abusivo ou porque nem sempre o problema é resolvido. Eu já me senti insegura ao receber profissionais dentro da minha casa, sozinha”, contou. 

Ela, uma das palestrantes do evento, falou como reconheceu uma demanda de mercado, juntamente com a oportunidade de ajudar outras mulheres, para montar o “Patroa Soluções”. Mas seu negócio começou por uma espécie de “conspiração astral”. Estudante de Administração de Empresas, Ananda atuava na área administrativa de uma empresa e estava frustrada porque não era valorizada, recebendo sempre muito menos do que oferecia. “Meu marido é eletricista. Meio que brincando ele me convidou para trabalhar com ele. O que ele não contava é que aceitaria esse convite. Foi quando começamos a trabalhar juntos”.  

Pesquisando, Ananda descobriu que no Rio de Janeiro e em São Paulo havia muitas mulheres nesse seguimento de manutenção residencial. Em Contagem, porém, ela não encontrou nenhuma profissional. “Confirmei que era o momento para eu começar. Isso me faria crescer profissionalmente e abriria portas para outras mulheres virem atrás de mim. Foi basicamente assim que entrei para a área”.  

Ela iniciou, então, o contato com a manutenção e instalações elétricas em agosto de 2021. Em janeiro de 2023 ela se formalizou como Microempreendedora Individual (MEI). Assim ela passou a ter garantias previdenciárias como salário-maternidade, auxílio-doença, aposentadoria e o apoio técnico gratuito do Centro de Referência do empreendedor de Contagem, e do Serviço Brasileiro de Apoio a Micro Empresa (Sebrae).  

Firmando-se num universo preponderantemente masculino, Ananda disse ter se encontrado na sua área de atuação. Primeiro, porque sente que faz algo que tem a ver com uma bandeira de luta pessoal, a da inclusão da mulher. Segundo, porque sente que recebe um valor justo e satisfatório, em nível com os esforços que empreende e a qualidade do serviço que oferta. “Hoje sou eu que dou o meu preço, digo quanto custa meu serviço. Não tem ninguém por trás de mim desvalorizando minha mão de obra e pagando menos do que deveria”.  

Mas ela se realiza, sobretudo, pelo permanente reconhecimento do serviço que presta. Com um sorriso firme de sincera satisfação, ela contou que nada lhe enche mais de alegria que ser acolhida por suas clientes com a frase “Nossa! Que bom que é uma mulher!”.  

Houve, também, trocas de experiências riquíssimas entre as participantes. Viviane Junqueira, da Vivi Junqueira Confeitaria, é um exemplo disso. Ela empreende nesse segmento há 15 anos, produzindo bolos e doces gourmet.  

É a realização de um sonho que vem desde a infância. Ela tem como referência a mesa farta da sua avó, cheia de bolos saborosíssimos e tachos repletos de doces. “Sempre tinha essa fartura na casa dela e eu cresci com essa vontade”.  

Ela passou parte da sua juventude “testando” suas receitas. Mas foi depois do nascimento do seu segundo filho que ela resolveu empreender. Entrou para o segmento como a maioria das confeiteiras, dando de “presente” a confecção do bolo e a produção de doces para as festas da sua família. “Foi como eu comecei a divulgar o meu trabalho e também a apurar as receitas”, contou. 

E deu muito certo. Hoje ela faz trabalhos personalizados, direcionado para cada consumidor. “Tenho um cliente que é fotógrafo e, por isso, posso fazer um bolo no formato de uma máquina fotográfica; se o aniversariante gosta de jogar sinuca, então eu desenvolvo um bolo na forma de mesa de bilhar”, explicou.  

Viviane conta que seu marido lhe dá um pequeno suporte no negócio, mas que seu principal desafio foi conciliar o bom desempenho de dois papéis: o de mãe e o de empreendedora. “Sou eu quem faz as compras e que produz tudo. Mas também sou eu quem leva meus filhos para escola”.  

Mulheres que se apoiam 

Outra participante cuja troca de experiências foi muito válida foi a da arquiteta e decoradora Simone Lopes. Empreendedora há 15 anos, ela também se espelhou em uma experiência familiar para montar o seu próprio negócio. Quando criança, sua mãe atuava na organização de casamentos. Simone começou a fazer pequenas atividades. “Por exemplo, ela me colocava para limpar tapetes. Mas, para me estimular, sempre me dava dinheiro pelo meu trabalho”.  

Com o tempo, Simone foi desenvolvendo outras funções e assumindo responsabilidades nesse empreendimento familiar. “Até que chegou ao ponto em que eu fazia o casamento sozinha, organizando toda aquela montagem”.  

Embora talhada na promoção de festas e eventos, o segmento de Simone, porém, é outro. Quando ela atravessava um momento pessoal frágil, saindo de uma separação, Simone conversava muito com algumas amigas sobre os desafios de se empreender. “Estava sem muito apoio e um pouco inexperiente”, relembra. Essa troca de experiências – mas sobretudo o acolhimento emocional – lhe deram base para buscar qualificações profissionais. Foi quando ela fez o curso de decoração e, na sequência, começou a faculdade de arquitetura.  

Paralelamente a essa etapa de formação profissional, Simone já buscava sua inserção no mercado. Mas ela ainda tinha aquele momento seu de troca de experiências com suas amigas. “Eu não sabia como administrar uma empresa ou como seria montar um escritório de arquitetura. Mas com a ajuda de outras pessoas eu comecei a buscar orientações, em espaços como o Sebrae”.  

Hoje ela comanda uma empresa que leva o seu nome, a “Simone Lopes Arquitetura e Designer”. Com seu negócio ela tem sólida inserção no mercado, tendo feito projetos para várias cidades do país. “Foi desafiador, mas tenho vencido”.  

Mas a história da Simone tem um Plot Twist. Embora sua consolidação como empresária também inspire, o que chama a atenção na sua trajetória é a dimensão que aquele seu grupo de amigas ganhou. Embora informal, aquele espaço de desabafo e apoio mútuo – que tão bem fez a Simone e a outras integrantes – floresceu em algo muito maior. “Acabamos ampliando-o. Convidamos outras empreendedoras e hoje o grupo reúne mais de 600 empreendedoras”.  

Assim nasceu o “Grupo Sou”, que completou um ano no último dia 9 de março, não por acaso, um dia depois do Dia Internacional das Mulheres.  

Trata-se de um grupo de mulheres empreendedoras que se reúnem periodicamente, na melhor sororidade de troca de experiências, formação de rede de contatos – mas principalmente de acolhimento mútuo. “Promovemos palestras sobre finanças, sobre saúde da mulher. São temas variados”. Além dos encontros presenciais, elas também se conectam tanto por meio do Whatsapp como pelo Instagram.  

Empreender também é uma necessidade 

Enquanto empreender para boa parte dos homens significa realizar o sonho do seu próprio negócio, conseguir maiores remunerações a partir do reconhecimento de uma boa oportunidade de negócios, as mulheres, por sua vez, começam empreender para suprir uma necessidade emergencial. É o que aponta uma pesquisa realizada pela SumUp, empresa global de tecnologia e soluções financeiras.  

No universo de empreendedoras entrevistadas, 42% apontam que iniciaram seu negócio por necessidade de obter uma fonte de renda que lhe garantisse subsistência ou que colaborasse com sua renda familiar. Outros 22% das entrevistadas registrou que a razão principal de começarem empreender foi conseguir mais autonomia e tempo para se dedicar à família. Apenas 25% das mulheres disseram que começaram empreender após enxergarem uma boa oportunidade de negócio.  

Empreendedora de Contagem 

Levantamento feito pela superintendência de Apoio ao Empreendedor e Pequenos Negócios, da Sedecon, mostra que num universo total de 69.331 Microempreendedores Individuas (MEIs) devidamente formalizados em Contagem, 46% (31.655) são mulheres. É um número expressivo. Os dados foram apresentados pela superintendente de Turismo, Thalita Brito.  

Ela explicou que Contagem, nos últimos três anos, aumentou significativamente a inserção de mulheres no mercado formal de trabalho; os dados são Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. “O ano de 2020 fechou com um saldo total de geração de 3663 novos empregos com carteira assinada. Desse total, 3.539 postos de trabalho foram ocupados por homens e apenas 124 por mulheres”.  

A partir de 2021 esse percentual mudou consideravelmente. Dos 11.644 empregos gerados, 6.300 eram homens, e 5.344 foram mulheres. Em 2022, no universo total de 7.020 novos empregos, foram 4.381 homens e 2.639 mulheres. Já em 2023, dos 7.664 novos postos de trabalho, 4.073 foram ocupados por homens e 3.591 por mulheres.  

Também estiveram presentes ao Elas: Conexões Empreendedoras o secretário de Desenvolvimento Econômico, René Vilela; a subsecretária de Trabalho e Geração de Renda, Mara Castro; a presidente da Associação Comercial e Industrial de Contagem (ACIC), Sandrelli Rois; o secretário de Direitos Humanos e Cidadania, Marcelo Lino; a embaixadora do programa Sebrae Delas, Michelle Chalub; e Dulce Bravo, representando a Associação de Produtores de Eventos de Contagem (Apecon). 

CLIQUE AQUI e confira a galeria de fotos. LUCI SALLUM/PMC

Autor: jornalista Guilherme Jorgui / Edição: João Cavalcanti
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