Integrantes da Prefeitura de Contagem, do governo estadual, moradores e a imprensa visitaram, na manhã desta quarta-feira (5/7), três obras de contenção de enchentes que estão em andamento no município. As intervenções vão reduzir drasticamente os problemas históricos de inundações em vários pontos da cidade e de Belo Horizonte.
O conjunto de obras de combate às enchentes inclui a construção de cinco bacias em Contagem: na rua Rio Volga, com a av. Francisco Firmo de Matos, no bairro Riacho das Pedras; na rua Arterial, próxima à empresa Toshiba; e nas vilas PTO (B3) e Itaú (B4), no Industrial, além de uma em Belo Horizonte, na Vila Esporte Clube (B5).
A visita para acompanhar e fiscalizar as obras ocorreu nas bacias da rua Rio Volga e das Vilas PTO e Itaú. As intervenções são fruto da parceria entre Contagem, Belo Horizonte e o governo estadual, que se uniram para resolver um problema que aflige os moradores dos municípios há anos, como destacou a prefeita Marília Campos.
“Estamos privilegiando o interesse público. Nos unimos e nos demos as mãos para resolver um problema histórico de Contagem e de Belo Horizonte. Todas as bacias estão sendo executadas e serão entregues até o segundo semestre do ano que vem, e, no período de chuvas de 2024, não teremos mais enchentes no ponto onde converge o córrego Ferrugem com o rio Arrudas”, informou.
Obras do Estado
A bacia da rua Rio Volga já está pronta e tem capacidade de reter 27,1 mil metros cúbicos (27 milhões de litros) de águas das chuvas. Ela terá a função de evitar o transbordamento do córrego Riacho das Pedras. Resta agora a finalização das obras de urbanização e da praça que está sendo implantada. A previsão é que esta etapa seja concluída até o fim deste ano.
A obra é executada pelo Estado, com investimentos de R$124 milhões, financiados junto à Caixa Econômica Federal, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), agregado ao aporte feito por Contagem, de R$27,8 milhões. Estão incluídas neste pacote a implantação da bacia próxima à empresa Toshiba e a duplicação do canal nas avenidas Francisco Firmo de Mattos e David Sarnoff, que reduzirá alagamentos na região da Vila Samag, estes, com expectativa de término no segundo semestre de 2024.
“A bacia da (rua) Rio Volga já está feita e operacional, tanto que no último período de chuvas não tivemos os mesmos problemas de inundações de antigamente. A previsão de término da parte de urbanização, com a praça, é até o fim deste ano. Esse conjunto de obras vai trazer dignidade e segurança para as famílias”, detalhou o secretário de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra), Pedro Bruno Barros de Souza.
Contenção do córrego Ferrugem
A construção das bacias da Vila PTO e Vila Itaú é realizada por Contagem e fazem parte do Projeto “Prevenção de Enchentes - Construção de Bacias de Contenção do Córrego Ferrugem”, que inclui a bacia da Vila Esporte Clube, sob responsabilidade de BH. As obras foram viabilizadas por meio de convênio entre os municípios de Contagem, Belo Horizonte e o governo estadual e contempla a construção de três bacias que aumentarão a capacidade de evitar transbordamento no córrego Ferrugem e Ribeirão Arrudas. A medida, que tem alcance metropolitano, reduzirá significativamente os problemas de enchentes em vários pontos, principalmente na avenida Tereza Cristina.
Como destacado pela prefeita Marília Campos, estas bacias já estão em andamento e serão concluídas em meados de 2024. O investimento feito para as obras da bacia B3 é de R$24 milhões, e da bacia B4, R$74 milhões. Os recursos são provenientes do Termo de Reparação da mineradora Vale por consequência do rompimento da barragem de Brumadinho, repassados ao município pelo Estado. Contagem, por sua vez, fez aporte de R$7 milhões no projeto. A capacidade de retenção das três bacias será de 755,1 mil metros cúbicos de água da chuva (755 milhões de litros).
Além das bacias de detenção de cheias, várias benfeitorias serão realizadas na região das bacias B3 e B4, como o plantio de diversas espécies arbóreas, uma pista de caminhada com extensão de 1,5 km na Vila Itaú, espaço de convívio para os moradores com brinquedos e academia da cidade; urbanização completa da av. Jorge Ferreira Gomes, situada entre as empresas Telhanorte e Belgo Bekaert, com rede de drenagem, iluminação, sinalização horizontal e vertical, meio-fio, paisagismo, entre outros. A obra vai garantir ainda a recuperação da Área de Preservação Permanente (APP) existente no local.
Alívio para a população
Moradora da Cidade Industrial, Aparecida Marques acompanhou a visita às obras e comemorou por ver de perto uma necessidade antiga da população sendo atendida. “Eu estou maravilhada só de pensar em quantas regiões e famílias vão ser beneficiadas com essas bacias, cessando as enchentes. Estou muito feliz. Essas obras têm grande importância para nós”, ressaltou.
Testemunha do resultado do trabalho duro do município para viabilizar as obras e da parceria com os demais atores (Prefeitura de Belo Horizonte e governo estadual), Patrícia Lara Medeiros, que também é moradora da região Industrial, falou sobre o significado que tem tais intervenções. Para ela, é a possibilidade de devolver a paz para muitas famílias. “A Prefeitura está fazendo um ótimo trabalho. Acompanho diversas famílias que sofrem muito com as enchentes e vão ser muito ajudadas, vão poder dormir mais sossegadas quando virem todas as obras prontas”, exaltou.
Desapropriações
Como parte do convênio firmado, o governo estadual também é responsável pela construção de moradias, reassentamento das famílias que moravam na Vila Itaú e indenizações para quem optou por não receber o apartamento. Segundo o secretário Pedro Bruno, 150 casas já foram entregues, outras 150 estão em execução e o restante será licitado ainda este ano para que, em 2024, nove torres de prédios residenciais sejam erguidas na região próxima às bacias B3 e B4 e entregue à população desapropriada.
Galeria de fotos da visita às bacias de contenção de cheias - Fotógrafa: Janine Moraes/PMC
