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MAR
29
29 MAR 2023
SAÚDE
Médica infectologista do SUS Contagem esclarece dúvidas sobre dengue e chikungunya
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Com o aumento de casos de dengue e chikungunya neste mês de março, a Prefeitura de Contagem tem fortalecido a prevenção e o combate da proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor das arboviroses. A participação da população e o conhecimento das medidas de enfrentamento da epidemia é fundamental. 

A médica infectologista do SUS Contagem, especialista em arboviroses, Tânia Marcial, esclarece as principais dúvidas em relação às doenças e orienta sobre como a população pode se proteger e procurar atendimento. 

Segundo ela, ainda existem dúvidas da  população sobre o contágio e proliferação do mosquito. Veja abaixo as dúvidas e respostas sobre dengue e chikungunya:

Dra Tânia: As arboviroses são doenças causadas pelos vírus transmitidos principalmente pela picada de mosquitos. 

Em nosso meio, as mais comuns são a dengue, zika e chikungunya, que chamamos de arboviroses urbanas, cujo agente transmissor é, principalmente, o Aedes aegypti. 

A outra arbovirose comum em nosso meio é a febre amarela, que é considerada uma arbovirose silvestre, pois as maiores chances de transmissão ocorrem em ambientes silvestres e os mosquitos transmissores são o Haemagogus e o Sabethes encontrados em matas e no campo. A transmissão da febre amarela ocorre quando os mosquitos picam primatas não humanos (macacos) infectados com o vírus e depois picam o homem quando este frequenta os ambientes. 

Então, é importante que a população esteja informada sobre as formas de transmissão das doenças e de como evitá-las.

Sabemos que para a chikungunya ainda não há vacina e para a dengue ainda não é acessível a toda população. Portanto, existem maneiras de se prevenir contra essas duas doenças, principalmente, combatendo o mosquito vetor, Aedes aegypti. Qual a importância do papel da sociedade diante desse cenário?

Dra. Tânia: Para a dengue existem duas vacinas aprovadas. A primeira vacina aprovada foi a Dengvaxia que é indicada para a população de 9 a 45 anos de idade, que vivem em regiões endêmicas e que já tiveram dengue. Ela é contra indicada em imunodeficiências, gravidez, lactentes e para quem teve evento grave com dose anterior. É recomendado a utilização de três doses, com intervalo de seis meses entre elas. 

No dia 2 de março deste ano, a ANVISA aprovou a segunda vacina chamada de Qdenga, que amplia a faixa etária para a utilização para a população de 4 a 60 anos de idade, podendo ser utilizada em pessoas que nunca tiveram dengue. A Qdenga é aplicada em duas doses com intervalo de três meses entre elas. 

Outras vacinas também encontram-se em estudo, como a vacina do Instituto Butantan, chamada de Butantan-DV. Até o momento nenhuma vacina foi adotada pelo Ministério da Saúde para utilização no SUS, estando as mesmas disponíveis na rede privada. 

Há que se observar que as duas vacinas aprovadas ainda não possuem autorização para utilização em pessoas pertencentes aos grupos de risco.

O papel da sociedade é fazer sua parte evitando os focos do mosquito. Medidas simples que devem ser adotadas pela população:

1. Manter bem tampados: caixas, tonéis e barris de água;

2. Colocar o lixo em sacos plásticos e manter as lixeira sempre bem fechadas;

3. Não jogar lixo em terrenos baldios;

4. Manter garrafas de vidro ou plástico, sempre com a boca para baixo, quando guardadas;

5. Evitar acúmulo de água sobre a laje, manter as calhas limpas;

6. Encher os pratinhos ou vasos de planta com areia até a borda;

7. Lavar com freqüência, com água e sabão, os recipientes utilizados para guardar água, pelo menos uma vez por semana;

9. Manter piscinas e fontes decorativas sempre limpas e cloradas.


Quais medidas a população pode e deve manter para evitar o contágio e disseminação dessas doenças?

Dra Tânia: Além dos cuidados para combater os criadouros do mosquito, pode-se utilizar repelentes, sendo esta medida importante para as pessoas que têm maior risco de desenvolver as formas graves da doença, principalmente, as gestantes.


É possível adoecer mais de uma vez pela dengue? E quanto a chikungunya?

Dra Tânia: No Brasil existem quatro vírus de dengue já identificados, chamados de Den-1, Den-2, Den 3 e Den-4, então, é possível ter dengue mais de uma vez. Acredita-se que quem tem dengue depois da primeira vez tenha mais chance de desenvolver as formas graves da doença. 

Quanto à chikungunya, acredita-se que a pessoa só tenha a doença uma vez, mas não podemos afirmar isso com certeza.
 

Os sintomas da chikungunya e dengue são semelhantes, visto isso, a população deve manter-se atenta a quais sinais dessas doenças? Quando é recomendado buscar ajuda médica e como é feito o tratamento das mesmas?

Dra Tânia: Apesar de semelhantes, os sintomas não são os mesmos. As duas doenças caracterizam-se pelo aparecimento de febre alta de forma súbita. 

Na dengue além da febre podem aparecer dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dor muscular mais intensa que na chikungunya, dores nas articulações menos intensas que no chikungunya, além de náuseas, vômitos. A dengue tem duração de sete dias em média.

Na chikungunya, o que predomina é dor articular intensa que pode estar acompanhada de edema e vermelhidão local. Nas duas doenças podem aparecer manchas na pele. Já a chikungunya é dividida em três fases: uma fase aguda que dura dez dias, fase subaguda (que ocorre em média em 60% das pessoas que apresentam a fase aguda) que dura até três meses e uma fase crônica que começa a partir dos três meses e pode durar até três anos.

Sempre que houver suspeita de qualquer arbovirose, a pessoa deve procurar atendimento médico, evitar a automedicação é medida importante, devido a riscos de complicações.

O tratamento é feito por meio de hidratação e utilização de medicamentos sintomáticos para combater a febre e as dores, sendo estes prescritos após avaliação médica criteriosa.


Quais são os grupos de risco em relação a essas doenças?

Dra Tânia: 

• Pessoas com idade menor que dois anos ou maior que 65 anos de idade;

● pessoas com doenças crônicas; 

● gestantes. 

Tem situações que consideramos risco social como pessoas que moram sozinhas ou em

situação de rua, onde o acompanhamento se torna mais difícil.

O SUS Contagem oferece diagnóstico, tratamento e acompanhamento médico para pessoas que suspeitam estar infectadas por essas doenças? Se sim, qual a porta de entrada?

Sim, oferecermos atendimento, diagnóstico, tratamento e acompanhamento. A porta de entrada preferencial nos dias úteis e horário comercial deve ser as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de referência. Fora deste período deve-se procurar as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). 

 

 


 
Autor: Estagiário André Fernandes sob supervisão da jornalista Vanessa Trotta 
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