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OUT
26
26 OUT 2021
DESTAQUE
SAÚDE
Prefeitura vistoria equipamentos da saúde mental e prevê reestruturação dos serviços para fortalecer o atendimento à população
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A Prefeitura de Contagem está empenhada em reestruturar a Rede de Atenção Psicossocial de Contagem – Raps. Nesta  terça-feira, 26/10, a prefeita de Contagem Marília Campos visitou mais quatro unidades, que formam a Raps: o Serviço de Residência Terapêutica;  Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas - Caps AD; o Centro de Convivência Horizonte Aberto e o Caps III. O  objetivo  das visitas é conhecer de perto a estrutura física dos locais, uma vez que a maioria funciona em imóveis alugados, com espaços pequenos para os atendimentos, e também conversar com os usuários sobre os serviços prestados e com os trabalhadores sobre as condições de trabalho. Na semana passada a prefeita vistoriou o Caps Infantil e a Residência Terapêutica localizada no Novo Eldorado. 

A visita inicial da chefe do Executivo foi a segunda Residência Terapêutica que fica no bairro Eldorado. O local é moradia de pessoas que passaram boa parte de suas vidas presas em manicômios e hospícios e agora têm a chance de terem dignidade de moradia em uma casa, com o cuidado em liberdade e o resgate da cidadania. A casa foi inaugurada,  em 2009, durante o primeiro ano do segundo mandato da prefeita. Há 12 anos, após ser abandonada pela família, chegou à casa  D.C. S, que à época tinha 39 anos, com quadro de esquizofrenia. Na unidade, ela encontrou apoio e carinho para seguir em frente. “Aqui é minha casa. Eu gosto muito de ficar aqui”, diz a moradora fazendo as honras da casa.  

Cada residência terapêutica tem capacidade para receber até dez pessoas. A unidade tem nove moradores no momento. A diretora do local, a psicóloga, Elaine Cristina Maia, explica que os usuários ficam no local enquanto for necessário, já que muitos não têm mais os laços familiares, têm vulnerabilidade e o diagnóstico de sofrimento mental. “Mas é uma casa como qualquer outra, onde eles e elas ajudam, recebendo ali o acompanhamento necessário”, acrescenta.   

Em seguida, a prefeita chegou ao Caps AD, localizado na rua Sevilha, 110 - Santa Cruz. Com classificação III, a unidade funciona 24 horas por dia, acolhendo os usuários em uso problemático de álcool e outras drogas, sejam eles   referenciados por outros serviços de saúde ou porta aberta, demanda espontânea. A unidade atende a média diária de 30 pessoas, nos dois únicos consultórios do local. A referência técnica da Diretoria de Saúde Mental da Secretaria de Saúde, a psicóloga Carla França, explica que o usuário pode pernoitar no local se houver uma indicação terapêutica e se ele/ela tiver histórico de internação psiquiátrica superior a dois anos. “Essa permanência deverá ser o mais breve possível. Aqui ele é atendido por psicólogos, médico psiquiatra, enfermeiros, uma equipe multiprofissional. Se ele chegar aqui em um quadro agudo, ele é encaminhado para a UPA, onde é estabilizado, e depois retorna para o Caps AD.”

Atualmente, a unidade tem 10 leitos credenciados pelo Ministério da Saúde, mas opera com oito por causa da falta de espaço. Por estar instalada em uma casa alugada, não é permitido que o local passe por obras para ser adaptada às necessidades do serviço, explica a diretora da unidade, a psicóloga Reila Rezende. 

A alguns quarteirões do Caps AD, está outro importante dispositivo que integra a rede substitutiva da Raps Contagem, o Centro de Convivência e Cultura Horizonte Aberto, na  rua Livorno, 96, Santa Cruz. No local são oferecidas atividades diversas como oficinas de jardinagem, de ambiência,  que servem para intervir nos espaços de convivência, jornal mural, música, artesanato feito com materiais recicláveis, desenho, pintura, nos turnos da manhã e tarde e promovem a criação de laço e o bem estar dos frequentadores. A unidade é a única em funcionamento para atender toda à população da cidade.  Antes da pandemia chegou a atender 800 pessoas por mês. 

“O Centro de Convivência é constituído para se pensar que há um lugar para além do tratamento, das pessoas em sofrimento mental. Aqui é um lugar para recriar realidades de uma forma que não seja tão sofrida, tentar intervir na realidade de vida dessas pessoas,  de modo acompanhado, compartilhado”, comentou a diretora do espaço, a psicóloga, Pollyana Lúcia Costa. 

A unidade ainda integra o projeto Território, Entrelaces, Inclusão, Autonomia – Teia , que reúne usuários do serviço de saúde mental com histórico de exclusão ,internações psiquiátricas, isolamento social, além de familiares e trabalhadores da Rede de Atenção Psicossocial - Raps Contagem. O projeto promove a mobilização criativa e cidadã dos usuários participantes a partir  da convivência e da participação em  oficinas terapêuticas artísticas. 

É pensando nos benefícios das oficinas terapêuticas que  está em estudo a criação desses núcleos nos territórios, como informa a diretora de Saúde Mental do município, Bárbara Ferreira. “A gente precisa ofertar espaços de criação, de acolhimento, de subjetividades,  por meio da arte para que possamos alcançar mais pessoas nos territórios, mais próximo da casa da pessoa”. 

A visita aos equipamentos terminou no Caps III, que fica na rua Madre Margherita Fontanarosa, 106, Eldorado, no mesmo terreno da Escola Estadual Helena Guerra. Assim como o Caps AD, ele também funciona por demanda espontânea (porta-aberta), tem oito leitos, com quatro consultórios, atendendo 40 pessoas na média diária, segundo informou a diretora da unidade, a enfermeira e referência técnica, Cristiane Neves Muniz. Nos mesmo moldes do Caps AD, o Caps III também recebe pacientes em quadro intenso de sofrimento mental, quando é acolhido, medicado, se houver necessidade, tendo a opção, se for o caso, de pernoitar na unidade. 

Com a chegada da  pandemia e agora com o retorno às atividades presenciais, o serviço registrou um aumento na procura.  “Percebemos um aumento da demanda dentro do serviço de urgência durante a pandemia, neste momento pós-pandemia, com quadros depressivos, transtornos diversos mais graves”, comentou Cristiane.

O local disponibiliza atendimento psiquiátrico dentro da urgência atendendo quadros de maior gravidade como depressão profunda, esquizofrenia, muitas vezes usuários em crise intensa, após abandonar o tratamento, colocando-se, inclusive, em risco. 

Reestruturação 

Durante a visita aos equipamentos, a prefeita Marília Campos afirmou que o governo tem como prioridade fortalecer toda a saúde do município, em especial a saúde mental. “É importante cuidar da saúde corpo físico, mas é também importante cuidar dos sofrimentos da alma”. 

Segundo a superintendente da Atenção à Saúde, Renata Felicíssimo, a proposta é fortalecer as equipes de saúde mental dos territórios com ampliação de psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais nas Unidades Básicas de Saúde, com o médico psiquiatra fazendo toda a articulação com estes profissionais para acompanhar bem de perto quem necessita deste tipo de atendimento. “É uma revolução na ampliação dos serviços da Saúde Mental nas UBSs proporcionando acesso a todas as pessoas que precisam desse cuidado”.

História 

Os Caps e as Residências Terapêuticas são equipamentos substitutivos ao modelo manicomial que vieram com a Reforma Psiquiátrica e a luta antimanicomial na década de 1990 e promovem o cuidado em liberdade dos que procuram o serviço diante do sofrimento mental. Em Contagem, são três Caps que atendem o público adulto e um o público infanto-juvenil. A cidade conta também com duas residências terapêuticas, um centro de convivência, oito leitos de Saúde Mental no Hospital Municipal e equipes de Saúde Mental na Atenção Básica.

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