Após cinco anos de pesquisas, o Instituto Ânima, por meio do Programa Universidade Aberta à Pessoa Idosa e do núcleo de estágio em serviço social do Centro Universitário UNA, em parceria com a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania e o Conselho Municipal do Idoso, divulgou o diagnóstico dos grupos de convivência e idosos de Contagem. Dezenas de pessoas prestigiaram no dia 22/11, a apresentação da professora da Una, Narjara Garajau, responsável pela pesquisa. Entre elas, estava o secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Marcelo Lino, e vários representantes do Legislativo.
Durante o evento, a professora explicou a finalidade do estudo. “Desenvolvemos esse trabalho porque o município de Contagem teve um acelerado crescimento de sua população idosa e não há um levantamento sistematizado sobre a quantidade de grupos de convivência e idosos existentes na cidade, bem como, sobre o perfil sociodemográfico do público que integra os grupos de convivência. Com esses dados, é possível o desenvolvimento de estratégias que fortaleçam o protagonismo de público, indispensável à ampliação e à efetiva garantia dos direitos sociais e, em específico, dos direitos da terceira idade”, pontuou Narjara.
Para Marcelo Lino, o evento foi um momento importante para perceber qual o retrato dos grupos da terceira idade de Contagem. “Podemos identificar o que nossos idosos pensam, o que demandam e o que o município oferta. Foi um momento de conhecer e poder, por meio desses dados coletados pela UNA e financiados pelo Fundo Municipal do Idoso, aperfeiçoar as políticas publicas do nosso município. Essa é a orientação do prefeito Alex de Freitas, para cada vez mais estarmos aprimorando. Contagem já tem uma política avançada de atendimento à pessoa idosa, mas sé uma política em construção, então o nosso interesse nessa pesquisa é de mergulharmos nesses dados para aprimorarmos no nosso trabalho”, afirma o Secretário.
Segundo dados da pesquisa, o município conta com 101 grupos de convivência e têm vários benefícios, como tirar os participantes do isolamento; possibilitar a convivência com pessoas da mesma faixa etária; fortalecer laços de reciprocidade, além de colaborarem para preservar a capacidade funcional; promoverem melhorias na autoestima; independência e o sentimento de pertencimento.
Diante do estudo, a pesquisadora pôde identificar que há diferenças estruturais (Público/Projetos/Auto gestão), estruturas precárias e falta de investimento. Narjara também concluiu que a participação em grupos de convivência resulta na ausência do isolamento, melhora autoestima, cria hábitos saudáveis como atividades físicas e alimentação. “Colaborar para mudança de cultura, conviver intergeracionalmente, ter o hábito de aprender algo novo e fazer algo novo, entre outras atividades, são alguns fatores que esses grupos agregam aos idosos”, disse.
De acordo com a pesquisa, o público feminino esta mais presente (89%) nos frequentadores de 60 a 65 anos. Já 59% dos participantes alegam que estão integrados a algum grupo de 1 há 3 anos. Sobre a prática de atividades físicas, 91% afirmam que fazem, sendo 47% em algum grupo de convivência e 23% em alguma academia da cidade. Outro dado, este preocupante, é que 65% dos entrevistados não conhecem o estatuto do idoso. Foram aplicados mais de 1500 questionários e mais de 532 entrevistas com representantes dos grupos e idosos, frequentadores dos grupos.