Representantes da Superintendência de Direitos Humanos e Diversidade Sexual da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, do Conselho Municipal LGBT e da Comissão de Diversidade Sexual e Gênero da OAB Contagem, estiveram na última quinta-feira (27) na Escola Estadual Catarina Jorge Gonçalves, onde ministraram palestra sobre homotransfobia para estudantes do 2º ano. Também foram abordados temas como criminalização do racismo e penalidades, bullying e relacionamento abusivo.
O superintendente de Direitos Humanos e Diversidade Sexual, Marco Antônio Diniz, condenou o preconceito e a discriminação relacionados à orientação sexual. “A sociedade é hipócrita, julga e diminui o outro para se sentir melhor, e isso, infelizmente, é cultural. O preconceito é pré-histórico. Precisamos mudar isso. A dica que dou a vocês é que conheçam, estudem e pesquisem, pois conhecimento ninguém tira da gente”.
O vice-presidente da Comissão de Diversidade Sexual e Gênero da OAB Contagem, Rubens Nascimento, orientou os alunos quanto à lei aprovada em 13 de junho pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que criminaliza a homofobia e a homotransfobia, passando a ser tipificadas da mesma forma que o racismo, ou seja, crime hediondo, inafiançável e com pena de dois a cinco anos de prisão para o agressor.
“A homotransfobia é um preconceito relacionado ao transexual e travesti, que passou a ser crime equiparado ao de racismo. Você não precisa ser gay para defender os direitos de gays, como não precisa ser mulher para defender os direitos das mulheres. Se não levarmos em conta que nossas ações têm consequências, mais cedo ou mais tarde vamos pagar pelos nossos atos. Temos que mudar esse modo de pensar. O gostar é uma opção, mas o respeitar é uma obrigação”.
Ramon Neves, diretor da escola, ressaltou o cenário de intolerância vivido no país. “Para os adolescentes, tudo que soa como diferente vira bullying e discriminação. Essa palestra é importante para combater o preconceito. Cabe à escola exercer esse papel de formação para minimizar os problemas, pois o Brasil tem histórico de um grupo subjugando o outro. Só conseguiremos mudar isso com a escola trabalhando esses temas com frequência”.
A estudantes Maria Eduarda, de 17 anos, gostou da reflexão, assim como Rony Miguel, de 16. “Esse assunto não é mais tabu. Só tenho que agradecer a toda equipe”, disse o aluno.