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MAI
24
24 MAI 2025
DESENVOLVIMENTO URBANO
REGIONAL INDUSTRIAL
Contagem e sua gente: Feira do Amazonas celebra tradição, oportunidades e conquistas
Foto Noticia Principal Grande
Foto: Luci Sallum/PMC
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Às vezes o acaso promove o ponto de partida para a construção de algo que vai impactar a vida de muitas pessoas. Um bom exemplo disso é a Feira de Artesanato do Bairro Amazonas (Faba), criada em 1960, após a pane mecânica de um caminhão que seguia em direção à Ceasa. Sem conseguir chegar ao destino por causa desse episódio espontâneo, os agricultores, para não perder a mercadoria, venderam seus produtos no próprio bairro. Foi um sucesso de vendas que, aos poucos, foi se consolidando, crescendo e se transformando na feira mais antiga de Contagem e uma das mais tradicionais da região metropolitana. 

Para o gerente da Feira do Amazonas, Sidnei Martins, o espaço desempenha um papel essencial na economia local. Segundo ele, a feira se consolidou como um ponto de encontro tradicional, no qual cultura, arte, convivência e lazer caminham juntos. “Nossa feira completará 65 anos em agosto, sendo a mais antiga da região. Aos domingos, aproximadamente 3.000 visitantes passam por aqui. É um espaço que reúne famílias e se tornou um ambiente de referência para toda a comunidade. Além de fortalecer a economia familiar, é uma feira acolhida pela população por conta dos laços afetivos construídos ao longo do tempo”, disse.

Atualmente, a Faba ocorre todos os domingos, das 8h às 15h, na rua Tiradentes, entre as avenidas Juscelino Kubitschek e Coronel Benjamin Guimarães, oferecendo uma ampla variedade de produtos. Com 380 barracas e cerca de 1.200 expositores, entre titulares e substitutos, a feira conta com uma força de trabalho composta por 63% de mulheres e 37% de homens. O local é dividido por diferentes segmentos, incluindo artesanato, hortifrutigranjeiros, bijuterias, artigos em couro, vestuário, decoração, diversos, além de comidas e bebidas típicas.

Milton Medeiros chega às 5h30 da manhã todos os domingos para montar sua barraca. Dono de um espaço dedicado ao vestuário, ele atua como feirante há 25 anos. “Comecei como camelô, mas foi como feirante que me encontrei profissionalmente. Vendas é o meu dom. Pude construir uma clientela especial aqui, alguns clientes, inclusive, estão comigo há muitos anos. Iniciei com uma barraca simples, vendendo apenas meias. Hoje, ofereço uma ampla variedade de vestuário. Graças a essa oportunidade, tive muitas conquistas, incluindo a casa própria. É um trabalho que me traz alegria e, ao mesmo tempo, retorno. Tenho muito prazer em estar aqui na feira, fazendo o que gosto”, contou.
 

 
Milton (foto1) e demais feirantes fazem da FABA um lugar de geração de renda e troca de afeto. Foto: Luci Sallum/PMC

Novos recomeços

A feira também representa, para muitos, um novo começo, um espaço capaz de transformar realidades e fazer com que novas histórias sejam reconstruídas. Dalva Pimentel trabalha no local há 20 anos, mas antes, ela mantinha uma loja de cosméticos voltada para salões de beleza em Belo Horizonte. “Na época, precisei vender a loja, o que foi uma grande perda para mim. Depois disso, encontrei acolhimento aqui. Fui muito bem recebida, mesmo sendo de outra cidade. Hoje produzo cosméticos capilares e corporais à base de ervas medicinais, voltados para tratamentos naturais”. A feirante também falou sobre sua retomada profissional. “Tive condições de voltar ao comércio e, com o tempo, consegui recuperar minha loja também. A trajetória e o trabalho na feira me motivaram a ir além”, celebrou.

Eva Luiza, moradora da região do Industrial, mantém há 26 anos uma barraca dedicada à decoração, artesanato e artigos religiosos na Faba. “No começo, eu vendia alguns produtos em uma bandeja. Com o tempo, fui crescendo e consegui montar minha própria barraca. E desde então estou aqui, firme, todos esses anos. Essa oportunidade me ajudou a garantir uma renda extra para casa, já que, na época, só o meu marido trabalhava. Com isso, pude terminar de criar meus filhos, e hoje, graças a Deus, sou avó de cinco netos”. Para ela, o trabalho é uma espécie de terapia. “Sinceramente, acho que nunca cheguei a vivenciar de verdade o que é uma depressão ou uma crise de ansiedade, justamente por causa do meu trabalho aqui. Acredito que isso tem muito a ver com o que produzo com as minhas mãos e também com a convivência com os colegas, os clientes e a comunidade. Essa criação e troca me renovam por dentro”, relatou, com orgulho.

Na vida de Sidivânia Rocha, também moradora do Industrial e feirante há nove anos, o trabalho na feira virou uma verdadeira tradição de família, passada de geração em geração. “Vendo produtos diversos, como óculos, toucas, luvas, bonés, entre outros. Na verdade, comecei trabalhando na barraca da minha irmã. Foi ali que ganhei experiência, entendi como tudo funcionava, gostei da rotina e fui ampliando os produtos, trazendo mais variedades. Hoje, essa é minha única fonte de renda. O nosso trabalho na feira também inspirou minha mãe, que passou a me acompanhar. Ela gostou tanto que decidiu montar a própria barraca, vendendo brinquedos. O trabalho na feira transformou a vida de toda a nossa família”, finalizou.
 

  
Dalva (foto 1), Eva (2) e Sidivânia (3), mulheres guerreiras que fazem parte da história de sucesso da Feira do Amazonas. Foto: Luci Sallum/PMC


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Autor: repórter Sheila Lemes / Edição Carol Cunha
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