As nascentes da Bacia Hidrográfica da Pampulha ganharam uma nova ferramenta de monitoramento com o lançamento do “Livro Azul”, realizado no Centro de Educação Ambiental Propam, em Belo Horizonte. A publicação revisa e amplia o levantamento feito em 2015, agora conduzido pela equipe da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Contagem (Semad) ao longo do último ano.
A iniciativa contou com a participação do Consórcio da Pampulha e do Programa de Recuperação e Desenvolvimento Ambiental da Bacia da Pampulha (Propam), responsável pela primeira edição do livro, com recursos do Ministério Público de Minas Gerais. O novo documento apresenta um diagnóstico atualizado das nascentes e diretrizes para recuperação e preservação.
Durante o evento, o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Geraldo Vitor de Abreu, destacou a importância de manter a continuidade das ações de preservação da Lagoa da Pampulha e fortalecer o registro histórico e ambiental da cidade. Ele também ressaltou a necessidade de planejamento urbano que equilibre a proteção ambiental e a ocupação consolidada.
"A preservação ambiental deve ser uma responsabilidade permanente. Precisamos equilibrar as questões urbanísticas e ambientais para garantir que a lagoa continue existindo. Esse levantamento nos permite entender a evolução das nascentes e propor soluções efetivas", afirmou.
A revisão do livro permitiu atualizar o diagnóstico das nascentes, definir diretrizes para sua recuperação e proteção e garantir o compromisso com a preservação dos recursos hídricos. O material, elaborado com base em monitoramento e análises técnicas, foi entregue a autoridades e instituições que têm relação com a lagoa. Um grupo de trabalho será criado para coordenar as ações futuras.
O livro cataloga mais de 500 nascentes da bacia, distribuídas entre Contagem e Belo Horizonte. Durante a apresentação do material, o superintendente de Fiscalização Ambiental de Contagem, Eric Machado, explicou a metodologia do levantamento e destacou a necessidade de recuperação de várias áreas, além do registro de novas nascentes.
"O monitoramento permitiu registrar nascentes antes não catalogadas e reforçar a necessidade de proteção de áreas degradadas. A entrega do livro representa um ponto de continuidade desse trabalho, com a criação de um grupo dentro da Secretaria para articular as superintendências, a Câmara Municipal, a Copasa e demais envolvidos na manutenção da qualidade da água", explicou.
Para finalizar, o presidente do Consórcio de Recuperação da Lagoa da Pampulha, Carlinhos Moreira, enfatizou a importância da cooperação entre Belo Horizonte e Contagem na preservação das nascentes que abastecem a lagoa. Ele também reforçou que a Bacia Hidrográfica da Pampulha não respeita limites geopolíticos e que cerca de 70% do volume de água despejado na lagoa vem dos córregos Sarandi e Ressaca, dois dos principais afluentes da lagoa, que ficam em Contagem.
"A cooperação entre os municípios é essencial para garantir a preservação e evitar impactos negativos no ecossistema. Por isso, é fundamental que os dois municípios mantenham um diálogo constante e desenvolvam políticas conjuntas. A lagoa é um patrimônio coletivo, com relevância ambiental, cultural e econômica para a região”, concluiu.
Com a entrega da nova edição, o próximo passo será a implantação das diretrizes apontadas no livro e a ampliação do monitoramento. As versões do livro de 2015 e a atualizada em 2025 estão disponíveis de forma on-line, para acessá-las clique Livro Azul versão 2015 e Livro Azul versão 2025, com atualizações.