O anúncio da chegada da empresa Simak Rent a Contagem exemplifica como o empenho da Prefeitura de Contagem na simplificação das normas dos distritos industriais da cidade, bem como dos processos de licenciamento para abertura de novas empresas, fomentam a atração de novos empreendimentos e garantem a permanência das companhias já fixadas no município, gerando emprego e renda para a população. A nova sede da empresa de locação de equipamentos pesados será construída no Centro Industrial Francisco Firmo de Matos Filho, distrito industrial popularmente conhecido como Cinco. Ao todo serão investidos mais de R$ 35 milhões, gerando 200 novos postos de trabalho. “Vamos contratar pessoal para atuar no administrativo e áreas de apoio e manutenção dos equipamentos”, informou Anderson Antônio de Abreu, CEO da empresa.
A Simak Rent iniciou negociações para a aquisição do terreno que abrigava a antiga fábrica da Nansen. Nesse segmento de atuação, a própria cadeia industrial da cidade é atrativa à empresa. “Onde vamos nos instalar, num raio de cinco quilômetros estão alguns dos nossos principais clientes e fornecedores”, explicou Anderson Antonio de Abreu, CEO da Simak Rent.
A proximidade com clientes e fornecedores era uma vantagem importante, mas não necessariamente determinante, tendo em vista a possibilidade de se instalarem em outra cidade. Araújo informou que foram até procurados por uma corretora localizada numa dessas cidades, oferendo um terreno que alinhava com as demandas da empresa e que ficaram “tentados” com essa opção. Porém, o fator “pressa” também influenciou na decisão do grupo. É que, pelas regras dos distritos industriais da cidade, a autorização para a compra poderia levar até um ano e meio. “A informação que recebemos da imobiliária e dos próprios vendedores da área era de que o processo era moroso e que a aprovação final costumava demorar muito, mais de um ano”, explicou Anderson Antonio.
Ao procurarem a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Contagem, no entanto, a direção da empresa se surpreendeu, pois foram informados de que bastava uma comunicação formal da aquisição e, no prazo máximo de 48 horas, conseguiriam a autorização. “Esse é o prazo que pedimos para fazer nossas verificações, se existe alguma pendência ou dívida ativa registrada para a área. É uma medida para dar ainda mais segurança a essas transações”, explicou o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, René Vilela.
E assim aconteceu. “O requerimento foi entregue numa quinta-feira (1 de junho). No dia seguinte recebemos um e-mail pedindo a complementação de documentos, que enviamos no mesmo dia. O processo foi formalmente aberto na sexta-feira (02 de junho) e na segunda-feira recebemos a declaração de anuência”, contou Anderson Antonio.
Decreto municipal
Essa agilidade só foi possível porque a prefeita Marília Campos já havia publicado o decreto nº 828/2023, alterando o modelo de governança dos distritos industriais do município e revogando um amplo conjunto de amarras e burocracias na operação dessas áreas. Anteriormente, ações como essa – uma negociação entre particulares – dava início a uma “via crucis” para conseguir do poder público a autorização para a efetivação da compra. Essas transações nos distritos demandavam autorização da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, feita por meio de uma solicitação de anuência. E a lei que estava em vigor determinava uma tramitação ampla. Por exemplo: era necessário encaminhar um histórico dos últimos três de balanços contábeis da empresa, uma cópia do contrato social, do contrato de compra e venda e mais uma dezena de documentos. A Procuradoria-Geral do Município tinha que ser ouvida, bem como a Secretaria Municipal de Fazenda, que participava da avaliação da saúde financeira da companhia. Ambas emitiam um parecer e tudo isso era submetido à aprovação dos integrantes do Comitê Municipal de Gestão dos Distritos Industriais de Contagem (Cogedi), cujas reuniões ainda dependiam de agendamento. Daí o prazo médio de até um ano e meio para se conseguir a anuência.
Sobre a empresa
A Simak Rent atua no mercado de locação de equipamentos pesados. Eles atendem empresas com atuação na área da mineração, da siderurgia, da metalurgia, e as de papel, energia, celulose, produtos químicos, petroquímicos e fertilizantes.
O projeto da nova sede, projetado para abrigar a área administrativa da empresa, o centro de manutenção, a área de estoque de reserva e revenda dos seus ativos e o centro de inteligência operacional, setor que monitora e acompanha o desempenho dos equipamentos. A empresa também terá um pátio que abrigará entre 200 e 300 máquinas para reserva e comercialização. No total, eles têm um parque com 1.500 máquinas para locação.
As obras estão previstas para começar ainda neste semestre. A área administrativa deve ser entregue até o final deste ano e a área operacional, em maio de 2024. A estimativa deles é atender cerca de 40 ou 50 máquinas por mês.
