O morador de Contagem e as pessoas que ouvem falar da cidade, em sua maioria, não sabem a origem desse nome. A cidade é rica em cultura, gastronomia e história, o que tem tudo a ver com o seu nome - que tem um porquê.
Assim como em várias regiões do Brasil, Minas Gerais também atraiu diversos aventureiros em busca de pedras preciosas. Chamados de bandeirantes, com o tempo, eles foram adentrando o território, criando rotas em busca da “terra prometida” e da independência financeira. Um dos mais famosos dentre esses bandeirantes foi Fernão Dias, criador de diversas rotas, dentre a quais algumas provenientes do Rio de Janeiro e Bahia, que acabaram passando por uma região, chamada de Abóboras, que abrangia um grande território, inclusive, no que, hoje, se localiza a cidade de Contagem.
E durante o século XVIII, quando o Brasil ainda se fazia colônia de Portugal, alguns registros foram instalados em várias cidades pelo Brasil, principalmente, naquelas que faziam parte da rota de escoamento de mercadorias. Nestes pontos de registros, fazia-se a checagem, eram cobrados impostos e, portanto, a arrecadação da Corte de Portugal ficava sendo constantemente alimentada. Fazia-se, assim, a “contagem” e cobrança de taxa sobre as mercadorias.
Nestes postos, os viajantes, mercadores de escravos e tropeiros eram obrigados a parar e, enquanto as mercadorias eram registradas, aproveitavam para descansar e cuidar dos animais de carga, bem como fazer negócios. Como as viagens eram longas, tais postos serviam também como referência para abrigo e pernoite. Um desses postos foi instalado na região das Abóboras. Com o tempo, em torno dele, surgiram plantações de roças e criação de gado para sobrevivência.
Assim, por ali, as pessoas, com o tempo, foram ocupando as terras e formando um povoado conhecido como “Arraial de São Gonçalo da Contagem das Abóboras”. O nome fazia referência à contagem de mercadorias que passavam pelo posto de fiscalização: cabeças de gado, café e até escravos. Em 1854, o arraial foi elevado à categoria de paróquia, separando-se da paróquia do Curral Del-Rei. Já em 30 de agosto de 1911, foi transformada em município. Desde então, um intenso processo de industrialização foi iniciado, sendo a cidade, quase 111 anos depois, um importante polo industrial do Estado.