Os mistérios do planeta são muitos e não param nunca. No ano passado, Maria Glória Arcanjo ganhou sua filha Victória Esmeralda Teixeira no Centro Materno Infantil (CMI) Juventina Paula de Jesus. O nascimento do bebê foi precedido por muita apreensão quanto ao futuro, porque a gravidez de Maria Glória foi conturbada e cheia de percalços. Os problemas enfrentados durante a gestação, como hipertensão arterial e até mesmo uma suspeita de embolia pulmonar, fizeram com que Maria Glória precisasse ficar internada na Casa de Apoio à Gestante e à Puérpera (Cagep) de Contagem por cerca de 90 dias, até que seu neném nascesse. Havia ainda uma suspeita de que a pequena Victória tivesse microcefalia. Um pouco da história da Maria Glória e do nascimento de Victória Esmeralda, em um dia quatro de junho, foi contada em publicação do ano passado no Portal da Prefeitura de Contagem (clique AQUI para ler).
A Cagep faz parte da rede SUS do município e abriga gestantes com gravidez de alto risco, mas que não precisam ficar internadas em um hospital, puérperas (mulheres que acabaram de se tornar mães) que ainda precisam ser observadas de perto e gestantes e puérperas com risco social. O perfil das mulheres que acessam a Cagep é variado, mas é comum passarem por lá gestantes diabéticas ou que precisam fazer repouso absoluto, ou fazer exames frequentes ou de medicamentos injetáveis diários. Também é comum passarem por lá mulheres cujos bebês já nasceram que apresentam quadro de pressão alta, ou ainda mulheres com severas dificuldades financeiras, que já receberam alta da maternidade, mas estão com seus recém-nascidos na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), e gestantes e puérperas com vulnerabilidade social, como adolescentes grávidas que não possuem rede de apoio familiar, além usuárias de drogas e moradoras de rua.
Hoje, cerca de um ano e dois meses após o nascimento de Victória Esmeralda, as notícias são alvissareiras, com mãe e filha comemorando glórias e vitórias: mesmo com um histórico de seis gestações marcadas por abortos, falecimentos de bebês e até ali com apenas um filho vivo, Maria Glória Arcanjo conseguiu ter sua Victória Esmeralda Teixeira graças à assistência recebida na Cagep. Hoje, 1 ano e 2 meses após o nascimento da menina, que foi acompanhada durante todo esse tempo pela equipe de profissionais do CMI por periodicidade que já foi quinzenal e era mensal, Victória Esmeralda, guerreira feito a mãe, vem mostrando um desenvolvimento neurológico satisfatório e só precisará passar pela próxima consulta de rotina com neurologista daqui a seis meses. O espaçamento entre as consultas, que gradativamente vem se tornando maior, mostra que, daqui a pouco, esse acompanhamento poderá nem ser mais necessário.
“A médica falou que está tudo bem e que agora o acompanhamento pode ser semestral. E não tem diagnóstico de microcefalia, não! Todo dia ela aprende a fazer uma bagunça nova. Graças a Deus, ela não teve sequela. Na época da gravidez, a depressão tomou conta de mim. Muita coisa podia ter dado errado. Com o tratamento que recebi na Cagep e o apoio das profissionais que lá cuidavam de mim 24 horas ao dia, deu tudo certo”, relata Maria Glória.
De acordo com a equipe médica do CMI que vem fazendo o acompanhamento de Victória, a menina apresenta um desenvolvimento neuropsicomotor normal para a idade e a medida do seu crânio não sugere microcefalia. Ainda existem exames neurológicos sendo realizados na Rede Sarah, sem resultados disponíveis, mas a equipe frisa que a evolução da criança está ocorrendo de maneira muito satisfatória.
Essa é mais uma história de superação que a Cagep ajudou a contar. Que mais e mais sementinhas da Cagep possam seguir crescendo e se desenvolvendo!