Em 2023, Isabela Castro, 4, ouviu zumbidos vindos do muro da Escola Francisco Borges da Fonseca, onde estuda, e notou abelhas sobrevoando a área. A curiosidade mobilizou os colegas e as professoras, que descobriram se tratar de abelhas sem ferrão, essenciais para a polinização e preservação de diversas plantas, especialmente árvores frutíferas.
Surgiu, então, o Projeto “Zum...Zum...Zum tem abelhinha no meu jardim”, que cria, em um meliponário instalado na escola, três espécies de abelhas sem ferrão: Jataí, Mandaçaia e Mirin. Coordenado pelas professoras Eliete Sales Pinheiro, Amanda Tibúrcio e Carla da Conceição, o projeto proporciona às crianças interagirem diretamente com as abelhas e aprenderem sobre as diferentes espécies cultivadas, como funcionam suas colmeias e a importância de preservá-las, não apenas por estarem em risco de extinção, mas também para a manutenção da biodiversidade e para a polinização de flores, árvores e outras plantas.
As abelhas das espécies Jataí, Mandaçaia e Mirin não possuem ferrão e estão ameaçadas de extinção - Fotos: Mikaela Yasmin/PMC
“Desenvolvemos um projeto inspirador com as crianças de 4 anos. Elas descobriram o mundo das abelhas sem ferrão, fortalecendo habilidades como curiosidade e responsabilidade”, apontou a professora Carla da Conceição.
Isabela Castro, que descobriu as abelhas, tem afeto e cuidado com as abelhas. “Eu gosto muito delas e peço para as tias cuidarem com carinho”.
Esse sentimento é compartilhado também pelas outras crianças, como destaca a professora Amanda Tibúrcio. “Elas ficaram impressionadas e participaram intensamente de todo o projeto, se familiarizaram e criaram amor pelas abelhas”.
Encantados com as pequenas amigas, a menina Isabela Castro e os colegas se dedicam ao cuidado das abelhas - Fotos: Mikaela Yasmin/PMC
O projeto também contou com a colaboração dos povos originários da Aldeia Kana Mihay, de Carmésia, Minas Gerais. Os anciãos da aldeia compartilharam conhecimentos valiosos sobre as abelhas, destacando sua importância cultural e ambiental. Essa troca de conhecimento contribuiu para o enriquecimento educacional dos pequenos, proporcionando uma visão mais clara sobre a conservação e o respeito pela natureza.
O hall da Seduc recebeu a exposição com os trabalhos realizados pelas crianças durante o desenvolvimento do projeto. Fotos: Seduc/PMC
Dentro do projeto, as crianças produziram desenhos sobre as abelhas e realizaram uma exposição que foi instalada no hall da Secretaria de Educação para visitação pública.
Reconhecimento
O projeto das crianças foi reconhecido pela “Liga Steam Arcelormittal”, uma iniciativa que busca inspirar e apoiar projetos em educação, ciência, tecnologia, engenharia e matemática em todo o Brasil. Em 2024, o tema do projeto foi a sustentabilidade e recebeu mais de mil inscrições em todo o país. O “Zum...Zum...Zum… tem abelhinha no meu jardim”, desenvolvido na E.M. Francisco Borges da Fonseca, ficou entre os dez finalistas.