As experiências bem-sucedidas do Programa Economia Solidária, em Contagem, atraíram a atenção da Cáritas Brasileira, que enviou uma delegação para visitar o Centro Público de Economia Solidária e conhecer esta que é a principal política de geração de trabalho e renda da Prefeitura de Contagem e tem servido de modelo para outras instituições, além da Cáritas.
A visita ocorreu na última quarta-feira (29/11), quando 40 integrantes da instituição, de várias partes do país, puderam conhecer as oficinas de qualificação profissional, a incubadora de empreendedorismo, o Banco de Alimentos e aspectos da política de geração de trabalho e renda do município.
A secretária de Desenvolvimento Social, Trabalho e Segurança Alimentar, Daniela Tiffany, lembrou a prioridade que a gestão municipal dá aos projetos que garantem rendimentos e autonomia financeira para a parcela da população que geralmente fica à margem das políticas dessa natureza.
Ela frisou, também, que o trabalho de sua pasta é baseado no respeito aos princípios da participação popular, seja por meio de fóruns e do Conselho da Economia Solidária. “As 400 feiras realizadas anualmente são uma prova disto, pois é preciso ter fôlego e ambiência para tantas atividades tão bem-sucedidas, por isso investimos nas pessoas e na estrutura”, disse.
A subsecretária de Trabalho e Renda, Mara Castro, responsável direta pelas ações da Ecosol, destacou os investimentos de cerca de R$17 milhões que a Prefeitura de Contagem tem feito no setor nos últimos três anos e no quanto esse investimento gera retorno para a economia do município.
São cerca de 1 mil famílias que vivem exclusivamente dessas atividades, gerando uma renda anual total de cerca de R$4 milhões. “Nós damos o suporte técnico, cuidamos da estrutura, promovemos cursos e eventos, mas também promovemos a autonomia dessas famílias e seu crescimento como empreendedores, já que aprendem a trabalhar coletivamente e a participar dos processos democráticos. Se não é democrático, não é solidário”, afirmou.
Cáritas
A Caritas é uma instituição internacional, criada pela Igreja Católica, que reúne 165 organizações humanitárias atuantes em mais de duzentos países. No Brasil, ela está ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, tendo sido fundada em 1956 pelo seu então Secretário-Geral Dom Helder Câmara.
Ela apoia e fomenta, coletiva e individualmente, iniciativas que visem reduzir as desigualdades sociais no mundo inteiro.
A Cáritas Minas Gerais é parceira da Economia Solidária de Contagem, com quem a SMDS troca experiências e, no futuro, pretende estabelecer parcerias buscando apoio e fomento para suas inúmeras ações. A organização atua através dos chamados Projetos Alternativos Comunitários - PACs, que estão presentes em vários estados do país, compondo aquilo que a Cáritas chama de uma rede de Economia Popular Solidária.
“Muitos dos nossos empreendedores são pessoas que estavam em situação de vulnerabilidade em função da pandemia do Covid-19, quando perderam empregos e outras atividades remuneradas”, lembrou Mara Castro..
O coordenador da Cáritas em Minas Gerais, Humberto Gusmão, afirmou que o interesse da organização pela iniciativa de Contagem se deve ao fato de identificarem no município um exemplo bem-sucedido da aplicação de políticas públicas e de uma economia solidária bem consolidada. “ Esse perfil vem de encontro às demandas que interessam ao movimento, voltadas para a produção e comercialização de produtos e formação de empreendedores e gestão democrática de processos”, elogiou.
Aplicativo
Uma das próximas iniciativas da Ecosol será o lançamento de um aplicativo exclusivo para o comércio dos artigos produzidos pelos empreendedores cadastrados, que se encontra em fase de projeto.
Centro Público de Economia Solidária
Endereço: rua São Marcos, 247, 247, bairro Água Branca
Telefone: 3394-8053