A Prefeitura de Contagem apresentou, junto à Copasa, uma proposta de solução definitiva para os problemas estruturais que atingiram o bairro Monte Castelo, em reunião com a comunidade ocorrida na quarta-feira (14/12).
O encontro serviu para que os moradores apontassem questionamentos, tirar dúvidas e propor sugestões a serem incorporadas ao Plano de Ação elaborado pela Copasa.
Diante da conclusão das perícias de que 21 imóveis localizados nas ruas Corcovado, Caraça e Cubatão estão condenados por risco geológico, a Prefeitura e a Copasa ofereceram a desapropriação das unidades, com a consequente indenização aos proprietários.
Além disso, a proposta inclui a supressão das redes coletoras de esgoto e de abastecimento de água da área impactada, a fim de evitar vazamentos no futuro, a substituição do sistema da Copasa em toda a região e a implantação de uma nova ocupação urbana pública no local a ser decidida em conjunto com a população do bairro. E mais, o custeio de acompanhamento psicossocial às famílias atingidas.
A prefeita Marília Campos enalteceu o fortalecimento do diálogo na construção de uma solução para o problema e orientou a comunidade a respeito de novas demandas.
“O mais importante é que o diálogo está acontecendo e a equipe da Prefeitura irá acompanhar a situação de perto para que nenhum morador seja injustiçado. Os envolvidos devem avaliar se a proposta é justa ou não. E, vamos estudar as alterações sugeridas. A comunidade pode contar com a Prefeitura para tentarmos construir, com todas as contribuições apresentadas na reunião, uma proposta melhorada”, pontuou.
Alguns moradores questionaram se as residências incluídas na proposta de desapropriação poderiam passar por revitalização. O assessor técnico da presidência da Copasa, Cristiano Braga Antunes, explicou que os diversos estudos geológicos realizados na área afetada apontaram que esses imóveis estão irreversivelmente comprometidos em sua estrutura e frisou que a prioridade deve ser preservar a vida dos moradores, que, caso permanecessem nos locais, correriam riscos.
“A Copasa não questionará as avaliações de peritos, especialistas, engenheiros e da Defesa Civil sobre os imóveis que estão gerando risco para os moradores. Nossa prioridade é preservar a vida, e não o patrimônio, porque este é possível ressarcir, a vida não”, disse e completou: “Vamos tratar individualmente cada imóvel de forma transparente com todos os envolvidos, prezando pelo interesse e a privacidade desses moradores afetados”.
Mais pessoas puderam integrar a comissão de moradores do bairro para acompanharem de perto as próximas reuniões e cada decisão a ser tomada, incluindo a contratação de perícia técnica que fará o levantamento dos valores de cada imóvel a ser desapropriado.
Representante do grupo, Ana Paula da Silva exaltou a postura do governo municipal de acolher a comunidade em busca de soluções. “Nós, da comissão, agradecemos muito à Prefeitura e estamos com muita esperança de que o problema seja definitivamente solucionado, porque a Prefeitura está no controle, junto com a Copasa e os moradores. Esta reunião foi um passo importante para nossa comunidade, colocamos mais algumas sugestões para incorporar a proposta e acreditamos que vamos ter uma saída”, afirmou.
Moradora da rua Cubatão, Luciana Paulina, também pontuou a oportunidade que a comunidade teve de propor sugestões que tornem a solução ainda mais justa. “Tem sido extremamente importante a intervenção da Prefeitura nesse problema, a situação está avançando a partir dessas ações do governo de promover reuniões, ouvindo os moradores e lutando para defender os interesses da comunidade”, elogiou.
Foi recomendado pela prefeita Marília Campos que os moradores que detectarem rachaduras em suas residências devem acionar a comissão do bairro para solicitar novas vistorias à Copasa, a fim de se avaliar possíveis soluções.
Sobre os 21 imóveis já identificados e periciados, a Copasa arcará com os custos relativos às indenizações, à contratação de projetos e no ressarcimento ao município dos valores empregados na execução de obras de demolição, contenção, implantação de infraestrutura de saneamento e da nova ocupação urbana.