Thaila Rosana Guedes Macedo nasceu em Belo Horizonte, em 29 de abril de 1982, e morou em Contagem até seus 18 anos. Na “terra das abóboras”, formou seu caráter e viveu experiências. Hoje está radicada na Austrália, onde vive, em Adelaide, com o marido Paulo Roberto, com quem está há nove anos e casada desde 2019.
Campeã em fisiculturismo, atividade que pratica desde que se casou, incentivada pelo marido já naquele momento. Há algum tempo tem intensificado seus treinos, com o corpo mudando de forma gradativa até chegar ao patamar atual. Aos 40 anos, ainda é considerada uma atleta amadora. Contudo, ela mesmo já deu o recado: quer virar profissional ainda em 2022.
Chefe de cozinha e nutricionista esportiva, Thaila Macedo lembra de Contagem com carinho. “Lembro dos tempos em que estudei no Instituto Montessori, no Francisco Firmo de Matos, Sócrates e Elizabeth Kalil. Bons momentos também quando fazia capoeira com o mestre Sapão, no Abadá, ou quando ia ao Yucca”, disse. Thaila também recordou dos tempos em que trabalhava no marketing do Itaú Power Shopping.
No entanto, há cerca de 14 anos, Thaila passou por maus momentos. Quem a vê nas fotos de hoje, nem imagina que, em 2008, sofreu um acidente muito grave na avenida João César de Oliveira, chegando a ficar em coma, com o fêmur, clavícula e bacia fraturados. “Foi um momento muito complicado na minha vida. Ouvi dos médicos que eu ficaria com sequelas, com problemas inclusive de locomoção. Foi muito ruim. Contudo, contrariando as expectativas, seis meses depois eu já estava andando normalmente. Hoje, sou capaz de fazer agachamento livre com mais de 100 kg. Acreditando em mim, nos meus sonhos, mesmo com dificuldades, tudo foi possível”, destacou.
Segundo ela, em 2011, se mudou para a Austrália. “Novos ares em Brisbane. Precisava disso! Tudo aquilo que tinha passado, a recuperação na casa da minha tia, no Alvorada, precisava ficar para trás. Resolvi estudar inglês, cheguei a voltar ao Brasil em 2012, mas já não me via mais morando no país. Voltei. Em 2013, conheci meu marido e, com ele, uma outra paixão tomou conta de mim: a academia, o gosto pelo exercício físico. Sempre gostei de esporte, principalmente handebol, mas dessa vez foi diferente. Comecei a pegar mais pesado a partir de 2018, modelando o corpo aos poucos. Após o casamento, meu marido sugeriu que eu passasse a competir, já que estava 100% focada”, contou.
A partir daí, com a ajuda de um treinador e um coach, iniciou-se o treinamento direcionado para campeonatos. Foram 16 semanas intensas e, no primeiro ano, três competições disputadas, conquistando premiações e destaque. Em 2020, devido à Covid-19, não houve disputas. E o foco, agora, é um só: virar atleta profissional.
Para isso, vai competir na Índia, Japão e Tailândia. “Vou em busca do cartão profissional, que me dará o direito de competir em outros campeonatos, o que não posso fazer por enquanto”, falou.
As futuras competições de Thalita serão na Índia (28, 29 e 30/10). Caso não consiga o cartão nessa oportunidade, terá outras duas: Japão (11 e 12/11) e Tailândia (20/11). Ela destaca que o sonho atual é competir no “World Cup Olympia Budybuilter”, competição internacional organizada pela Federação Internacional de Fisiculturismo e Fitness (IFBB).
Incentivada principalmente pelo marido e pela mãe, Márcia Rosana, Thaila reconhece que tem um estilo de vida puxado. Sem premiações em dinheiro, tem o seu sustento do restaurante que trabalha e das consultorias que realiza.
Além disso, acorda cedo, faz refeições direcionadas e controladas e treina seis vezes por semana. Atleta da categoria “Wellness”, Thaila precisa ter uma aparência saudável e sem gordura corporal excessiva, o que não significa que o corpo deva ser magro demais ou muito musculoso. “É importante que o físico do atleta não apresente muita separação entre os grupos musculares e definição. Para isso, hoje faço cinco refeições por dia e sou orientada por coachs e médicos”, afirmou.
O apelido “BigWolf”
Vários nomes e sobrenomes, fora do Brasil, soam estranhos ou a pronúncia nem sempre é a correta. Diante disso, Thaila teve a ideia de criar um “nome artístico”. Thaila Rosana Guedes Macedo, então, virou BigWolf. “O pessoal sempre embananava ao pronunciar o meu nome e sobrenome nas competições. Sendo o sobrenome da minha mãe “Lobão”, traduzi para o inglês e achei bem legal. Nome forte, convincente e que também remete à forma como encarei meus desafios na vida”, revelou.
Como o esporte mudou a vida
O “Bodybuilder” (fisiculturismo) me ensinou a ser mais disciplinada, determinada, fora a qualidade de vida que é muito mais saudável. Também há esse ambiente de competições, que adoro. Mesmo sem patrocínios, é algo que me fascina. Não nego que tenho saudade dos sanduíches do Bigode, do salão do Dudu Fashion, do bar no Toniquinho, do Silvinho’s. Mas, hoje, minha vida está aqui e não penso em voltar. Aqui sei que é possível ter uma boa saúde e ser feliz aos 40 anos”, finalizou.