A Prefeitura de Contagem, por meio da Secretaria de Cultura-Secult, apresentou, nesta terça-feira (8/3), o Projeto “Economia Criativa – Movimenta Mulheres”, no auditório da sede do Executivo, durante a realização da reunião aberta do Conselho Municipal de Mulheres. A reunião contou com a presença da prefeita Marília Campos; da secretária de Cultura, Monique Pacheco, e uma plateia composta, em sua maioria, por mulheres.
A chefe do Executivo destacou que Contagem terá um mês de comemorações para marcar esse momento que é das mulheres, mas também de estímulo ao debate e à conscientização para promoção da autonomia e igualdade. “Estamos fazendo um trabalho de empoderamento para dar autonomia às mulheres, porque nós temos hoje, infelizmente, um quadro de violência doméstica e de feminicídio muito grande, não só na nossa cidade, mas em todo o país. É importante que elas tenham autonomia financeira para que possam enfrentar essa violência que atinge muitas mulheres. Esse projeto vai contribuir com isso”.
Representante do Conselho Municipal das Mulheres, Eulália Saboia, lembrou que há tempos a mulher batalha por seus direitos, conquistados com muitas reivindicações e lutas. “Tudo começou em 1908, com reclamações sobre melhores condições de trabalho e de salários. Nossa luta não é de hoje, por isso é importante comemorarmos cada passo que damos, cada conquista”. Eulália também enfatizou a posição do conselho quanto às propostas para as mulheres. “Nossa missão, como conselho, é divulgar, denunciar, informar e fazer políticas públicas. Vamos percorrer todas as regionais, conversar com as pessoas, ouvir as demandas e encaminhar sugestões. Juntas somos mais fortes”.
Na opinião da secretária de Cultura, Monique Pacheco, o desenvolvimento de políticas públicas para as mulheres precisa ser fomentado dentro das suas especificidades. “Consideramos premente discutirmos e criarmos políticas públicas que pensem estratégias de redução das violências contra as mulheres, passando pela criação de políticas de inclusão, formação profissional e geração de renda, atendendo às necessidades das mães, trabalhadoras, que estejam pautadas pela premissa da interseccionalidade nas suas ações”.
Na mesma direção, a assessora da Secult, Carolina Giovannetti, destacou que o investimento em políticas para as atividades artesanais no município de Contagem, permite fortalecer as ações já desenvolvidas, fomentar a economia criativa e colaborar com o processo de geração de emprego e renda para as mulheres. “Isso ajuda a garantir uma independência financeira e conhecimento dos direitos de cada participante. O projeto visa promover uma participação de mulheres das diferentes regiões da cidade, por isso, deverão ser elaboradas estratégias que sejam capazes de contemplar moradoras de todas as regionais, a partir de um diálogo com as secretarias e com os territórios da cidade”.
“Economia Criativa – Movimenta Mulheres”
O projeto, que será transformado em edital, contará com a parceria de uma Organização da Sociedade Civil-OSC e tem como objetivo ofertar qualificação e confecção de produtos artesanais, a fim de viabilizar novas possibilidades empreendedoras para um conjunto de 100 mulheres vítimas de violência doméstica e/ou em situação de vulnerabilidade social. Além disso, serão realizados o cadastramento das artesãs, capacitação voltada ao aperfeiçoamento e gestão de negócios, o assessoramento técnico aos grupos produtivos e entidades artesanais e a comercialização dos produtos através das lojas, feiras e eventos de artesanato, divulgando a cultura local e ampliando a economia criativa. Todas as regiões de Contagem serão contempladas. A proposta, inclusive, já foi encaminhada ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras–Coaf.
Junto a isso, as mulheres participantes também receberão acompanhamento psicossocial, garantindo que elas construam estratégias sólidas de enfrentamento às violências e vulnerabilidades vivenciadas. Para isso, elas serão acompanhadas por uma equipe composta por psicólogo e assistente social, que farão as intervenções de forma personalizada, de acordo com o perfil de cada mulher atendida.
Capacitações
Os cursos e atividades ofertadas serão de marcenaria, mosaico, arte em tecido, floricultura e olaria; com uma carga horária mínima de quatro horas/aulas semanais, totalizando, no mínimo, 80 horas, no prazo de oito meses de formação. Além das aulas de artesanato, também ocorrerão palestras e mentorias, e um período de atividades exclusivas para produção de peças e acompanhamento dos negócios desenvolvidos.
As mulheres participantes deverão receber uma renda básica mensal, no valor de R$ 250, além de alimentação, vale transporte e todo o material e estruturas necessárias para o desenvolvimento das atividades.
“O fomento à produção artesanal constitui uma forma alternativa de incentivo à economia criativa, assegurando a preservação da cultura local e a geração de emprego e renda para inúmeras famílias”, finalizou a assessora da Secult, Aniele Leão.