Em função do acumulado de chuvas registrado nos últimos dias, a Defesa Civil de Contagem intensificou o monitoramento das principais áreas de risco geológico na cidade.
Equipes estão percorrendo os pontos mais críticos para orientar a população e levantar as demandas prioritárias, verificando se há ou não necessidade de interdição e encaminhamentos a programas e setores específicos.
Até agora, já foram realizadas rotas preventivas nas vilas Feliz, Soledade e Buraco da Coruja. Além do monitoramento, todas as atividades relacionadas ao atendimento do cidadão estão em pleno funcionamento, como o setor de Escuta Ativa (199) e o setor de Vistorias. Toda a equipe está em alerta e disponível cem por cento do tempo, inclusive nos plantões noturnos e finais de semana para dar pronta resposta e atender casos de urgência e emergência.
Somente nos últimos 21 dias choveu aproximadamente 140 milímetros (precipitação acumulada). Isso significa que, em poucos dias, já choveu cerca de 10% de todo o volume esperado para o ano, já que a média anual registrada, em Contagem, é de 1350 a 1400 mm/ano. De acordo com o coordenador da Defesa Civil de Contagem, Sidney Portilho, o Estado de Minas Gerais está sob a influência de três massas de ar: equatorial, oceânica e polar, todas úmidas.
“Quando há essa convergência de massas de ar, a tendência é que se tenha uma sequência longa de chuvas de perfil moderado como a que estamos presenciando. Dificilmente teremos chuvas extremamente fortes que provocam inundações intensas. Por outro lado, estamos com um acúmulo muito grande de água no solo, o que potencializa o risco de deslizamento. A previsão é de que as chuvas durem até o início da próxima semana. Até lá, o estado de alerta e de atenção, especialmente para as áreas de risco geológico, devem ser mantidos”, explica o coordenador.
Para ele, o saldo é positivo até o momento quando comparado com a quantidade de chuva que já caiu. “Felizmente não tivemos muitas ocorrências graves. O acumulado não gerou deslizamentos que, em via de regra, são esperados nestas situações. Na maior parte do nosso trabalho, fizemos atendimento de rotina” informou.
Conforme Portilho, a Defesa Civil de Contagem realizou a abertura de 107 Registros de Ocorrência - RO entre os dias 16/12/21 e 5/01/22. As ROs foram abertas por meio de chamadas telefônicas na Escuta Ativa - Central de Atendimento 199; e de vistoriadores no atendimento às demandas emergenciais em campo.
Deste total, apenas quatro foram consideradas mais complexas, sendo que duas estão relacionadas a riscos construtivos verificados em residências nas regiões Ressaca e Nacional; uma referente ao bloqueio da avenida Tereza Cristina que ocorreu no dia 28/12; e outra relacionada à desocupação da Vila Samag.
O coordenador ainda informou que mil novos colchões chegaram e poderão ser distribuídos em caso de emergência, assim como cestas básicas, água potável e material de limpeza. Para otimizar sua capacidade de gestão do risco, o município conta também com um Plano de Contingência, que funciona como um protocolo de ação integrada no qual está apontado o papel que cada instituição deve desempenhar em ocorrências rotineiras ou críticas relacionadas com as chuvas, como alagamentos, enxurradas, inundações, quedas de árvores, entre outras.