Com o objetivo de fortalecer a liderança das mulheres da região Petrolândia, o Projeto “Mulheres da Paz”, desenvolvido pela Prefeitura de Contagem, por meio da Secretaria de Defesa Social, e em parceria com o Ministério da Justiça, cumpriu seu propósito levando mais conhecimento e ação política para as comunidades da região. Na próxima terça-feira (23/11), às 19h, no ginásio poliesportivo do bairro Tropical, o projeto será encerrado com a formatura de 36 mulheres, juntamente com 24 jovens participantes do Projeto “Protejo”.
O “Mulheres da Paz” capacita mulheres líderes de comunidades, em temas como gênero e direitos da mulher, direitos humanos e cidadania, violências, fatores de risco e protetivos, para agirem como multiplicadoras, tendo como incumbência prevenir a violência contra as mulheres e os jovens, envolvidos na criminalidade e com drogas.
O projeto teve início em 2019, tendo como espaço de referência a Escola Municipal Senador José de Alencar. As integrantes do projeto auxiliaram na identificação dos jovens que participariam do projeto “Protejo”. Após um período de formação inicial, elas passaram a realizar visitas e identificar situações de vulnerabilidade em suas comunidades.
Devido à pandemia, as atividades do projeto foram suspensas em março de 2020. Após uma avaliação da importância do projeto para a comunidade, as atividades foram retomadas no modo on-line, em julho de 2021, e estão sendo encerradas agora em novembro.
Segundo o assessor da Secretaria de Defesa Social, Wellington Eustáquio Ribeiro, “‘O Mulheres da Paz’ auxiliou a instrumentalizar mulheres que já se destacavam como lideranças em suas comunidades. A intenção foi capacitá-las para uma atuação mais ativa e próxima ao poder público no enfrentamento às vulnerabilidades sociais e na promoção de territórios mais seguros e com menores índices de violências”, afirmou. Para ele, a parceria com a Regional Petrolândia e com os demais equipamentos públicos da região foram primordiais para mobilizar as mulheres e os jovens para o projeto.
De acordo com a subsecretária de Prevenção e Segurança, da Secretaria de Defesa Social, Daniela Tiffany, o “Mulheres da Paz” alcançou o seu objetivo, fortalecendo o protagonismo das mulheres. “O projeto foi importante porque as auxiliou a atuarem como agentes comunitárias e a terem a possibilidade de mudar não só as próprias vidas, mas também fortalecer e transformar a sua comunidade”.
Segundo ela, o projeto tem um potencial muito grande. “O nosso desejo é municipalizá-lo, para que ele continue trazendo frutos. A tomada de consciência ao transformar a prática comunitária em uma ação política, certamente, foi o maior ganho que alcançamos com o projeto,” ressaltou.
A administradora da regional, Márcia Ramalho, disse que “o projeto foi importante por empoderar as mulheres que já têm um perfil de liderança, visando contribuir e buscar a resolução das questões voltadas para a comunidade. O projeto ainda possibilitou aumentar a participação dessas mulheres em todas as políticas públicas realizadas em nosso território”, destacou.
Mulheres, liderança e direitos
Participante do projeto “Mulheres da Paz”, Fabiana Pereira Carvalho, 32, autônoma, disse que sempre presenciou a importância da liderança das mulheres na comunidade. “Meus pais atuaram em trabalhos sociais e quando o projeto veio para a região, eu fiz logo minha inscrição e fui selecionada. Mesmo já tendo vivência social, o projeto fez toda diferença em termos de conhecimentos sobre os nossos direitos enquanto mulheres e cidadãs. Ele foi de grande valia para o nosso empoderamento na comunidade, porque nos capacitou para auxiliar as outras mulheres em suas demandas. Hoje, nós queremos estar à frente para poder ajudar a nossa comunidade e buscar melhorias para todos”, afirmou.
Tatiane Campos de Paula, 38, cozinheira, também participou do projeto e contou que ele a ajudou muito. “Eu digo que só tenho uma palavra para descrever o projeto “gratidão”, por tudo o que ele me proporcionou e aprendi. O projeto nos abriu as portas, nos auxiliando a exercer os nossos direitos, por meio de mais conhecimento e informação. Assim, eu pude auxiliar a mim mesma e a outras pessoas a conhecerem seus direitos e a buscarem emprego, mais saúde, assistência social e psicológica. Além disso, foi uma troca de experiências, com muita sabedoria e amizade entre o nosso grupo. Eu só tenho a agradecer”, disse.
Alva Rodrigues Gonçalves, 50, auxiliar de serviço gerais, disse que o projeto a ajudou a conhecer os seus direitos e a auxiliar a comunidade a resolver vários problemas e demandas. “O projeto empodera as mulheres porque atua nos dando noção dos nossos direitos e garantias, como de ser ouvida, acolhida e assistida. Por meio do “Protejo” eu também auxiliei muitos jovens com dificuldades. Todos eles foram assistidos. Estou muito feliz de poder ajudar aos outros e gostaria que o projeto continuasse”, finalizou.
Protejo
O Projeto “Protejo” é um eixo que oferta um processo social formativo para os jovens residentes em territórios vulneráveis, a fim de que eles vislumbrem cenários possíveis para o seu desenvolvimento humano, social e profissional.
Segundo Daniela Tiffany, o eixo do “Protejo” deverá ser mudado quando municipalizado. “Nós pretendemos reformular e temos uma perspectiva de fazer um projeto de protagonismo juvenil”, disse.