O Comitê Gestor de Área de Risco (CGAR) de Contagem foi a campo mais vez para avaliar e acompanhar as obras de contenção e de requalificação urbana e ambiental que estão sendo executadas na cidade. Na quinta-feira (23/9), foi a vez dos integrantes do comitê, sob a supervisão da Subsecretaria de Proteção e Defesa Social, visitar a intervenção que está sendo feita na rua Formosa, na regional Sede, e obter informações sobre a obra de controle de cheias do córrego Riacho das Pedras, na Praça Rio Volga, na regional Riacho, que é gerenciada pelo DER -MG.
De acordo com a subsecretária de Proteção e Defesa Civil, Ângela Gomes, as visitas foram propostas pelos integrantes do comitê com o objetivo de monitorar e analisar a capacidade de redução de risco gerada com a realização da intervenção. “O CGAR se reúne quinzenalmente, de forma virtual neste período de pandemia, para discutir ações integradas de enfretamento às chuvas, especialmente em áreas de risco geológico e hidrológico. Os encontros são produtivos, contudo, verificamos a necessidade de estar in loco para avaliar e compreender a dinâmica de determinada comunidade”, explicou a subsecretária.
A ideia do CGAR a campo, segundo Ângela Gomes, é colocar seu corpo técnico à disposição dos engenheiros responsáveis pelas obras para que o resultado seja o mais satisfatório possível para a comunidade. “Queremos acompanhar e contribuir para que a redução do risco chegue a um nível em que os moradores tenham segurança e possam conviver sem sentir que a vida deles está ameaçada”, destacou.
Na rua Formosa, o comitê verificou que as obras de contenção estão a pleno vapor, mesmo com as readequações no projeto em alguns pontos. De acordo a engenharia Evandra Laine, da Secretaria de Obras e Serviços Urbanos, a reformulação foi necessária para garantir a qualidade da execução.
“Optamos por fazer uma sondagem do terreno e uma avaliação criteriosa do maciço para termos a certeza de qual contenção empregar. Verificamos que a técnica anterior não atenderia e, com isso, precisamos realinhar o cronograma e estender os prazos. Apesar dessas mudanças, acredito que parte da obra estará concluída ainda neste ano”, informou.
Iniciada há dois meses, a obra na rua Formosa pretende minimizar os riscos de deslizamentos no local, facilitar o acesso e, ainda, preservar um importante patrimônio histórico cultural da cidade: a Capela Santa Helena. Para sua execução serão investidos cerca de R$ 1,5 milhão.
Conforme a análise do coordenador de Defesa Civil de Contagem, Sidney Portilho, se nenhuma intervenção estivesse programada para o local, a possibilidade de parte da igreja ceder era muito grande. “Não sabemos precisar quando, mas certamente isso aconteceria em função das influências hídrica e gravitacional, que é aqui considerável”, alertou. Outro ponto destacado pela subsecretária foi a conscientização da população, que deve evitar jogar entulhos em córregos e bueiros e despejar esgoto clandestino, sobretudo, em encosta.
Após a visita à rua Formosa, o comitê se dirigiu à obra de construção da bacia Rio Volga. Executada pelo Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerias (DER-MG), a obra está paralisada atualmente.
Convidado pelo CGAR, o engenheiro da Secretaria de Obras e Desenvolvimento Urbano de Contagem, Pedro Paulo, explicou que a antiga empresa responsável pela execução da obra entrou com pedido de recuperação judicial e, em fevereiro deste ano, suspendeu o contrato, alegando incapacidade técnica e financeira. “Atualmente, o DER – MG está fazendo uma nova licitação para dar sequência as intervenções. Pelo que podemos observar cerca de 60% das obras estão concluídas. A expectativa é de que as intervenções restantes sejam iniciadas no início do ano que vem”.
No período chuvoso, a avenida Rio Volga sofre com as enchentes, portanto, é uma das áreas monitoradas regularmente pela Defesa Civil e, a partir de agora, pelo comitê.
Comitê Gestor de Área de Risco (CGAR)
O primeiro ato de governo foi a criação do CGAR, que tem, entre as muitas funções, a missão de reunir seus integrantes para propor ações de enfrentamento às chuvas, enchentes e desmoronamentos.
O comitê tem como objetivo monitorar e propor ações de prevenção e intervenção emergencial em áreas classificadas como de risco, a fim de evitar transtornos e danos materiais e físicos, especialmente, em períodos chuvosos. Trata-se de um comitê gestor, operacional, de poder decisório que funciona como uma força-tarefa para dar uma resposta rápida e imediata às famílias que vivem em áreas de risco.