Hoje, 17 de maio, é o Dia Mundial de Hipertensão Arterial, data instituída para conscientizar e prevenir a população sobre o perigo dessa doença crônica.
A hipertensão arterial, popularmente conhecida como pressão alta, é um mal silencioso que ataca mais de 25% da população brasileira, segundo dados do Ministério da Saúde.
A doença é definida pelos níveis elevados de pressão sanguínea nas artérias e ocorre quando os valores de pressão máxima e mínima são iguais ou ultrapassam os 140/90mmHg (ou 14 por 9) na ausência de medicações anti-hipertensivas.
Segundo o médico cardiologista da Secretaria de Saúde de Contagem, Luiz Fernando Avelar, “a pressão alta faz com que o coração da pessoa faça um esforço maior para distribuir o sangue corretamente para o corpo”, explica. “Por se tratar de uma condição frequentemente assintomática, a hipertensão arterial pode evoluir para alterações estruturais e/ou funcionais em órgãos-alvo, como coração, cérebro, rins e vasos”, afirma o especialista.
A hipertensão arterial não tem cura, mas hoje em dia é possível ser tratada e controlada com medicamentos. “É importante fazer o tratamento correto da doença, para que não acarrete complicações”, afirma o médico.
É necessário tratamento constante para que o controle pressórico alcance a meta de pressão arterial previamente estabelecida. Segundo o cardiologista, “tal meta é definida individualmente, considerando a idade, a presença de fatores de risco e de doença cardiovascular”.
Além da adoção de medidas medicamentosas, o tratamento da hipertensão também consiste em mudanças no estilo de vida, com tratamento não medicamentoso.
Acompanhamento
Em Contagem, para fazer o acompanhamento da hipertensão é preciso que o usuário procure a unidade básica de saúde mais próxima, onde ele será acolhido e avaliado pela sua equipe de saúde.
Em casos mais críticos, o usuário é encaminhado para um cardiologista, que apontará o melhor tratamento dependendo da sua situação. Ele poderá ser encaminhado também para acompanhamento no Núcleo Ampliado de Saúde da Família (Nasf), o que irá depender dos critérios estabelecidos pelas equipes de saúde da atenção básica.
“Esses casos precisam ser discutidos em reuniões para definir as intervenções e o plano de cuidado necessário, envolvendo os profissionais do Nasf e a equipe de saúde da família", relata a coordenadora do Nasf, Rejane de Almeida Caborges. “Nosso foco junto à equipe é fortalecer as ações, de forma a melhorar a resolutividade do problema do usuário”, afirma.
Segundo a coordenadora, os usuários encaminhados para o Nasf são assistidos por uma equipe multiprofissional, que atua de maneira integrada, apoiando os profissionais das equipes de saúde da família e compartilhando as práticas e saberes em saúde nos territórios sob responsabilidade das equipes.
Rejane ressalta que o Nasf não trabalha na perspectiva de atendimento ambulatorial, com consultas programadas mensalmente. Eles trabalham normalmente com uma avaliação, orientação breve ou encaminhamento para grupos de promoção à saúde.
No caso dos hipertensos, um dos grupos oferecidos pela equipe de saúde da família é o Hiperdia, formado por usuários diabéticos e hipertensos, que são acompanhados e monitorados pelos profissionais de saúde. Com a pandemia, o atendimento presencial em grupo está suspenso e está acontecendo de forma remota por meio de teleconsulta. Mas em casos prioritários uma consulta presencial poderá ser agendada.
Alimentação
Quando não tratada, a hipertensão arterial pode acarretar outras doenças. O fumo, excesso de peso, diabetes, estresse, bebidas alcoólicas e consumo de sal (sódio) em excesso são fatores que contribuem para o aumento da pressão. Para ajudar no tratamento medicamentoso, é importante que o usuário mude seu estilo de vida, adotando uma vida mais saudável.
Segundo a nutricionista do Nasf, Taynara Silva, a alimentação é muito importante no tratamento da doença. “Alimentar-se de forma saudável é uma ferramenta importante para se ter mais qualidade de vida. Uma alimentação adequada é capaz de prevenir e de contribuir para o controle da pressão alta. Ao contrário do que muitos pensam, não é algo difícil. Devemos ter alguns cuidados diários”, afirma.
Ela recomenda que os usuários evitem sódio em excesso, reduzam a cafeína, apostem em alimentos ricos em cálcio e potássio e consumam alimentos fontes de magnésio.
Taynara também recomenda consumir muitas frutas e verduras, que são consideradas diuréticas, como a melancia, o abacaxi, o pepino e a salsa, que, além de aumentarem o consumo de água no organismo, ajudam a eliminar a retenção de líquidos através da urina, regulando a pressão arterial.
“Além da mudança na alimentação, praticar regularmente atividades físicas também ajuda a reduzir a pressão arterial, além de controlar o peso e auxiliar na melhora geral da saúde”, completa a nutricionista.