A noite de terça-feira (14) foi de muitas emoções e alegria para 90 pessoas que concluíram dois cursos de capacitação oferecidos pela Secretaria de Trabalho e Geração de Renda da Prefeitura de Contagem, por meio do Centro de Formação do Trabalhador (Cefort). A cerimônia de entrega dos certificados dos cursos Capacitar para Crescer e Costura Industrial ocorreu no auditório da Escola Municipal Heitor Villa-Lobos e contou com um desfile das alunas do curso de costura, mostrando peças produzidas por elas próprias.
Os cursos são totalmente gratuitos, ficando a cargo dos aprovados despesas com alimentação e transporte. Normalmente, ambos são oferecidos de três em três meses. Os professores que atuam nesses cursos são contratados pela Secretaria de Trabalho e Geração de Renda, com recursos do Tesouro Municipal. Trata-se de uma política pública voltada a pessoas que podem ter de enfrentar um cenário de incertezas e inconstâncias em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo.
O secretário de Trabalho e Geração de Renda de Contagem, Fredim Carneiro, esteve no evento. Ele, que já foi um jovem aprendiz e que tem no histórico familiar mãe e parentes que criaram suas famílias com linha e agulha, ressaltou a importância da oferta dos cursos. “O desafio de gerar emprego e renda é de todas as esferas do país, e não é diferente com o nosso município. Tem muitas oportunidades de emprego que as pessoas não conseguem acessar devido à falta de qualificação e capacitação. A nossa missão é, além de ofertar as vagas de trabalho, por meio de parceria com o Sine, dar capacitação para que as pessoas consigam acessar o mercado de trabalho ou auferir renda de forma autônoma. A orientação do prefeito Alex de Freitas é de que façamos a diferença na vida dessas pessoas”, destaca o secretário.
Costura Industrial: renda no mercado formal ou informal
O curso de Costura Industrial tem duração de 160 horas e é voltado para um público mais amplo, geralmente mulheres que têm filhos ou que buscam uma qualificação para poder trabalhar por conta própria. Trinta mulheres receberam seus certificados.“O curso de Costura Industrial é voltado para gerar renda no mercado formal ou informal. Muitas pessoas terminam o curso de costura e começam um negócio próprio, abrem um pequeno ateliê na própria casa ou uma lojinha ou, às vezes, seguem para alguma confecção. Como nós temos muitas mães de família, com muitas obrigações, elas aprendem a costurar e acabam trabalhando em casa, da maneira que o tempo lhes permite”, explica o coordenador da qualificação profissional na Secretaria de Trabalho e Geração de Renda, José Donisete Silva.
Capacitar para Crescer: alto índice de inserção no mercado de trabalho
O Capacitar para Crescer (CPC) é voltado para jovens de 16 a 22 anos, com o objetivo de prepará-los para o primeiro emprego. O público-alvo são jovens a partir do 9º no ensino fundamental ou que já tenham terminado o ensino médio. Sessenta jovens concluíram o curso, com carga horária de 200 horas.
De acordo com José Donisete, o índice de inserção no mercado de trabalho do Capacitar para Crescer é elevado: “Nós temos no CPC um índice de encaminhamento de quase 100% dos jovens para o mercado de trabalho, sendo que cerca de 80% são contratados. Esse é um investimento que o próprio município de Contagem faz”, afirma o coordenador. O professor Donisete adianta que o próximo processo seletivo será aberto ainda em 2019: “Nós fizemos um processo seletivo agora, quando selecionamos 80 jovens que vão participar do curso. Daqui a três meses, vamos fazer um novo processo seletivo”.
O professor do CPC João Ricardo de Santana expressa o quanto é edificante poder contribuir para a abertura de perspectivas na vida dos jovens aprendizes. Na opinião dele, “o que há de mais gratificante é quando a gente percebe que eles estão inseridos e quando percebemos a transformação de um jovem que entra, muitas vezes, sem conseguir abrir a boca direito para conversar, sem tino para o trabalho, e sai conversando, comunicativo, com perspectivas e vendo potencial em si mesmo. É uma forma de ver o mundo que eles podem levar para a vida inteira. E para isso são necessários três passos básicos: aprender, praticar e ensinar”.
A professora do Costura Industrial Antonieta Fátima Quintanilha Braga explica que cada aluno tem um objetivo, mas que tem certeza de que as expectativas em relação ao curso são todas atendidas. "Tudo o que elas sonham em fazer, elas aprendem. Aprendem a confeccionar desde roupas de cama a vestuário, como calças, saias, blusas, vestidos e bermudas, com diferentes técnicas de costura. A maioria do nosso público é composta por mulheres, mas os homens também são bem-vindos. E eles costumam se sair muito bem”, assinala a professora.
Mirelle Letícia, de 16 anos, participou do curso Capacitar para Crescer e está passando pelo processo seletivo de uma empresa, por meio do encaminhamento feito pelo CPC. Para ela, os dois meses em que passou no curso foram muito produtivos. "Eu vou sempre indicar esse curso, porque a gente aprende a se comportar em uma entrevista e no trabalho no decorrer do tempo. Eu, por exemplo, se fosse para uma entrevista sem fazer o curso, não conseguiria me comportar bem. Eu me dei muito bem nas entrevistas que fiz e consegui administrar muito bem a minha fala”, testemunha a jovem.
Elaine Xisto, de 35 anos, cursou o Costura Industrial. Ela também demonstra muita satisfação com a capacitação. “Costura é uma coisa que eu sempre quis fazer, e a princípio não achei que fosse possível aprender tanta coisa em apenas três meses. É um curso completo. Sou bacharel em Direito, mas não atuo na minha área, porque sou empreendedora. Trabalho com eventos e tenho um ateliê de doces finos. Às vezes, preciso costurar uma pecinha ou outra, e acaba sendo um trabalho artesanal. Quando eu fui para o curso, fui buscando essa qualificação profissional. É uma parceria muito boa da Prefeitura e que só tem a agregar. Inclusive o meu sobrinho vai cursar o CPC nessa turma que começou agora. Acho que é isso o que falta: colocar jovens e adultos em um mesmo local de aprendizado, cultura e conhecimento. Eu só tenho a gradecer”, diz a empreendedora.
Vagas disputadas
Para o CPC, a seleção é feita por meio de uma prova de português e matemática, nível 9º ano. O jovem aprovado nessa seleção vai para uma entrevista, e a classificação segue até que as vagas disponíveis sejam preenchidas. É preciso esforço para conseguir uma vaga no CPC: em média, há 300 inscrições para as 80 vagas disponibilizadas.
Interessados no próximo processo seletivo devem ligar para o Cefort a partir de junho, para se inteirar sobre o cronograma das próximas seleções. O telefone é 3393-4152.