A Prefeitura de Contagem, por meio da Autarquia Municipal de Trânsito e Transportes (Transcon), trabalha efetivamente na promoção e apoio de ações que fortaleçam a causa do movimento internacional Maio Amarelo. Na sexta-feira (10), as gerências de Educação para o Trânsito e Gestão e Inovação da Transcon representaram o município no 2º Seminário de Educação para o Trânsito de Santa Luzia.
Organizado pela Secretaria Municipal de Segurança Pública, Trânsito e Transportes de Santa Luzia, o evento foi realizado no auditório da sede administrativa da Prefeitura. A convite dos anfitriões, o servidor da Transcon Afonso José Terra ministrou a palestra “Maio Amarelo”, que marcou a abertura do encontro. Com duração de cerca de 40 minutos, a exposição apresentou o histórico do movimento, as ações desenvolvidas pelo Observatório Nacional de Segurança Viária no mês de maio e as estatísticas dos acidentes de trânsito no Brasil e no mundo.
O superintendente de Segurança Pública, Trânsito e Transportes de Santa Luzia, Herivelton Magno dos Santos, contou porque convidou o colega da Transcon: “Nós participamos de vários seminários e o último foi em Contagem. Sempre gostamos da fala do Afonso Terra, que tem muito conhecimento. Ele faz parte de uma das maiores instituições de trânsito, que é a Transcon. É uma pessoa que consideramos um parceiro, pois já conhecemos a capacidade dele de multiplicador de boas ações no trânsito. É um grande motivo, é uma pessoa que, sempre que puder, nós vamos convidar. Se ele puder, será um prazer pra nós”.
Agente e educador de trânsito, Afonso José Terra é servidor da Transcon há 13 anos. Dentre suas funções na Gerência de Educação para o Trânsito está a atividade de ministrar palestras em empresas privadas, órgãos públicos e escolas de Contagem. Morador de Santa Luzia, ele percorre todos os dias cerca de 80 km para ir e voltar do trabalho.
Durante a apresentação da palestra, Afonso Terra lembrou que o Maio Amarelo nasceu há cinco anos na cidade de Indaiatuba, em São Paulo, em seguida tornou-se um movimento internacional e atualmente ocorre em 29 países, dos cinco continentes, mas que, apesar disso, a causa ainda não é muito conhecida. “Devemos levar as estatísticas do trânsito, sobretudo o brasileiro, a todos os lugares possíveis. Temos de externar a nossa preocupação com o número de vítimas e sequeladas nos acidentes. A cada 12 minutos, uma pessoa morre em consequência de acidentes de trânsito e, a cada minuto, uma pessoa fica sequelada. Estes acidentes custam ao Brasil cerca de R$ 56 bilhões por ano”, comentou.
Também palestrante no encontro, o cabo da 71ª Companhia da Polícia Militar de Minas Gerais Junio Roberto Aureliano Matos ressaltou a importância da educação para um trânsito mais seguro. “Às vezes, quando o agente chega para fiscalizar, ele é hostilizado. A pessoa reclama, diz que vamos arrecadar para o governo. Tenho uma visão diferente. O Estado não quer arrecadar, ele quer educar. Como disse aqui na palestra, a gente precisa mudar a próxima geração. Quando criaram as cidades, o planejamento não foi para comportar esse fluxo intenso de veículos. Às vezes, a rua tinha apenas um carro. Hoje cada residência tem um ou até mais”, lembrou.
Santa Luzia
Com anos de experiência no trânsito luziense, Herivelton Magno, que também é guarda civil da cidade, explicou o que motivou a realização do seminário: “Só no ano passado, registramos 2.468 acidentes de trânsito no município. É um alto índice para uma cidade com 218 mil habitantes. Diante disso, todo mês de maio nós fazemos programações voltadas ao Maio Amarelo, para que possamos reduzir os acidentes de trânsito em Santa Luzia e região metropolitana”, contou.
A Guarda Civil de Santa Luzia é composta por 71 agentes de segurança pública, que também atuam na fiscalização do trânsito da cidade. A Lei 13.022/2014, mais conhecida como Estatuto Geral das Guardas Municipais, permite que as Guardas Municipais possam exercer funções de trânsito. Além disso, o Supremo Tribunal Federal (STF), em agosto de 2015, reconheceu por seis votos a cinco que guardas municipais têm a competência para fiscalizar o trânsito. O plenário do Tribunal entendeu essa atribuição com base no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que estabeleceu que autoridade é comum aos órgãos federados.