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JUN
07
07 JUN 2021
GABINETE DA PREFEITA
Em formação com gestores da Prefeitura, economista analisa administração pública frente às mudanças na sociedade  
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O economista, pesquisador e ex-presidente da Fundação Perseu Abramo, Márcio Pochmann, participou nesta segunda-feira (7/6) de um encontro virtual de formação promovido pela Prefeitura de Contagem, que contou com a prefeita Marília Campos.

A iniciativa serviu para discutir, dentre outros temas, o papel da administração pública diante do cenário de mudanças conjunturais ocorridas no país nos últimos anos.

O encontro, que contou com a participação dos secretários municipais, administradores regionais e assessores de governo, faz parte do processo de formação da atual gestão, no sentido de adequar a gestão às realidades econômicas, sociais e políticas e, com isso, melhorar a prestação dos serviços públicos na cidade. Esse foi o segundo encontro de formação da equipe de governo.  

Marília Campos abriu a reunião contextualizando o economista sobre a situação do município, terceiro maior em arrecadação no estado, com uma população de cerca de 640 mil habitantes, além da crise social provocada pela pandemia da Covid-19 na cidade.  

“Se nós já tínhamos um problema grave de desigualdade social antes da pandemia, depois dela, a situação se agravou ainda mais, com o desemprego, a informalidade e a fome. Nós, como poder público, lidamos com desafios de toda a ordem. Diante disso, a gente busca uma governabilidade com capacidade de articulação política para resolver esses problemas”, contextualizou a prefeita.  

Pochmann, por sua vez, parabenizou a chefe do executivo pela coragem em liderar um município em meio aos desafios políticos, sanitários e econômicos agravados pela pandemia - mas que já se desenrolavam no país, com uma série de desmontes das políticas públicas, retirada de direitos, ampliação da pobreza, dentre outras medidas de impacto nacional. 

O economista elencou uma série de mudanças nas comunicações, no modo de vida das pessoas, nas relações de trabalho, que, ao seu ver, reforçam a importância de readequação do poder público para lidar com essas transformações.   “Estamos falando de uma sociedade de serviços em que os brasileiros estão ficando de fora. O número de pessoas desempregadas que vivem de bico no Brasil, segundo o IBGE, representa 40% dos brasileiros. Somos um país em pleno 2021 que, pelo oitavo ano, não tem crescimento econômico. Se não tem crescimento econômico, qual é o papel da arrecadação? Como vai gerar emprego? Impossível”, ressaltou.   

Pochmann prosseguiu afirmando que, no ano passado, com a recessão de 4,1%, o país passou a ocupar a 12ª posição na economia do mundo.  “Em 2014, nós éramos a oitava economia do mundo. Hoje somos a 12ª. Há um retrocesso econômico enorme.  Essa é uma questão fundamental para se reconhecer do ponto de vista da administração pública. Quais são as possibilidades, desafios nesta nova época que está em curso. É uma época de dificuldades, certamente, mas, ao mesmo tempo, de grandes oportunidades em relação à mudança da forma de administrar a cidade” ponderou.  

Formação e conhecimento para a vida 

Para o economista, a sociedade migrou da esfera industrial para a de serviços. Com isso, a educação também precisa se adequar à nova realidade. “Essa sociedade de serviços é a sociedade do conhecimento e da informação. Portanto, a ideia de formação e de educar apenas crianças e adolescentes me parece que está mais conectada com uma sociedade industrial do que com esta sociedade de serviços. Nesta sociedade, a educação é para a vida toda. Não somente para o trabalho, mas para a convivência, para o entendimento. Uma sociedade em que o modelo de negócios está relacionado a dados. Hoje, a principal riqueza são os dados que nós disponibilizamos gratuitamente para as grandes empresas estrangeiras, sobretudo, norte-americanas”, projetou. 

Dados

De acordo com Márcio Pochmann, sem o controle do censo demográfico realizado pelo IBGE, os dados da população ficam sob a custódia das empresas privadas, comprometendo o planejamento das políticas públicas. “Hoje estamos vivendo uma realidade no Brasil que, sem o censo demográfico, sem o papel do IBGE, as empresas privadas têm mais informação sobre a nossa sociedade do que o poder público. O Google conhece mais o brasileiro do que qualquer poder público. Essa é outra questão importante, ou seja, o acesso à gestão da informação. Para que serve esta informação? As informações disponíveis permitem planejar, permitem organizar, fazer monitoramento e assim por diante. Isso vai colocando em xeque o sistema tradicional de representação”, alertou  

Por fim, o economista encerrou a sua explanação com a reflexão de como o município pode organizar suas políticas públicas diante de cenário nacional de dificuldade fiscal, com problemas sociais crescentes, além da demanda por emprego. “Essa mudança de época abre espaço, ao nosso ver, para alterações no modo de gerir, de governar, de fazer mais com menos custos e de como operar de forma integrada e articulada”, observou. “Gostei muito desta ideia dos comitês, porque isso já facilita o planejamento de forma articulada”, complementou Pochmann, em referência à implantação dos comitês locais na cidade.  

Marília Campos, por sua vez, observou as transformações do modo de vida da população, de ocupação do espaço urbano e de se comunicar com o poder público, antes e depois da pandemia. “O que a gente quer é ter um poder público que seja mais presente e fazer de Contagem uma cidade digital, para, inclusive, ter essa relação com a comunidade.  O desafio colocado é muito grande, mas a gente conta com a academia para nos ajudar nesta construção de um novo diálogo com a sociedade. Acho que a ideia de construir grandes pactos, como o que a gente adotou para enfrentar a pandemia, com o Pacto pela Vida, por exemplo, não é governar por decreto. É governar construindo consensos. Talvez esta seja a grande diretriz adotada pelo nosso governo”, enfatizou.  

 

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