A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foi o palco, nessa quinta-feira (5), de debates e apresentações que trataram formas de preservação e conservação das nascentes urbanas e a gestão das águas do Ribeirão do Onça. Além disso, o Simpósio da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Onça deu espaço para que a participação da sociedade, por meio de comunidades que vivem próximas ao ribeirão, cuidadores de nascentes e demais entes envolvidos.
Na oportunidade, diversos especialistas abordaram, em mesas redondas e rodas de conversa, a governança dos recursos hídricos e a valorização das nascentes urbanas. Eles apontaram projetos exitosos, dissertaram sobre o que deve ser feito e relataram os principais desafios a respeito da questão. Durante o simpósio, que ocorreu das 13h às 21h30, houve apresentações artísticas, exposição fotográfica e feira solidária.
Segundo o presidente do Comitê de Bacia Hidrográfica CBH-Velhas, Marcus Vinícius Polignano, o evento prega o reconhecimento da importância da bacia do Onça, que tem nascentes também em Contagem, que contribui para a formação da Pampulha e, consequentemente do Rio das Velhas. “Estamos unindo todos os movimentos sociais e ambientais, que lutam nessa região, pela preservação das nascentes urbanas e dos rios e córregos buscando, junto aos órgãos do poder público, uma ação de recuperação da qualidade das águas desse rio”, explicou.
Para o diretor de Planejamento Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semas), e coordenador do Subcomitê de Bacia do Onça, Eric Machado, a participação popular é fundamental para a construção de políticas públicas que tratam o tema. “Esse simpósio veio para integrar a parte acadêmica, poder público, sociedade e comunidade, mostrando o que tem sido feito individualmente e em conjunto”, disse.
Citando o projeto Contagem das Nascentes, Eric lembrou, ainda, que cadastrar nascentes não é só uma questão técnica, mas também de conhecimento e de experiência. “Contagem está na vanguarda, porque nós pegamos a metodologia de cadastro de nascentes e ampliamos essa metodologia com fiscalização e monitoramento. Criamos o que, já em 2017, ganhou o 1º prêmio Boas Práticas salve o Rio São Francisco e, nas Semana da Água, catalogamos a 100ª nascente dentro do projeto”, explicou.
Futuro
Segundo Marcus Vinícius Polignano ao longo dos anos tem sido feito um trabalho árduo em prol dos rios, córregos e nascentes, mas ainda há muito a ser feito. “Conseguimos muita coisa. É preciso que a gente dimensione que há 15, 20 anos atrás a gente não tinha nenhum tipo de tratamento e hoje estamos conseguindo tirar, algo perto, de 60% desse esgoto do rio. Talvez por isso não consigamos ter tanta visibilidade assim, de rios limpos, porque ainda temos 40% do esgoto a céu aberto sendo lançado nos rios. Estamos em tratativa para tirar esse esgoto para dentro das estações de tratamento e ter rios limpos”, explicou.