Daniela Flora da Paz, 31 anos, tinha um sonho: ela sempre quis tocar violino. Mas calhou que o vai e vem da jornada não permitia que aquele desejo fosse realizado – ora era falta de dinheiro para comprar o instrumento, ora era falta de tempo para se dedicar ao seu aprendizado. Então, por três décadas, aquela inquietação permaneceu latente, até que seu pai lhe presenteou com um violino, no ano de 2014.
Mas aquele ainda não era o tempo de deslanchar: é que sua vida atribulada profissional não lhe permitia ingressar em um curso para aprender a tocar o instrumento, e a opção à mão era recorrer à internet para tentar tirar algum som nas horas livres. “Meu pai é autodidata e toca cavaquinho, violão e teclado. Ele sempre me incentivou na música”, conta Daniela. Contudo, o estudo do violino não progredia – faltava a mediação técnica profissional e presencial. Faltava o mestre.
[caption id="attachment_54365" align="aligncenter" width="392"] Foto: Elias Ramos[/caption]
Foi assim durante cinco anos, mas tudo mudou: desde o ano passado, Daniela frequenta as aulas de violino ofertadas no Espaço das Artes, equipamento vinculado à Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Juventude (Secej), e hoje se dedica ao estudo do instrumento. Um conjunto de fatores propiciou que o destino unisse Daniela e o violino, entre eles a perseverança dela e, também, o acesso proporcionado por uma política pública.
A oficina de violino é um dos muitos cursos ofertados pela Prefeitura de Contagem, por meio da Secej, no Espaço das Artes, no Parque Ecológico do Eldorado, no CSU Eldorado e também na sede da administração regional Nacional.
Os cursos, gratuitos, têm a duração de seis meses e são abertos em todo o início de semestre. Atualmente, cerca de 1.500 pessoas frequentam aulas diversas para aprender violino, violão, teclado, técnicas vocais, balé, dança de salão, teatro, artesanato, desenho, fotografia, pintura em tela e em tecido e corte e costura. A quantidade de pessoas varia conforme a oficina ofertada: há situações em que a turma tem 25 alunos, como no caso de balé, ou no máximo sete, como no caso do teclado. As idades também variam e podem ir de três anos em diante, dependendo do curso ofertado.
A ideia é a contribuir com a formação integral do ser humano, explica a coordenadora das Oficinas Culturais da Secej, Tatiane Pereira de Oliveira. “O objetivo do projeto é o de promover ações culturais e abrir espaço para que os diversos grupos sociais que compõem a população de Contagem possam externar seu modo de pensar, agir e sentir, através dos conhecimentos adquiridos na arte, na dança, na música, nos costumes, na poesia e em diversos campos do conhecimento humano”, salienta.
Ana Celina do Carmo Camilo, 31 anos, acabou de começar a frequentar a oficina de violino do Espaço das Artes. Ela tem tios que são músicos e também quer entrar para essa banda da família, mas sabe que, para isso, terá que treinar muito: “Sempre tive interesse e, quando tive a oportunidade, me inscrevi na oficina. A professora explica tudo e dá toda a instrução teórica e técnica, mas é bastante difícil tocar. Tem que ter persistência, porque senão a gente desiste. Eu mesma já pensei em desistir. Precisa muito treino e dedicação”, adverte Ana Celina.
A professora de violino do Espaço das Artes, Cristiane Macedo, integra a orquestra da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG). A mestra bate na tecla da prática contínua do violino. “É difícil demais, mesmo, mas mais bonito ainda é tocar”, ensina.
Confira as oficinas ofertadas em cada equipamento público:
- Espaço das Artes: balé, violão, violino, teclado, teatro, pintura em tela/tecido, Desenho, tricô, fotografia e artesanato. Telefone: 3352-5044.
- Parque Ecológico Eldorado: balé, dança de salão, desenho, fotografia, teatro, pintura em tela/tecido, violão, corte e costura e artesanato. Telefone: 3392-1372.
- CSU Eldorado: balé, dança de salão, pintura em tela/tecido, violão e teatro. Telefone: 3392-1372.
- Regional Nacional: técnicas vocais, desenho, artesanato e teatro. Telefones: 3397-1098/3913-6053.
