Ir para o conteúdo

Prefeitura Municipal de Contagem e os cookies: nosso site usa cookies para melhorar a sua experiência de navegação. Ao continuar você concorda com a nossa Política de Cookies e Privacidade.
ACEITAR
PERSONALIZAR
Política de Cookies e Privacidade
Personalize as suas preferências de cookies.

Clique aqui e consulte nossas políticas.
Cookies necessários
Cookies de estatísticas
SALVAR
Prefeitura Municipal de Contagem
Acompanhe-nos:
Rede Social Facebook
Rede Social Instagram
Rede Social Flickr
Notícias
JUN
26
26 JUN 2025
CULTURA
Noite do Cinema Brasileiro reforça políticas públicas para a produção no audiovisual
receba notícias

Na última terça-feira (24/6), o auditório da Prefeitura foi palco da “Noite do Cinema Brasileiro”, ação comemorativa do CineClube Contagem pelo Dia do Cinema Brasileiro (19 de junho). O evento reuniu realizadores, artistas, pesquisadores e o público da cidade para refletir sobre os rumos, desafios e potencialidades do audiovisual no país. A iniciativa contou com o apoio da Associação de Apoio aos Produtores de Cinema Independente e de Audiovisual (AAPCINE).

Com o tema “Novas linguagens, perspectivas e desafios do Cinema Brasileiro”, o encontro destacou a centralidade das políticas públicas para garantir a produção descentralizada de obras audiovisuais e a formação de público nas comunidades. A roda de conversa trouxe visões complementares sobre os caminhos do cinema brasileiro, com foco na valorização da diversidade, das narrativas plurais e da urgência de políticas estruturantes para o setor.

Mediado pela professora e curadora do CineClube Contagem, Mônica Alves, o debate contou com nomes expressivos do audiovisual local e regional. O realizador e coordenador do projeto “Rede de Olhares”, Clério Dornell compartilhou sua trajetória na produção independente e sua atuação como formador de público em escolas públicas. A multiartista e realizadora Zi Reis trouxe sua experiência com o audiovisual como ferramenta pedagógica e de transformação social nas periferias.

O jornalista e preservador audiovisual Alexandre Pimenta contribuiu com reflexões sobre a importância da memória cinematográfica brasileira e casos de realizadores que por falta de investimento abandonaram suas obras. A diretora e roteirista Karen Suzane, premiada por obras autorais que abordam temáticas femininas e sociais, falou sobre os bastidores da criação independente e a relevância do investimento público para viabilizar projetos. Já o jovem ator Alex Alcântara abordou os desafios da atuação em produções e as oportunidades que surgem a partir das iniciativas comunitárias.

Encerrando o grupo de convidados, a professora, pesquisadora e presidenta da Associação de Profissionais do Audiovisual Negro (APAN), Tatiana Carvalho, trouxe uma análise crítica sobre a urgência de narrativas diversas e o papel da representatividade como forma de resistência e inovação. Para ela, a pluralidade não é apenas um tema político, mas também um valor estético e criativo indispensável ao cinema contemporâneo. “Estamos vivendo um momento político de negação da nossa pluralidade e da nossa diversidade — não como iguais, mas como diferentes que coexistem em situação de possível igualdade, porque não somos todos iguais — e isso se torna problemático quando essas diferenças são hierarquizadas. Por isso, acredito que uma das grandes inovações possíveis para o cinema e para o audiovisual não está apenas na tecnologia, mas na capacidade de reconhecer essa pluralidade, levando em consideração a necessidade de povoar o nosso imaginário com histórias disruptivas que nos representem”, pontuou Tatiana.

Ao longo da conversa, os participantes destacaram a importância de políticas públicas contínuas e de uma infraestrutura adequada para sustentar um ecossistema audiovisual forte e acessível. Também apontaram a precarização da cadeia produtiva, a escassez de equipamentos culturais nas periferias e a burocracia dos editais como entraves persistentes à realização de projetos.

A superintendente de Políticas Culturais de Contagem, Aniele Leão, propôs o uso estratégico de espaços escolares como centros de cultura e formação. Segundo ela, as escolas municipais possuem teatros, bibliotecas e auditórios que podem e devem ser ocupados por ações culturais abertas à comunidade. “Enquanto não conseguimos ampliar a rede de equipamentos culturais, precisamos pensar em como cultura e educação caminham juntas”, afirmou, destacando a relevância do debate para o novo Plano Municipal de Cultura.

No encerramento, os participantes projetaram o futuro do cinema brasileiro com foco na inovação, na criação colaborativa e na resistência como forma de reinvenção. A atriz de teatro contagense Gabriela França, destacou o papel do cinema na construção da identidade local e no fortalecimento do sentimento de pertencimento. Para ela, tudo isso está diretamente ligado à presença de políticas públicas consistentes. “Tudo isso se conecta com a política pública de democratização do acesso. É esse cinema no qual eu consigo me ver, onde minha mãe, meu irmão também se reconhecem. A gente caminha junto e conversa sobre isso. É assim que construímos uma identidade local. Contagem, por muito tempo, foi chamada de cidade-dormitório — todo mundo saía para Belo Horizonte para trabalhar, para fazer carreira. A gente ia lá ‘ser famoso’. E depois voltava só para dormir. Mas agora estamos rompendo com isso. Com a luta dos artistas, dos trabalhadores da cultura, estamos mudando essa realidade. Contagem tem coisas para serem vividas, e o que ainda falta é esse sentimento de pertencimento”, afirmou.

CLIQUE AQUI e acesse a galeria de fotos. 

Autor: jornalista Pablo Abranches / edição Vanessa Trotta
Seta
Versão do Sistema: 3.4.3 - 10/03/2025
Copyright Instar - 2006-2025. Todos os direitos reservados - Instar Tecnologia Instar Tecnologia