A equipe da Superintendência de Políticas para Mulheres de Contagem vem promovendo palestras e capacitações em diversos locais da cidade para tratar sobre a temática da violência doméstica. A Superintendência, ligada à Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania, tem como um dos objetivos a conscientização da população para que os mesmos sejam multiplicadores de informações, fazendo com que os cidadãos conheçam a lei e a efetivem.
As atividades de final de ano estão dentro da programação dos "16 Dias de Ativismo" contra a violência de gênero, que começou no dia 20 de novembro. No Brasil, a campanha ocorre desde 2003 e é chamada de 16+ 5, pois item início no Dia da Consciência Negra (20 de novembro), de acordo com a Procuradoria Especial da Mulher.
Capacitação a Guarda Civil de Contagem (GCC)
Em busca de aprimoramento, a Patrulha de Proteção à Mulher da GCC solicitou à Superintendência de Políticas para Mulheres que fosse ministrado curso para que os guardas compreendessem melhor o cenário de violência contra a mulher na cidade de Contagem. Dessa forma, a superintendente Gê Nogueira, que coordena o Espaço Bem Me Quero, organizou o Curso de Proteção à Mulher – Mulher em Situação de Violência. O primeiro módulo foi ministrado para 20 Guardas Civis de Contagem, no início do mês.
O secretário de Defesa Social, Décio Camargos, destacou a importância do curso. “Essa capacitação oferece aos nossos servidores muito mais habilidade e condição de atender os seus munícipes. Sabemos que, infelizmente, o crime contra a mulher tem viralizado, com estatísticas assustadoras, mas acreditamos que o bom trabalho, o empenho de todos nós, a união e o estreitamento das secretarias possam diminuir esses índices alarmantes”, disse.
O secretário também compartilhou o desejo de aumentar o número de profissionais capacitados pelo curso. “Queremos disponibilizar, na medida do possível, mais guardas para fazer essa capacitação. Acreditamos que isso é algo contínuo. Quero parabenizar a Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania pela magnífica iniciativa e, também, quero deixar nossa secretaria de portas abertas para tudo àquilo que for necessário. Agradeço ao prefeito Alex de Freitas pela liberdade de atuação, por todas as condições dadas às secretarias de Defesa Social e de Direitos Humanos, sempre focado no cidadão e na cidade de Contagem”, disse.
Os profissionais conheceram, neste primeiro módulo, a competência da Superintendência de Política Pública para Mulheres, o serviço do Espaço Bem-Me-Quero, Disque 153 e Patrulha de Proteção a Mulher. “Esta capacitação é fundamental para preparar o efetivo da Guarda Civil na abordagem e atendimento às mulheres em situação de violência doméstica. Este tipo de violência tem um trato especial, pois a vítima se encontra em situação traumática e o atendimento requer cuidados para evitar revitimização. A violência não se rompe sozinha. O que salva a mulher é a informação”, destacou Gê Nogueira.
“Achei de extrema importância essa capacitação para o meu serviço. Nós, guardas, somos treinados para todos os tipos de ocorrência, mas nesse caso de mulher em situação de violência doméstica nós percebemos que é totalmente diferente a abordagem. O primeiro módulo do curso mostrou todo fluxo de atendimento à mulher e pudemos conhecer tudo que o município oferece à mulher. Foi sinalizado os desafios que enfrentamos ao lidar com essa situação e qual o caminho devemos seguir dentro do fluxo de atendimento”, disse a gerente da GCC, Rina.
Conforme portaria nº 78, publicada no Diário Oficial de Contagem em 23/10/19, na edição nº 4691, a Guarda Civil de Contagem instituiu a Patrulha de Proteção à Mulher cuja guarnição é composta pela gerente Rina e pelo supervisor Pedro. Compete à Patrulha de Proteção à Mulher da Guarda Civil de Contagem, o atendimento de ocorrências que envolvam mulheres vítimas de violência doméstica assim como promover ações para garantir os direitos e conscientizar a comunidade contagense da situação dessas mulheres.
Campanha Laço Branco
No dia 6/12, data da realização da Campanha Brasileira do Laço Branco, que tem por objetivo atuar em consonância com outros movimentos pela equidade de gênero e justiça social, a superintendente Gê Nogueira visitou a Prefeitura de Contagem, a Câmara Municipal, as secretarias, o Fórum de Contagem e o Ministério Público para transmitir a mensagem aos poderes do Executivo, Legislativo e Judiciário sobre a necessidade dos homens aderirem à causa. Atualmente, essa campanha está presente em mais de 55 países, sendo apontada pela ONU como a maior iniciativa mundial voltada para o envolvimento dos homens com a temática da violência contra a mulher.
Para o secretário de Direitos Humanos e Cidadania, Marcelo Lino, é sempre importante conscientizar a população sobre o tema da violência contra a mulher. “Em Contagem, por determinação do prefeito Alex de Freitas, fazemos um trabalho com o objetivo de combater essa violência contra as mulheres. Ao longo do ano, por meio da Superintendência de Políticas para Mulheres são promovidas várias palestras, roda de conversa, capacitação para informar a população quanto a esse tema”, disse Marcelo.
Em 6 de dezembro de 1989, Marc Lapine, um jovem de 25 anos, entrou em uma sala de aula da Escola Politécnica de Montreal, no Canadá, e pediu para que todos os homens se retirassem. Marc começou a atirar contra todas as estudantes enquanto gritava: “eu odeio as feministas”, e depois suicidou. Com ele, foi encontrada uma carta dizendo que não suportava que mulheres frequentassem a faculdade de engenharia e o quanto as feministas destruíram a sua vida, além de uma lista com 19 nomes de feministas canadenses que, para ele, deveriam morrer.
O crime resultou na morte de 14 meninas e motivou um grupo de homens canadenses a realizar a campanha do Laço Branco, com o objetivo de envolver os homens no combate à desigualdade e à violência de gênero. O lema do movimento é “comprometer-se a nunca cometer, perdoar ou permanecer calado sobre a violência contra mulheres e meninas". No Brasil, a data do Massacre de Montreal foi escolhida para marcar o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres, segundo a lei 11.489/07. A data marca o compromisso dos homens na luta em combate a violência de gênero contra meninas e mulheres.