Leia a matéria, assista ao Contagem Pod e entenda como será o funcionamento do SIM.
Contagem está se preparando para viver uma verdadeira transformação com a implantação do Sistema Integrado de Mobilidade (SIM), que vai substituir o atual modelo de transporte público, que é considerado ultrapassado, fragmentado e ineficiente. O novo sistema utiliza o modelo com linhas alimentadoras, que percorrem os bairros e levam os passageiros até as estações e terminais, onde eles vão poder acessar as linhas troncais, que seguem pelos corredores principais, em faixas exclusivas e preferenciais.
“O usuário vai poder se deslocar por toda a cidade, com mais rapidez e facilidade, pagando uma tarifa única.
O SIM vai conectar regiões do município que antes eram segregadas pela distância e por um transporte público ineficiente.
O objetivo é de que todos os bairros sejam atendidos pelo SIM, corrigindo um problema histórico do transporte público,
facilitando a vida e abrindo muitas novas oportunidades para o cidadão de Contagem.”
Presidente da Transcon, Rodrigo Tomaz
O presidente da autarquia explicou ainda que as próprias características da cidade impõem desafios que devem ser superados com o novo sistema. “A gente conta com uma empresa de consultoria, que vem fazendo estudos para o redimensionamento de toda a rede de transporte público, tanto municipal como na integração metropolitana. Isso porque Contagem é uma cidade que tem uma tipologia diferente de transporte público, o que nos deixa muito reféns do transporte metropolitano”.
Atualmente, mais de 700 linhas de ônibus metropolitanos circulam em Contagem, contra aproximadamente 258 linhas municipais. A proposta com o SIM é redimensionar a rede municipal de transporte público, tornando mais universalizado e inclusivo o atendimento, melhorando, inclusive, a integração com as linhas metropolitanas. “Isso pode reduzir o número de ônibus que trafegam pelos grandes corredores, tornando mais eficiente o atendimento aos usuários nos bairros e reduzindo o tempo das viagens”, reforçou Tomaz.
Obras em andamento
Os cidadãos de Contagem andam pela cidade e observam estações e terminais prontos, mas não entendem o que falta para que o SIM comece a operar. Segundo o secretário Municipal de Obras, Rômulo Perilli, algumas obras, essenciais para a implantação, ainda estão em execução.
“É muito complicado dar início a operação de um sistema de grande porte e com grande impacto para a população,
sem estar com toda a infraestrutura terminada. Então há esse cuidado da gestão municipal, de preparar tudo,
da melhor forma, antes de iniciar a operação.”
Secretário de Obras, Rômulo Perilli
As dez estações - municipais e metropolitanas - do Corredor Norte-Sul e os terminais Petrolândia e Ressaca estão concluídos - Fotos: Adelcio Ramos/PMC (1 e 2) e Luci Sallum/PMC (3 e 4)
O secretário informou que muitas obras estão prontas, como o corredor BRT Norte-Sul, que conta com dez estações finalizadas, com um módulo municipal e outro metropolitano cada. Há dois terminais prontos, um no Petrolândia e outro no Ressaca e, outros dois, nas regiões Sede e Vargem das Flores, estão em construção; além do viaduto Integração (Teleférico), que deve ser entregue em agosto deste ano. “Ainda tem a avenida Maracanã, que é uma obra de 4,5 km de extensão e que deve ter o primeiro trecho, de 1,5 km, finalizado em breve. Outra parte, de mesma dimensão, deve ficar pronta até o fim deste ano e toda a obra tem previsão de estar concluída em 2026”.
Em construção, o Terminal Sede e o viaduto Integração (Teleférico) integram as obras do SIM e vão interligar vários pontos da cidade - Fotos: Adelcio Ramos/PMC
Operação eficiente e moderna
O Sistema Integrado de Mobilidade se apresenta como a possibilidade de elevar o nível de qualidade, agilidade, conforto e eficiência do transporte público de Contagem, o que, segundo o presidente da Transcon, vai ser alcançado com uma operação mais inteligente e o redimensionamento da rede.
“O ganho se baseia na utilização dos corredores Norte-Sul, com faixas exclusivas; e Leste-Oeste, com faixas preferenciais; pelas linhas troncais, que contam com ônibus com maior capacidade de passageiros. Elas vão interligar com mais rapidez os quatro terminais, passando pelas estações e paradas de embarque e desembarque”, explicou Rodrigo Tomaz.
De acordo com Tomaz, nas estações e terminais, os passageiros que acessarem diretamente ou que forem trazidos dos bairros pelas linhas alimentadoras, vão escolher a melhor opção para chegar ao seu destino. “Por exemplo, uma pessoa que sai do bairro Nacional e precisa chegar ao trabalho na Cidade Industrial, vai pegar uma linha alimentadora até o Terminal Ressaca, de lá seguirá para o corredor Norte-Sul, que o levará até a região de destino”.
Obras do SIM já entregues
Mais do que apenas terminais e estações, a implantação do SIM necessita de obras estruturais de mobilidade, algumas delas concluídas e que já trazem benefícios para a mobilidade em Contagem. “Tanto o viaduto da Ceasa quanto os viadutos das Américas I e II são bons exemplos, assim como a trincheira do Itaú, pois já fazem parte do dia a dia das pessoas pela melhoria na mobilidade. Tem também as obras na avenida Pio XII e outras obras que incluíam drenagem e requalificação das vias”, afirmou Rômulo Perilli.
Viadutos das Américas I e II e a alça do Sarandi, já entregues, compõem o SIM e estão contribuindo com a melhoria da mobilidade em Contagem - Fotos: Adelcio Ramos/PMC
Paralelamente às obras específicas do SIM, Contagem vem executando um programa que é essencial para o sistema de mobilidade, que é o Asfalto Novo, no qual já foram requalificados mais de 320 km de vias, o que representa mais de 20% do total da cidade. “Não se trata apenas do recapeamento, mas um trabalho de recuperação de base, sub-base, leito e subleito, além da urbanização com sarjetas e meio-fios, com a aplicação de pavimento de aproximadamente 7cm, com durabilidade prevista para até dez anos”, ressaltou o secretário.
Implantação do SIM
Um sistema complexo e tão transformador como o SIM não pode ser implantado da noite para o dia, por isso a Transcon conta, hoje, com uma equipe dedicada a esse projeto, além de uma empresa de consultoria com larga experiência nacional e internacional em mobilidade urbana.
“Eles vão trazer esse conhecimento e experiência sobre o que já foi implantado em outros lugares para estudar o que pode ser feito aqui. Estão fazendo todo o redimensionamento da rede, para saber como podemos atender da melhor forma os passageiros de Contagem, buscar esse usuário onde ele está e levar ao seu destino”, explicou Rodrigo Tomaz.
Com o trajeto menor das linhas alimentadoras, por exemplo, é possível atender ao usuário com uma maior frequência de viagens durante o dia, com uma circulação maior dentro dos bairros. “Além disso, será melhorado o atendimento nas áreas industriais, o que é uma característica muito forte de Contagem. Esse é o trabalho que a empresa de consultoria Tylin está fazendo e que entendemos que trará muitos resultados positivos”, reforçou o presidente da Transcon.
Futuro da mobilidade em Contagem
Além das obras que são essenciais para a implantação do Sistema Integrado de Mobilidade, Contagem mantém no horizonte outros projetos que também vão impactar positivamente o transporte público e o tráfego de veículos na cidade. Uma delas é a alça da avenida Helena de Vasconcelos, que será executada pelo município, e a alça da Via Expressa, no bairro Água Branca, que será feita em parceria com a prefeitura de Belo Horizonte.
“A concessionária Arteris, responsável pela BR-381, a partir de uma articulação da Prefeitura de Contagem, vai executar três obras muito importantes na via no município: a construção de duas trincheiras, nos bairros Riacho e Bandeirantes, e a duplicação do viaduto Colúmbia, também no Riacho. Já a concessionária Via Cristais, responsável pela BR-040, tem um plano de obras para a rodovia na cidade, que será muito positivo para a mobilidade. Tem ainda a ampliação da Linha 1 do Metrô, com estações no Beatriz e Parque São João, bem como o BRT Amazonas, de Belo Horizonte, que também irá melhorar a integração com a rede metropolitana de transporte”, destacou o secretário.
Segundo Rômulo Perilli, havia pouca conversa entre todos esses atores da mobilidade da região metropolitana há um ano atrás. “Hoje existe um grande entrosamento das equipes da Prefeitura de Contagem, com os prefeitos de Belo Horizonte, Betim e com o secretário de Infraestrutura do Estado (Seinfra). Então, eu acho que nós temos muitas intervenções importantes que ainda serão feitas e que vão melhorar cada vez esse sistema de mobilidade”, concluiu.