A Prefeitura, por meio da Secretaria de Educação (Seduc) promoveu, entre os dias 23 e 27 de junho, a “Semana do Migrante e do Refugiado”, com diversas oficinas em escolas da rede municipal de educação, de todas as regiões da cidade, que possuem crianças e estudantes de outros países. Ao todo, 332 crianças e estudantes migrantes, de 19 nacionalidades diferentes, são atendidas pelo município.
O projeto busca levar o reconhecimento, a escuta e a participação de crianças, estudantes e educandos migrantes que vivem em Contagem, fazendo das escolas municipais um espaço de acolhimento, convivência intercultural e construção coletiva do respeito.
Em Contagem, que há dez anos integra o programa “Escola Sem Fronteiras”, a semana do migrante foi celebrada com diversas atividades nas escolas, como explica a professora de história e referência técnica em Direitos Humanos da Seduc, Clara Borges. “A ideia foi promover uma série de oficinas. A Seduc também ofereceu material de suporte, de apoio pedagógico com sugestão de abordagens, práticas e sequências que podem ser adotados pelas escolas para promover o acolhimento das crianças e estudantes migrantes”, explicou.
Ao longo da semana as oficinas foram realizadas nas escolas municipais Heitor Villa-Lobos (Riacho), Ivan Diniz Macedo (Vargem das Flores), Profª Maria Olintha (Eldorado), Walter Fausto do Amaral (Nacional), Profª Audrei Consolação (Ressaca), Pedro de Alcântara Júnior (Industrial), Domingos José Diniz Costa Belém (Sede), e Isabel Nascimento de Mattos (Petrolândia).
E.M. Pedro de Alcântara Júnior
Na E.M. Pedro de Alcântara Júnior (Industrial) as atividades ocorreram no turno da manhã do dia 27 de junho. A unidade, que conta com 648 crianças e estudantes, da educação infantil, ensino fundamental e Educação de Jovens e Adultos (EJA), conta com 12 migrantes de cinco diferentes nacionalidades.
Segundo a vice-diretora Laíssa Miranda, a escola busca sempre abordar o respeito e a identidade entre todas as turmas e estudantes. “Temos uma relação muito boa, sempre trabalhamos a identidade com eles, respeito à diferença em sala de aula, temos palestras, inclusive abordando o bullying, porquê trabalhamos as diferenças como um todo”, disse.
Nas oficinas, foram trabalhadas com as turmas do 1º ano a contação de histórias tradicionais de países amazônicos, como Brasil e Venezuela, como a do boto cor de rosa.
Oficina de contação de histórias com turma do 1º ano da E.M. Pedro de Alcântara Júnior
Foto: Fernando Dutra / PMC
Já na turma do 3º ano foi trabalhada a oficina “Sons, cheiros e gostos de saudade”, em que os estudantes passaram pela experiência de imersão sonora e olfativa que ativaram lembranças de algo que têm saudade.
Com os olhos fechados, os jovens são apresentados a diferentes sons como de pássaros, buzinas, cantigas de roda. Ainda são apresentados cheiros diversos de cravo, canela, pimenta, papel, sais de banho e alho. Dessa forma, as crianças foram convidadas a compartilharem lembranças que aqueles sons e cheiros despertaram, histórias vividas, comidas, pessoas ou saudades.
Oficina de sons e cheiros com turma do 3º ano da E.M. Pedro de Alcântara Júnior
Foto: Fernando Dutra / Seduc
Por fim, os estudantes fizeram um desenho que representasse os sons, os cheiros e as saudades e que, posteriormente, farão parte de uma exposição. Dessa forma, o projeto desperta a oralidade, a escuta ativa e a imaginação, permitindo que as crianças reconheçam a potência de suas histórias e o valor das memórias individuais e coletivas que compõem o ambiente escolar.
Migrantes na rede municipal de educação de Contagem
A rede municipal de Contagem conta com 332 crianças e estudantes migrantes, de 19 nacionalidades diferentes. Destes, 60,5% são venezuelanos e 17,3% haitianos. Ainda, 1,6% são retornados, estudantes que nasceram no Brasil mas viveram grande parte da infância no exterior, muitos dos quais não falam português. As nacionalidades podem ser conferidas no Gráfico 1.
Gráfico 1. Nacionalidades dos estudantes da rede municipal de educação.
Fonte: Seduc
Quanto à distribuição dos estudantes pelas regionais municipais, a maioria está matriculada em escolas da Sede (24,8%), seguido pela Ressaca (15,3%), Eldorado (11,3%) e Vargem das Flores (10,9%), conforme apontado no Gráfico 2.
Gráfico 2. Matrículas de migrantes por regional
Fonte: Seduc
No que se refere às etapas de ensino, 77,2% frequentam o ensino fundamental, sendo 48,2% nos anos iniciais e 29% nos anos finais. Outros 19,6% estão na educação infantil e 2,7% na Educação de Jovens e Adultos, como apontado no Gráfico 3.
Gráfico 3. Etapas de ensino dos migrantes
Fonte: Seduc
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