Na tarde de segunda-feira (2/6), foi realizado, no auditório da Prefeitura de Contagem, o lançamento de quatro curtas-metragens do projeto Territórios Criativos, uma iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura de Contagem (Secult) em parceria com o Instituto Cultiva.
O evento contou com a presença de autoridades dos secretário Ramon dos Santos (Cultura), Lindomar Diamantino (Educação); o subsecretário de Cultura, Gilvan dos Santos; além de representantes de administrações regionais da cidade e produtores dos curtas-metragens.
O Projeto “Territórios Criativos” teve como objetivo mapear, reconhecer e fortalecer as iniciativas culturais espalhadas pelas regiões de Contagem. A ação busca criar uma rede colaborativa entre coletivos, artistas e instituições, com apoio do poder público, estimulando projetos culturais, artísticos e educativos, especialmente em territórios periféricos. A partir desse mapeamento, foram selecionadas entidades que, com base em suas vivências e saberes, produziram curtas-metragens que retratam a diversidade e a potência cultural dos territórios.
Executado pelo Instituto Cultiva, a ação contemplou, nesta edição, quatro regiões da cidade e teve como metodologia visitas, entrevistas, coleta de dados e a produção de conteúdos audiovisuais como forma de valorização e visibilidade das manifestações locais.
Uma metodologia simples, mas eficiente
Durante o evento, o secretário de Cultura, Ramon Santos, destacou a importância de utilizar ferramentas acessíveis para dar visibilidade às produções culturais dos territórios.
“Tenho insistido para que as pessoas entendam esse movimento
que está sendo feito também a partir da lente das câmeras.
É importante mobilizar a comunidade em torno da política pública
e daquilo que ela produz. O cinema aqui não é a indústria cinematográfica,
são dispositivos simples que permitem registrar o que está sendo feito
e o que está sendo proposto.
Estamos apostando numa metodologia simples, mas eficiente”.
Ramon Santos, secretário de Cultura
Etapas do projeto e diversidade cultural
Segundo a coordenadora do projeto, Rafaela Silva, a primeira etapa consistiu em um extenso mapeamento cultural. “Circulamos todas as regiões para conhecer cada instituição e expressão cultural, buscando entender seu alcance, público, e as especificidades de suas atuações. As regionais contempladas foram Vargem das Flores, Sede, Industrial e Nacional, cada uma revelando suas especificidades, desafios e potências culturais”, explicou.
A segunda etapa consistiu na seleção de quatro instituições que desenvolvem trabalhos junto a populações em situação de vulnerabilidade social, com o objetivo de produzir os curtas-metragens que retratam a diversidade das expressões culturais de Contagem.
“Selecionamos temas que representam diferentes dimensões da cultura local: a contação de histórias, com o documentário “Me Conta uma História”; as religiões de matriz africana e o enfrentamento à intolerância religiosa, em “Fé e Intolerância Religiosa”; o fortalecimento do pertencimento territorial, com “Barraginha: Arte e Pertencimento”; e a luta por espaços públicos culturais, abordada no documentário “O Parque do Vale dos Sonhos”, disse ela.
“As instituições e coletivos responsáveis pelas produções, respectivamente, foram: o Coletivo 1,2,3 Contagem de Histórias; o Centro Espírita Ogum Beira Mar/Ilê Asé Igba Ogum; o Grupo Alvoroço; e o Coletivo As 3 Graças", completou a coordenadora.
O projeto contou com a atuação de uma equipe multidisciplinar que realizou o mapeamento e desenvolvimento cultural de Contagem, como Denise Aparecida da Silva (pedagoga); Natália Fernanda dos Santos (assistente social e especialista em gestão do desenvolvimento humano nas organizações); e Pâmela Carla da Silva Soares (especialista em psicologia clínica).
A cultura como instrumento de inclusão
Morador da região Nacional e integrante do grupo Alvoroço, Alex Alcântara, destacou a importância do projeto para descentralizar o acesso à cultura e valorizar a produção artística dos locais mais afastados do centro da cidade. “Muitas vezes estamos fora do circuito cultural por conta da distância e da dificuldade de acesso. Esse projeto mostra que as pessoas também podem vir até a nossa região para conhecer a arte que produzimos. O parque do Vale dos Sonhos, por exemplo, é um verdadeiro refúgio cultural e precisa de mais atenção”, ressaltou.