O serviço de teleatendimento nas UPAs foi destaque no Seminário Internacional sobre Experiências Inovadoras em Atenção Especializada em Saúde (AES). O evento teve como objetivo dar visibilidade a ações e projetos que contribuem para a qualificação do atendimento ambulatorial e hospitalar no Sistema Único de Saúde (SUS).
Desde que foi implantado, em 2023, o serviço já contabiliza mais de 62 mil consultas realizadas. A organização do fluxo é coordenada pela Central de Telemedicina, que recebe as solicitações e as direciona, conforme a necessidade de cada paciente nas unidades, otimizando o uso dos recursos e garantindo uma resposta mais rápida. As consultas de teleatendimento são feitas, exclusivamente, nas unidades (UPAs).
Diante do aumento da demanda nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da cidade, especialmente em períodos sazonais, o serviço de teleatendimento tem se consolidado como uma ferramenta estratégica para ampliar o acesso da população à saúde pública. Conforme gestores do sistema, essa modalidade tem contribuído significativamente para a redução do tempo de espera, oferecendo mais agilidade e eficiência no acolhimento dos usuários.
Gestores municipais representam Contagem durante a realização do seminário, que selecionou o projeto de telemedicina implantado nas UPAs para agilizar atendimento. Foto: arquivo SSA
Seminário Internacional
A seleção dos projetos foi realizada por meio do mapeamento e da análise crítica de experiências inovadoras na AES, coordenado pela Fundação Educacional Lucas Machado (Feluma), em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e o Ministério da Saúde. A iniciativa visa identificar práticas que estão qualificando e transformando o atendimento especializado no SUS, em Minas Gerais. O evento aconteceu nos dias 8 e 9 de maio, no espaço Feluma, localizado no centro de Belo Horizonte.
De acordo com o diretor geral do Complexo Hospitalar, Eduardo Penna, a proposta de ampliação do teleatendimento para a atenção básica busca reorganizar o fluxo de pacientes e fortalecer a rede de atenção primária. "Estamos em fase de testes para expandir o modelo de teleatendimento também para a atenção básica, com o objetivo de atender à demanda espontânea nas Unidades Básicas de Saúde. A ideia é evitar que casos de baixa complexidade sobrecarreguem as UPAs, redirecionando essas situações, sempre que possível, para as UBSs por meio do atendimento on-line. É uma estratégia para tornar o cuidado mais eficiente, próximo da comunidade e alinhado à lógica da atenção primária no SUS", esclareceu.
O seminário reuniu práticas que estão impactando positivamente a rede pública de saúde em Minas. Entre as propostas apresentadas, destacam-se soluções que envolvem telessaúde, implantação de linhas de cuidado, além de projetos integrados com instituições de ensino, promovendo a união entre prática assistencial e formação acadêmica.
A Mostra Virtual de Experiências Inovadoras em AES reúne vídeos de projetos selecionados que continuam disponíveis no site oficial expinova.feluma.org.br. No portal, é possível conhecer de perto as iniciativas que vêm contribuindo para a modernização e qualificação do SUS em Minas Gerais.
Saiba como funciona o teleatendimento nas UPAs
O funcionamento da telemedicina é feito somente nas UPAs. Após a triagem, os pacientes adultos com idade até 60 anos, de casos leves, classificados como verde ou azul, por meio do protocolo de Manchester, são encaminhados para consulta (sala na própria unidade). Desse fluxo do verde a azul, a gente exclui apenas dor precordial e dor abdominal. As consultas são feitas por médicos a partir de uma Central de Telemedicina com estrutura segura e tecnologia adequada.
São até 150 atendimentos por dia, chegando a 3.200 atendimentos por mês, com possibilidade de aumento conforme a demanda. Cada consulta ocorre em uma cabine, com acompanhamento de um técnico de enfermagem. Ao final, o paciente recebe impresso a receita ou atestado, se for o caso, em mãos. Se houver necessidade de medicação na UPA, o médico prescreve, preferencialmente, por via oral ou intramuscular, e após a medicação, o paciente recebe alta sem necessidade de nova reavaliação. Se forem necessários exames ou verificação de sinais vitais, o paciente é acompanhado por um profissional para coleta e depois reavaliado por médicos presenciais. A central ajuda a distribuir os atendimentos entre as UPAs, reduzindo o tempo de espera. As principais queixas atendidas são dor de cabeça, dor nas costas, infecção urinária, diarreia, resfriado e outras condições leves.