“Prevenir é melhor que remediar, pois os acidentes de trabalho geram consequências para o trabalhador, para a sociedade e para a empresa, seja esta pública ou privada": com este lema, a Superintendência de Medicina e Segurança do Trabalho, ligada à Secretaria Municipal de Administração (Sead) está desenvolvendo ações junto aos servidores públicos municipais, em busca de reflexão, adoção de cultura prevencionista e intervenção nos ambientes de trabalho.
A reflexão deve ser constante e, nesta data (28/4) remete ao momento ápice do “Abril Verde”, quando se comemora o Dia Internacional em Memória às Vítimas de Acidentes de Trabalho, instituído pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
No Brasil, a lei nº 11.121/2005 estabeleceu a data oficialmente, que é relembrada sobre a importância da prevenção e cuidado no trabalho. As ações junto aos servidores públicos vão desde palestras, rodas de conversa, dinâmicas, seminários, entre outras ações.
Independente de reforçar as ações preventivas no “Abril Verde”, a Superintendência de Medicina e Segurança do Trabalho já desenvolve uma agenda preventiva, anualmente. Todos os servidores têm a missão de disseminar o conhecimento sobre os riscos e as medidas preventivas em seu setor de trabalho.
Segundo a gerente de Segurança do Trabalho, Patrícia Monteiro dos Santos, anteriormente, os setores entendiam que cabia apenas ao setor Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) a prevenção dos acidentes de trabalho, ao passo que, atualmente, este serviço vem capacitando servidores para que multipliquem a cultura da prevenção.
Perdas para o trabalhador, sociedade e empresa
O Brasil é um dos países em que se registra mais ocorrências de acidente de trabalho no mundo e ocupa o quarto lugar no ranking mundial quanto às taxas de acidentes e mortalidade no trabalho, segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho). O levantamento aponta que a cada três horas no país, uma pessoa morre vítima de acidente de trabalho.
Outro levantamento, realizado pelo Observatório de Saúde e Segurança do Trabalho, informa que o País contabilizou mais de 7 milhões de acidentes de trabalho com trabalhadores registrados no regime CLT, entre 2012 e 2022. A média é de um caso a cada 51 segundos.
A gerente de Segurança do Trabalho, Patrícia Monteiro dos Santos, elencou alguns exemplos das consequências advindas de acidentes do trabalho, dentre eles, lesões graves, incapacidades, doenças ocupacionais, traumas psicológicos e até o óbito. “Isso sem falar nos custos diretos e indiretos como tratamento médico, reabilitação, necessidade de cuidador, indenizações, perda de produtividade, interrupção de processos, treinamento de profissionais novos”, disse.
Ações preventivas em curso
Parte das ações preventivas são previstas no Inventário de Riscos Ocupacionais (IRO) realizado nas secretarias e autarquias municipais.
"O IRO serve como um diagnóstico que embasa as ações, identificando adequações necessárias para garantir um ambiente laboral saudável previstas nos instrumentos normativos da legislação trabalhista e do regime próprio. Ele já identificou melhorias necessárias em relação ao mobiliário, iluminação, instalações elétricas, pisos, escadas e outros fatores de riscos que podem ocasionar um acidente.
Estatísticas de Acidente de Trabalho
Outra fonte de dados para as ações preventivas são as estatísticas de acidente do trabalho. As estatísticas revelam os pontos mais vulneráveis em relação aos acidentes de trabalho e que devem ser priorizados nas ações preventivas. Esses dados compõem uma base importante para a construção de ações preventivas.
De acordo com a estatística de Comunicação de Acidente de Trabalho, da Gerência de Segurança do Trabalho (CAT), nos últimos 5 anos foram comunicados 326 acidentes de trabalho, sendo 239 ocorridos durante o trabalho e 87 no deslocamento para o trabalho ou retorno para casa.