Governo visa atingir, o quanto antes, o mínimo de 30% dos custos com compra alimentos nos equipamentos públicos do município, começando pelos restaurantes populares, por meio do Programa de Aquisição de Alimentos Institucional.
Em busca do fortalecimento da segurança alimentar e nutricional e da agroecologia em Contagem, a Prefeitura deu mais um passo importante para melhorar a qualidade das refeições servidas nos restaurantes populares por meio da compra de produtos da agricultura urbana local. Nessa quarta-feira (12/02), em visita à área produtiva da comunidade quilombola dos Arturos, no bairro Vera Cruz, representantes da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, Trabalho e Segurança Alimentar (SMDS), Irmandade Nossa Senhora do Rosário da Comunidade Quilombola dos Arturos, Associação Renascer e o Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Contagem (Comsan), conversaram com os representantes locais, alinhando ideias e processos para viabilizar a compra de alimentos produzidos na unidade comunitária local. A proposta é integrar os cardápios dos restaurantes populares do município, fomentando a ampliação da agricultura urbana agroecológica, gerando renda e sustentabilidade para as comunidades e, ainda, levando qualidade de produtos cultivados sem agrotóxico para o prato da população, a um preço acessível.
“A nossa ideia é começar um processo, que tem a meta mínima de alcançar os 30%, mas que vai depender, ainda, de um tempo para conseguirmos atingir. Isso requer documentação, capacitação, possibilidade, produção e logística. Iniciando o processo agora, vamos chegar, o quanto antes, a esse percentual.”, destacou o secretário municipal de Desenvolvimento Social, Trabalho e Segurança Alimentar, Marius Carvalho.
“Após esta visita, enviaremos um ofício para os Arturos, com as regras, tabela de preços, o que há possibilidade de fornecer para os restaurantes e aguardaremos uma resposta para, posteriormente, ocorrer a questão da logística, ajudando no abastecimento dos restaurantes.”, disse Marius.
Comunidade dos Arturos poderá fornecer alimentos produzidos para os restaurantes populares
“Nosso objetivo é priorizar a agricultura local, gerando renda, trabalho, circulação de bens e serviços, fomentando a ampliação das hortas comunitárias. Foi dado o início junto à comunidade dos Arturos, que possui valores simbólico e cultural muito importantes para a cidade. Nesse local há o resgate de uma cultura tradicional da própria comunidade e, ainda, trata-se de uma colheita do próprio trabalho da Prefeitura, por meio do programa municipal de agricultura urbana e familiar, que incentiva e apoia essa unidade produtiva desde 2021”, disse a subsecretária municipal de Segurança Alimentar, Nutricional e Agroecologia, Cida Miranda.
Ela ressaltou, também, que o projeto vai ampliar a busca de outros agricultores de Contagem interessados em participar. “Enquanto avançamos na articulação dentro do município, vamos adquirindo produtos também de outros locais da região metropolitana. Entre as conquistas para viabilizar essa compra, está a emissão do Cadastro da Agricultura Familiar (CAF), do qual os Arturos já são beneficiários com o CAF Quilombola”, explicou a subsecretária de Segurança Alimentar, Nutricional e Agroecologia, Cida Miranda.
Cida ainda ressaltou que “é uma alegria muito grande, tanto em receber os produtos de uma comunidade de tradição, com alta qualidade e que é produto do trabalho do Centro Municipal de Agricultura Urbana e Familiar (Cmauf) e da Emater, quanto para contribuir para a sustentabilidade da própria comunidade quilombola dos Arturos”.
Conforme explica a subsecretária, os alimentos produzidos servem para atender, de forma digna, muitas famílias em vulnerabilidade e de baixa renda, atendidas pelas cozinhas comunitárias, a população em situação de rua, além de todos os usuários dos restaurantes populares. “Atualmente, são mais de 4.300 refeições servidas ao dia, de segunda a sexta-feira”, concluiu.
Períodos próprios para colheita
A diretora de Agricultura Urbana da SMDS, Ariele Martins, destacou “que no período chuvoso, a produção de várias espécies de hortaliças é prejudica. Porém neste período são cultivadas outras culturas como milho e feijão”.
“Essa questão, de imediato, não é um problema. Hoje, a área de produção aumentou bastante, cerca de 11.000 metros quadrados, que dá uma possibilidade grande de outros produtos serem fornecidos. Antes, porém, vamos alinhar todas as questões, tirar todas as dúvidas e ver as reais possibilidade de contarmos não somente com produtos deste local, como de outros, levando qualidade aos cardápios dos restaurantes populares e contribuindo, ainda mais, com a segurança alimentar, a geração de renda, a criação de empregos e serviços. Levando isso a um baixo custo aos usuários dos nossos equipamentos”, finalizou Marius Carvalho.