De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o município enfrentou a maior epidemia de arboviroses (dengue, chikungunya e zika) de sua história no ano passado. A incidência anual de dengue mais que dobrou em relação a 2019, anteriormente o maior surto, com o número de mortes quase cinco vezes maior. Em 2024, foram registrados 70.847 casos confirmados, com incidência de 10.899 casos por 100 mil habitantes. Foram confirmados 55 óbitos, e três estão sob investigação.
Conforme explicou a subsecretária de Assistência em Saúde, Rejane Balmant Letro, o município já trabalha conforme o Plano de Ação para Redução da Dengue e outras Arboviroses até 2027. “Como o ciclo sazonal da doença se iniciou com a chegada das chuvas em novembro e se estende até o mês de maio, estão sendo executadas as medidas estratégicas de curto, médio e longo prazo, que vão desde a prevenção até ações assistenciais em todos os níveis de atenção”.
A epidemia de dengue dos últimos anos afetou muitas famílias de Contagem. Algumas enfrentaram o adoecimento de várias pessoas ao mesmo tempo e, até mesmo, a perda de familiares para a doença. É o caso da advogada, moradora do bairro Fonte Grande, na região Sede, Lays Martins. Apesar de manter todos os cuidados para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti em sua residência e fazer uso de repelentes, toda a família já teve dengue e, na última vez, devido ao agravamento da doença, sua mãe, Ieda Martins, veio a óbito.
Alerta e conscientização
Lays compartilhou a história de sua família como forma de sensibilizar e conscientizar as pessoas para redobrar os cuidados, principalmente, neste período de calor e chuvas intensas. “Em 2019, minha mãe foi diagnosticada com dengue. Ela procurou atendimento médico diversas vezes na rede privada, mas não recebeu o cuidado adequado. Além disso, como ela já tinha uma doença autoimune (Síndrome de Sjögren), isso provavelmente contribuiu para o agravamento da situação, conforme informado pelos médicos na época, o que resultou em uma internação grave por 13 dias”, contou.
Segundo ela, em 2023, a mãe foi diagnosticada com dengue pela segunda vez, em 2023, que Ieda foi diagnosticada com dengue, procurou o médico logo no início dos sintomas, com febre e dores no corpo.
“Ela foi monitorada por médicos, realizando exames e retornando para casa diariamente. No dia 14 de abril, retornamos ao hospital, pela manhã, para dar continuidade ao monitoramento. Durante o atendimento, o médico informou que as plaquetas haviam caído e orientou o retorno no dia seguinte pela manhã. No entanto, à noite, minha mãe começou a se sentir mal novamente, e retornamos ao hospital. Ao ser atendida, o médico constatou que seu estado já era grave, e ela foi internada no CTI. Aproximadamente às 4h, do dia 15 de abril, ela sofreu três paradas cardíacas e foi a óbito.”
Após passar por essa perda, a família continua atenta com a limpeza em seu quintal e os demais cuidados, mas, conforme relatou a advogada, na região em que mora “nem todos fazem o mesmo e há sempre muita incidência de pessoas diagnosticadas com a dengue”.
Prevenção
Para combater um novo aumento de casos de arboviroses neste ano, já é preciso que todos contribuam no combate ao mosquito. Confira as principais medidas de prevenção:
Denúncias
Para denúncias de focos de dengue, o morador pode entrar em contato com o setor de Zoonoses do seu distrito sanitário, confira: