Para garantir a alimentação de qualidade todos os dias a centenas de famílias em situação de vulnerabilidade social de Contagem, a Prefeitura criou o Programa “Cozinhas Comunitárias”, que este ano passou a servir 800 refeições por dia. Um aumento de 300 refeições em relação ao ano passado, que servia 500 refeições diárias.
Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Social, Trabalho e Segurança Alimentar, a previsão é que, ainda em 2022, este número de refeições seja ampliado novamente.
No município, a Prefeitura mantém duas cozinhas comunitárias, além dos restaurantes populares. As cozinhas ficam nas regiões do Nacional e de Nova Contagem e as refeições são 100% custeadas pela Prefeitura. As famílias cadastradas retiram todos os dias as marmitas nos pontos de distribuição.
Para ter acesso ao programa é necessário procurar o Centro de Referência e Assistência Social - Cras e realizar o pré-cadastro.
O cadastro só é efetivado se tiver vagas disponíveis e atender aos seguintes critérios:
*estar em situação de desnutrição e/ou desemprego;
*possuir doença crônica ou deficiência;
*ser gestante ou nutriz, dentre outros.
Combate à fome
O problema da fome é uma realidade social em todo país, inclusive em Contagem, mas tem solução por meio de investimentos em políticas públicas de segurança alimentar. Segundo o II Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil - II Vigisan, mais de 33 milhões de pessoas estão em situação de fome no Brasil.
Para minimizar este problema em Contagem, desde 2007 a Prefeitura criou o Programa “Cozinhas Comunitárias”, que garante o acesso de famílias em situação de vulnerabilidade social a refeições balanceadas, com o cardápio feito por nutricionistas.
A diretora de Promoção Alimentar, Eulália Gomes, explica que para garantir a segurança alimentar é preciso investimento. “Temos que criar cada vez mais políticas públicas que garantam uma alimentação digna às pessoas que estão em situação de maior vulnerabilidade social”.
Para a dona de casa Elvani Alves, mãe de quatro filhos e grávida de cinco meses, o “Cozinhas Comunitárias” faz a diferença na vida da família. “O programa é muito bom mesmo. Os meninos adoram a salada e tudo que vem no marmitex. As refeições são bem feitas, temperadas e os funcionários da cozinha nos atendem com um carinho muito grande. Só tenho a agradecer pela alimentação digna e saudável para os meus filhos”.
Assim como Elvani, muitos cidadãos da cidade também têm passado por dificuldades para ter alimentação em casa. Segundo ela, a família está vivendo apenas com o auxílio emergencial. “Meu esposo recebe um salário-mínimo, pois sofreu um acidente de trabalho e está afastado. Mesmo assim, o que recebemos não é o suficiente para a alimentação, pois pagamos aluguel”, explicou.
Superação
A chefe de Cozinha do Restaurante Popular de Nova Contagem, Rosilene Gomes, conta que a Segurança Alimentar possibilita que beneficiários e beneficiárias tenham a oportunidade de sair da condição de vulnerabilidade social. “Depois de ter passado por dificuldades, ficar desempregada por um tempo e ser uma beneficiária do “Cozinhas Comunitárias”, tudo mudou em minha vida”.
Rosilene Gomes lembra que ficou desempregada na pandemia e sem renda. Por meio do atendimento e do acompanhamento feito pela “Segurança Alimentar”, conseguiu voltar ao mercado de trabalho. Ela enviou um currículo e conseguiu passar na entrevista para trabalhar no Restaurante Popular do Eldorado como auxiliar de cozinha. Após algum tempo, ganhou mais uma oportunidade. Passou a ser chefe de Cozinha do Restaurante Popular de Nova Contagem. “Amo cada dia mais o que faço e adoro trabalhar aqui. Moro na região e isso facilita muito”, disse.
A chefe de Cozinha também passou por um processo de qualificação liderado pela equipe de nutrição dos restaurantes populares e vem alcançando cada vez mais destaque no seu trabalho.
“Minha maior satisfação é saber que, agora, faço as refeições que ajudam as pessoas que necessitam, como eu já necessitei um dia. Agradeço a oportunidade que tive e quero melhorar mais e mais”, relata Rosilene.