Para prevenir os transtornos causados pelas chuvas, a Prefeitura de Contagem vem realizando várias ações, inclusive junto à população. Uma comissão da Prefeitura, acompanhada por moradores e lideranças comunitárias, percorreu na manhã deste sábado (18/9) todo o trajeto de 1,4 km dos córregos do Vale do Tapera, no bairro Novo Boa Vista, na região da Ressaca.
Além de receber esgoto e lixo, o curso d’água inunda no período chuvoso, causando transtornos à população. O local voltou a receber o desassoreamento da Prefeitura, mas necessita de mais ações, sendo atualmente foco de planejamento municipal para a construção de uma bacia hidrográfica, acompanhada de pista de caminhada, ciclovia e áreas de convivência.
O objetivo da visita, de acordo com a Prefeitura, foi conversar com a comunidade, conhecer de perto a necessidade de intervenção no local, para poder montar estratégias de solução dos problemas na região. De acordo com a chefe do Executivo, a prefeita Marília Campos, a solução dos desafios nos córregos Tapera, Honduras, México e Bambu passa pela integração entre as prefeituras de Contagem, BH, e a Companhia de Saneamento de Minas Gerais - Copasa, já que o esgotamento lançado no Vale do Tapera segue pelo córrego Sarandi e deságua na lagoa da Pampulha.
“Enquanto nossos córregos estiverem sujos, a lagoa da Pampulha, que é nosso cartão-postal de Minas, não será limpa. Já procurei o Kalil para pedir a união. Unir BH e Contagem e exigir da Copasa, que é a concessionária que deve cuidar da rede de esgoto, de colocar interceptores de esgoto, de fazer estação de tratamento, ela tem que resolver esses problemas aqui em Contagem e em BH”, afirmou Marília Campos.
Presente na caminhada pelo Tapera, o secretário de Obras e Serviços Urbanos, Marcos Túlio de Melo, explicou que Contagem está elaborando um plano para que seja executada uma bacia hidrográfica no local. A obra em questão vai contemplar o sistema de esgoto sanitário da bacia dos córregos das ruas México, Honduras e Jorge Pedro Norman, além da proteção das margens do córrego Tapera.
“Nós fomos ouvir as sugestões e ver os problemas. Nós temos um desafio grande, porque é uma área que ainda está relativamente preservada, apesar de altamente poluída por esgoto, mas que tem vários projetos da iniciativa privada para investimentos, principalmente imobiliários. Temos que conciliar um projeto que avalie os licenciamentos urbanísticos para a construção, avaliar os impactos principalmente ambientais, para poder buscar o melhor projeto”, explicou.
O chefe da pasta também explicou que, no encontro deste sábado, ficou reforçada a articulação com a comunidade para intermediação da solução dos problemas. Segundo ele, o caso será novamente tratado na próxima reunião semanal com a Copasa, para que ela possa fazer o plano de investimentos para a contenção do lançamento direto de esgoto.
O gestor explicou ainda que a Prefeitura de Contagem fará a exposição à Copasa de algumas ideias de intervenção, incluindo o projeto que está sendo elaborado pela Prefeitura de Contagem, e que inclui a previsão de uma construção de uma pista de caminhada, de uma ciclovia, além de três áreas de convivência na região. A previsão é que o custo fique em torno de R$ 6,5 milhões. Os recursos já estão garantidos e o agente financiador é o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais - BDMG. A razão da demora da entrega da obra é a adequação no projeto para a melhor solução de engenharia.
Transtornos
Morador da região desde pequeno, o professor e fundador da ONG “Nunca Desistir”, Eliandro Pires Guimarães, conversou com a prefeita Marília Campos sobre a necessidade de intervenções no local. Segundo ele, a passagem não suporta mais a quantidade de água e, por isso, as chuvas fortes causam diversos transtornos à população.
“Precisamos de um trabalho de infraestrutura, que essa vazão de água aconteça, que a gente consiga colocar mais proteção, mais alarme. Quando aconteceu a última vez, isso aqui tudo encheu de água. Isso aqui virou uma bacia de água. A gente amarrou cabos de força lá em cima para buscar o pessoal. As casas tinham marcas aqui do tanto que a água subiu”, contou Eliandro, que também faz parte do Conselho da Regional Nacional.
Desassoreamento
O córrego da rua México recebeu, no início deste mês, uma ação de desassoreamento. A atenção ao curso d’água era uma demanda antiga da população. Ele necessitava de limpeza e tratamento porque recebe o esgoto, que fica a céu aberto, gerando mau cheiro e atraindo animais peçonhentos, colocando em risco a saúde da comunidade.
O trabalho de desassoreamento foi concluído e voltou a ser feito duas vezes por ano. A ação faz parte do Projeto “Caminho das Águas”, da Prefeitura de Contagem, por meio da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Urbanos - Semobs, em parceria com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento - Semad.
A intervenção foi retomada em junho deste ano pela Prefeitura, que tem como meta desassorear todos os córregos da cidade até o fim deste ano. A importância desta ação é combater os problemas consequentes da poluição dos córregos, como alagamentos e proliferação de vetores de doenças, que ocorrem especialmente durante o período chuvoso.
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