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O lançamento oficial da operação de conscientização contra linha cortante ocorreu, nesta segunda-feira (14/6), na Praça do Sol, região da Ressaca. Com o apoio de parceiros, a Guarda Civil de Contagem distribuiu antenas de proteção a motociclistas e material educativo, por meio de uma blitz.

A Operação “Todos contra o Cerol” tem caráter educativo e prevê a realização de blitzes e a abordagem a jovens e adultos que empinam pipas em dez pontos da cidade até o dia 25/6. Segundo a secretária de Defesa Social de Contagem, Paola Soares, o objetivo  é conscientizar sobre os riscos e perigos trazidos pelo uso proibido da linha chilena e do cerol. “Nós precisamos salvas vidas. A ideia é conscientizar o motociclista a instalar a antena, bem como as pessoas que soltam pipas a não utilizarem materiais ilegais”.

Para ela, o uso de cerol e da linha chilena é crime e pode matar. “Precisamos promover ações preventivas que alertem as pessoas, especialmente os jovens: a diversão é permitida, mas não deve prejudicar ou colocar a vida do outro em risco”, salientou.

Segundo dados fornecidos pela Fundação Brazilian Kite Club, dez pessoas morrem por ano no Brasil vítimas de ferimentos provocados pela linha revestida com vidro moído (cerol). Segundo ABRAM (Associação Brasileira de Motociclistas), no Brasil são mais de 100 acidentes por ano, sendo que 50% causam ferimentos graves e 25% fatais. Um corte na veia jugular pode causar a morte em poucos minutos, alerta a associação.

Além dos acidentes, as linhas cortantes podem causar dano à rede elétrica, ocasionando cortes de luz e rompimento de cabos, além da mutilação de pássaros. De acordo com a subcomandante da Guarda Civil, Anita de Carvalho, neste período cresce o número de acidentes relacionados ao uso de linhas cortantes. “Em menos de dez dias, tivemos três aves feridas por linhas e dois acidentes com motociclistas. Precisamos evitar; o uso ilegal e inconsequente pode transformar uma inocente diversão em uma verdadeira tragédia”, ponderou.

Para o chefe de Grupamento de Policiamento Ambiental, Paulo Loureiro, “o combate feito pela Guarda Civil ao uso desses materiais é importante, tanto para os seres humanos quanto para os animais. Esses cortantes ferem e matam animais silvestres, em especial aves”, destacou.

Para a motociclista Júlia Graciele, que passou pela blitz durante essa segunda-feira, a iniciativa é de extrema importância. “Traz uma segurança a mais para os motociclistas, que estão vulneráveis no dia a dia e necessitam de antenas cortantes para melhor proteção da vida. Já ganhei e vou instalá-la”, celebrou a motociclista.

A Operação “Todos contra o Cerol” também buscará inibir aglomerações, uma vez que as pessoas costumam se reunir em grupos para soltar pipa, desrespeitando as orientações de isolamento social, que é uma das formas de se combater o coronavírus. Representantes da Polícia Civil também participaram da operação.

Legislação

Não existe legislação nacional que regulamenta ou criminaliza o uso do cerol ou linha chilena. O que existe são leis ou decretos municipais em alguns municípios que proíbem o uso do cerol ou linha chilena.

Em Contagem, desde 2003, há uma lei municipal (Lei 3.758) que proíbe a industrialização, comercialização, armazenamento, transporte, distribuição, manipulação e uso de cerol ou de qualquer material cortante, utilizado para empinar papagaios, pipas, pandorgas ou semelhantes. No ano de 2013, essa lei foi atualizada, acrescentando-se a proibição à linha chilena.

De acordo com a legislação, o infrator fica sujeito à apreensão do objeto, encaminhamento à autoridade policial e à multa no valor de R$ 500,00. O responsável legal responderá pelo menor infrator e, em caso de reincidência, a multa será equivalente ao dobro daquela aplicada anteriormente. Há também a Legislação estadual  23515/2019, que estabelece a apreensão da linha cortante e multa no valor de R$ 1.000,00.

Cronograma dos locais da operação de conscientização contra linha cortante:

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