Marco Antônio Dias de Oliveira tem 33 anos e está desempregado. Morador de Nova Contagem, ele aproveitou a manhã de sábado (16) para aprender mais sobre internet e computadores. “Estou aqui desde quarta-feira porque quero melhorar minhas oportunidades de conseguir emprego”, diz Marco Antônio. Antônio Wilson, 60 anos, também morador de Nova Contagem, a exemplo de Marco Antônio, era um dos dez alunos que aproveitaram o ensejo ou para conhecer ou saber mais sobre interface com o computador, softwares, sistemas operacionais e aplicativos, alguns dos conteúdos apresentados na oficina de Informática Básica ofertada pelo projeto Caravana da Juventude Negra. “É a primeira vez em que pego em um computador. Tá meio difícil, mas a gente está dando um jeito”, revela Antônio Wilson.
A Caravana da Juventude Negra aportou em Nova Contagem na quarta-feira (12). De quarta a sábado (15), em torno de 250 pessoas da região, de várias idades, passaram por oficinas de capacitação em informática básica, elaboração de projetos culturais e captação de recursos, fotografia e filmagem e produção e edição de vídeos, entre outras atividades, como gravação no estúdio musical, oficina de DJ e participação em roda de conversa sobre relações étnico-raciais. No domingo (16), houve entrega de certificados de participação.
A Caravana da Juventude Negra é um projeto realizado pelo Instituto Educacional para Conscientização e Realização de Políticas Públicas (ICPP), com apoio da Fundação Cultural Palmares e do Ministério da Cidadania. A Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Juventude (Secej), por meio da Diretoria de Políticas Públicas para a Juventude, foi parceria da iniciativa no período em que a caravana esteve na cidade.
O objetivo da iniciativa é ofertar atividades culturais, comunicacionais e artísticas para jovens periféricos que vivem em locais com pouca ou nenhuma oferta dessas atividades, explica Pablo Derça, da assessoria de comunicação do projeto. “Também fomentamos as discussões sobre as problemáticas que envolvem o ser negro no Brasil. Além de se proporem a apresentar novos universos aos participantes, as oficinas são também um fomento à capacidade empreendedora das pessoas. Na primeira edição da iniciativa, em 2018, a caravana percorreu sete cidades do norte de Minas Gerais. Nesta, que é a segunda edição, Contagem é uma das duas cidades já contempladas”, diz o assessor.
Música
No estúdio de gravação, montado ao lado da sala de informática, enquanto algumas pessoas aprendiam mais sobre o mundo dos computadores, Nilo Abranches gravava uma música do Legião Urbana: ele cantou e tocou violão com muita destreza. Alexandre Rodrigo Félix Júnior, o “Coquinho”, foi o produtor da gravação. “Aqui no estúdio temos isolamento acústico, um computador com as bases, sobre as quais é possível cantar, mandar um rap, uma poesia, e a possibilidade de plugar instrumento, como no caso do Nilo”, detalha o produtor.