Na terça-feira (5), a Galeria da Casa Amarela, no Centro Cultural de Contagem (CCC), foi palco da abertura de uma exposição que envolveu dinâmicas com crianças e adolescentes atendidos pelo Centro de Atendimento e Inclusão Social (Cais), instituição parceira da Prefeitura de Contagem. Mais de 100 pessoas prestigiaram a abertura da exposição.
Durante os meses de agosto e setembro, 26 artistas do Coletivo Libertas, um grupo composto por mais de 150 artistas da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), ministraram oficinas de pintura, colagem, expressão musical e outras técnicas artísticas a pessoas atendidas no Cais. A partir dessa experiência, 26 obras foram concebidas por esses artistas. Esses trabalhos estarão em exposição entre os dias 5 e 15 de novembro, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na Galeria da Casa Amarela. O objetivo principal é arrecadar fundos para a instituição, cuja metade das receitas advém de doações.
A exposição é fruto de uma ação em parceria com artistas do Coletivo Libertas e frequentadores do Cais. A ideia foi a de apresentar as obras dos artistas concebidas com base no contato dos artistas com integrantes do Cais, por meio das oficinas ministradas a essas pessoas atendidas pela instituição.
O projeto foi criado por Ricardo Lemos, professor de artes no Cais, idealizador do projeto e integrante do Coletivo Libertas, e por Cristina Abranches, superintendente do Cais. Ricardo Lemos salientou que percebeu a capacidade das pessoas atendidas pelo Cais desde o primeiro dia em que pisou na instituição. “Saio mais enriquecido dessa proposta, por meio da qual todos tiveram a ganhar: artistas participantes, pessoas atendidas pela instituição, o próprio Cais e, é claro, a cidade de Contagem. Arte é resistência”, frisou o professor e artista.
O servidor na Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Juventude (Secej) Fernando Perdigão foi um dos artistas participantes da iniciativa. Perdigão ressaltou que os trabalhos expostos na exposição “Cais, um ponto de partida” possuem um pouco de cada um dos assistidos pelos Cais e participantes das oficinas ofertadas pelo Coletivo Libertas. “Todos os trabalhos, se não têm a mão direta dos meninos, têm o espírito que guia a instituição”, afirmou.
Todas as obras em exposição foram doadas pelos artistas e estão à venda, com preços que variam entre R$ 1 mil e R$ 4 mil. Para os Amigos dos Cais, pessoas que apadrinharam algum usuário atendido, os preços saem mais em conta e variam entre R$ 450 a R$ 1,8 mil. O valor total das vendas será revertido para o Cais. A exposição integrou a programação da III Bienal do Livro de Contagem.
Livro aborda inclusão de pessoas com deficiência intelectual
Na ocasião, também foi lançado o livro “Debilidade na inclusão: uma história de reis, príncipes, monstros, castelos, cachorros, leões, meninos e meninas”, de Cristina Abranches Mota Batista, superintendente do Cais. O livro é fruto da tese de doutorado de Cristina e de sua experiência de cerca de 20 anos trabalhando com pessoas com alguma deficiência, principalmente a intelectual.
A obra trata de questões contemporâneas sobre o atendimento e sobre a inclusão de pessoas com o diagnóstico, contemplando um estudo meticuloso sobre essa deficiência e sua correlação com o conceito de debilidade na psicanálise.
A primeira-dama de Contagem, Luciana de Freitas, uma das coordenadoras do projeto Transformar Contagem, aplicativo que conecta quem quer ajudar a quem precisa ser ajudado e que está disponível para ser baixado tanto no sistema IOS (Apple Store) quanto no sistema Android (Google Play), também compareceu ao evento. Ela destacou que o prefeito Alex de Freitas se comprometeu a contribuir com o Cais desde a campanha eleitoral. “Quando o Alex soube da situação do Cais, que não estava mais contando com os recursos do convênio com a educação, trabalhou intensamente para que eles fossem restabelecidos. A prefeitura tem feito tudo o que pode para ajudar o cais”, garantiu Luciana de Freitas
Conheça o Cais
O Cais é uma instituição sem fins econômicos, que atua em Contagem há 47 anos, prestando atendimento clínico, educacional e social gratuito a crianças, jovens e adultos com deficiência, sempre em um dos contraturnos do dia. O Cais atende a aproximadamente 520 pessoas e tem a Prefeitura de Contagem como parceira.
As secretarias municipais de Saúde, Educação e de Direitos Humanos e Cidadania realizam diversos encaminhamentos ao Cais por meio de convênios com essas secretarias. Na atual administração, o convênio com a Seduc foi retomado. “Conseguimos recuperar os recursos da educação nesta gestão”, afirma a superintendente do Cais, Cristina Abranches Mota Batista.
De acordo com ela, praticamente metade das receitas financeiras da instituição advém de convênios com o Executivo municipal. “Os recursos recebidos a partir de convênios com a prefeitura representam 45% do total da receita da instituição”, afirma a superintendente.
Mas as doações são fundamentais para que o Cais siga com a missão de contribuir para a inclusão e o convívio com a diversidade, a partir do atendimento especializado, promovendo um novo olhar sobre a deficiência. Pessoas e empresas em geral podem ajudar na manutenção dos serviços prestados pela instituição, fazendo doações, entrando em contato pelos fones 3393-1988 ou 3395-0700.
Serviço
Exposição “Cais, um ponto de partida”
Data: 5 a 15 de novembro.
Horário de visitação: de segunda a sexta-feira, das 8 às 17h.
Local: Galeria da Casa Amarela / Centro Cultural de Contagem.
Endereço: rua Doutor Cassiano, 120, Centro.
Contatos do Cais: 3393-1988 / cais@cais.org.br
Livro “Debilidade na inclusão: uma história de reis, príncipes, monstros, castelos, cachorros, leões, meninos e meninas”
Valor: R$ 65.
O livro pode ser adquirido no Cais, localizado à rua AJ, 171, Conjunto Água Branca, Contagem (sede da instituição)
