Contagem completa 114 anos e, para marcar a data, um grupo de ilustradores se reuniram em um projeto especial: retratar alguns dos espaços públicos, patrimônios históricos e símbolos culturais que fazem parte da identidade contagense através do desenho. A ideia nasceu de um convite feito durante o Contagem Geek, evento que vem se consolidando como ponto de encontro da cena cultural do município, sendo aceita e abraçada pelos artistas como forma de homenagear a cidade.
Cada ilustração representa um pouquinho da história do município e cada artista escolheu o espaço que mais conversa com a sua relação pessoal com a cidade. Ao reunir estilos, olhares e referências diferentes, o projeto mostra que a história da cidade não é contada apenas pelos seus prédios e empresas, mas também pelos sentimentos e memórias que eles despertam. Nesse caso, a arte se torna ponte entre passado e presente, tradição e inovação, mostrando que a identidade contagense é feita de muitos traços.
Cada ilustrador escolheu livremente o que iria representar, e o resultado foi uma coleção que une afeto, criatividade e valorização do patrimônio cultural de Contagem.
Kaio Felipe, que usa o nome artístico Tekaio, retratou a Casa Nair Mendes Moreira, enquanto Cecília, que usa o nome artístico ilustracici, escolheu à Casa de Cacos.
Mari Delamora, de nome artístico Delamorarte, fez as Torres Itaú, já Lorena Miyuki desenhou o Casarão do Parque Gentil Diniz.
Lucas Saraiva representou a Igreja Matriz de São Gonçalo e o Espaço Popular Sede, enquanto Marina Weber escolheu a Estação Bernardo Monteiro.
Lucas Saraiva, estudante de Artes Visuais e morador da cidade desde que nasceu, afirma que essa foi uma oportunidade de unir a importância pessoal e a expressão artística. “Eu sempre morei em Contagem e sou apaixonado pela cidade. Quando surgiu o convite, não tive dúvidas em participar. Escolhi ilustrar a Igreja Matriz de São Gonçalo, pela força histórica e simbólica que ela tem, e aproveitei também para criar uma releitura do Contagito, esse personagem que faz parte da identidade da cidade. Foi uma forma de misturar tradição e contemporaneidade em uma mesma obra”, conta o artista.
Ele destacou também que o mais especial no projeto foi a liberdade que cada participante teve para escolher os pontos que mais dialogavam com sua vivência. “Cada um ficou responsável por um espaço que tinha mais afinidade, seja pela história, pela estética ou pela relação afetiva. Foi uma forma de colocar em cada desenho um pouco da paixão e do carinho que a gente tem por Contagem”, explica.
Já Mari Delamora buscou inspiração em suas próprias memórias afetivas para escolher as Torres Itaú. “Eu escolhi as torres porque é um lugar que eu sempre vou com minha avó, que mora em Contagem. Eu não sou de lá, mas sempre achei as torres bem legais. Resolvi representá-las de uma forma mais descontraída, quase transformando em um cenário de anime, bem dreaming, que é o que eu mais gosto também. Acho que conversa com o público que eu quero atrair com a minha arte”, explica.
