O Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) de Contagem é uma referência nacional na desospitalização de pacientes que apresentam condições de seguir com tratamento no próprio domicílio. No ano passado, o trabalho promovido pelo SAD Contagem foi premiado durante o XXXIII Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, que selecionou 36 finalistas entre mais de 500 experiências na área da saúde participantes.
Agora, o trabalho do SAD Contagem prepare-se para dar mais um possível grande passo em nível nacional: graças à expertise e ao pioneirismo do SAD Contagem, o município é candidato forte a se tornar um dos oito polos capacitadores relacionados à Atenção Domiciliar no Brasil.
O anúncio foi feito na segunda-feira (18) pela coordenadora-geral da Atenção Domiciliar do Ministério da Saúde (MS), Mariana Borges Dias, durante reunião com representantes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Contagem, da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e das equipes de cuidado ortopédico e pediátrico do município. Na oportunidade, a representante do MS pôde conhecer mais sobre as boas práticas e as especificidades do SAD Contagem.
De acordo com Mariana Borges, a expectativa é de que, a partir da definição das oito cidades-polo para multiplicar e capacitar profissionais em todo o Brasil, o intercâmbio técnico comece já no ano de 2019 e se estenda durante o próximo triênio.
“Contagem tem se diferenciado no cenário nacional. Temos 1.060 equipes de estratégia de Atenção Domiciliar (AD) no país. E entre essas equipes há duas, aqui em Contagem, que se diferenciam das demais do Brasil, porque buscam atender a demandas específicas do município: o cuidado domiciliar ortopédico e o cuidado domiciliar pediátrico. O Ministério da Saúde quer incentivar esse tipo de olhar diferenciado, com foco nas demandas próprias dos municípios. A maioria das equipes de AD está relacionada à clínica geral e queremos incentivar a criação de equipes de cuidados específicos. A intenção é de escolher oito experiências em Atenção Domiciliar que se tornem polos multiplicadores para o país, para que possam promover capacitações e compartilhem conhecimento com equipes de todo o Brasil”, explica a coordenadora-geral.
Mariana Borges Dias enfatiza ainda a importância da abertura da gestão para o trabalho que o SAD vem realizando e elogia a estrutura do Complexo Hospitalar, onde funciona o Centro Materno Infantil (CMI), equipamento de saúde onde é feita a maior parte das captações dos pacientes do SAD pediátrico. “Contagem atende aos fatores necessários para se tornar um polo focal brasileiro e tem todo o potencial para isso”, atesta a coordenadora-geral.
Para Erivelton Cordeiro Carvalho, referência técnica do SAD Contagem, a possibilidade de o município tornar-se um exemplo para o Brasil fortalece as iniciativas e práticas já em curso e instiga a busca por melhorias constantes. “Trata-se de um reconhecimento pelo trabalho que vem sendo feito desde o ano de 2014, com o SAD ortopédico, e mais recentemente, em 2016, com o SAD pediátrico. Já sabíamos que existiam poucas iniciativas similares Brasil afora, mas não tínhamos a dimensão do quão diferenciado são os cuidados em desospitalização ortopédica e pediátrica. Continuaremos trabalhando para fortalecer o SAD Contagem e, também, as iniciativas de fortalecimento do SAD em nível regional”, assevera Erivelton.
Você já conhece o SAD Contagem?
O Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) de Contagem beneficia pacientes com condições clínicas de se submeter a tratamento relacionado a clínica médica, pediatria e ortopedia no próprio domicílio. Esses pacientes são encaminhados pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS), pelas Unidades de Pronto Atendimento (UPA), pelo Hospital Municipal (HMC) José Lucas Filho, pelo Centro Materno Infantil (CMI) Juventina Paula de Jesus ou por hospitais da Região Metropolitana de BH. A captação de pacientes também é feita pelas equipes do SAD.
Com isso, é possível evitar a permanência desnecessária em hospitais e UPAs, o que ajuda a diminuir riscos de infecções, a liberar leitos de urgência e emergência e a melhorar a gestão dos equipamentos de saúde.
As equipes do SAD fazem visitas diárias aos pacientes que se encontram em atendimento pelo programa, para fazer a medição de sinais vitais e verificar o estado geral dessas pessoas. Os dados colhidos servem para acompanhar a evolução dos pacientes e, no caso daqueles que aguardam por cirurgia, para alimentar a central de leitos, que aciona o SAD à medida que vão surgindo vagas, de acordo com as prioridades. O Samu oferece retaguarda ao SAD 24 horas ao dia, em casos de emergências.
A avaliação de quem atende aos critérios de elegibilidade do programa é feita pela equipe do SAD do município e se baseia na Portaria nº 825, de 25 de abril de 2016, que redefine a Atenção Domiciliar no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e atualiza as equipes habilitadas.
O programa conta com seis equipes multidisciplinares, compostas por médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, nutricionistas, assistentes sociais e motorista – ao todo, aproximadamente 50 pessoas.
Essas equipes estão presentes em quatro Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e no Complexo Hospitalar (uma no Hospital Municipal José Lucas Filho e outra na Maternidade Juventina Paula de Jesus).
O SAD tem capacidade para atender a até 40 crianças na pediatria, 40 pessoas na ortopedia e 240 na clínica médica, totalizando até 320 pacientes que podem ser atendido no âmbito do programa.
De acordo com o diretor do Departamento de Atenção Domiciliar da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Joanilson Santos Guimarães, a média do tempo de espera por uma cirurgia ortopédica de pacientes atendidos pelo SAD, que até junho de 2017 era de 30 a 45 dias, atualmente é de cerca de sete dias. “Essa diminuição expressiva do tempo médio de espera ocorreu em função das ações de gestão da atual administração da cidade, tais como o aumento da quantidade de leitos disponíveis em todo Complexo Hospitalar ao longo do ano (dos 199 encontrados no início de 2017 para os 360 atuais), a abertura de agendas extras para exames e consultas médicas, a realização de mutirões em ortopedia, a reestruturação de escalas, a contratação de mais profissionais de saúde e as melhorias recebidas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA)”, assevera Joanilson.