Criado em 2013, o Maria Baderna foi fundado por contagenses e tem esse nome por ser um apelido dado às pessoas que faziam parte de reivindicações. Pela ênfase nas manifestações, que buscavam melhor investimento na Cultura, foram chamados de baderneiros por algumas pessoas.
Baderna, na língua portuguesa, é um substantivo feminino com função pejorativa, que quer dizer “situação em que reina a desordem; confusão, bagunça” e sempre foi justificativa utilizada para todo tipo de repressão causada por grupos contra outros. E é uma palavra exclusivamente brasileira.
No entanto, na história, na segunda metade do século XIX, no Rio de Janeiro, em que Baderna era simplesmente o nome de uma bailarina, que marcou seu nome pela resistência, mobilização e comoção pelos seus atos. Marietta Baderna nasceu na cidade de Castel San Giovanni, província de Piacenza, no norte da Itália, em 1828. Pelo que é relatado, achado, inclusive, nas pesquisas na internet, a rebeldia veio de berço. Antônio, seu pai, era um entusiasta do movimento democrático que corria a conturbada Europa dos meados do Século XIX. À época da resistência, no entanto, os rebeldes revolucionários mantinham como forma de protesto a decisão de que não houvesse vida artística no país enquanto durasse a ocupação – e, militante que era, Marietta seguiu tal orientação.
Essa figura inspirou o bloco Maria Baderna, que no próximo dia 11 fará um encontro com outros blocos, no Pré-Carnaval de Contagem. Com ensaios nas quadras da Escola Municipal Eli Horta Costa, o bloco conta com cerca de 60 integrantes, que entre ganzás, xequerês, tamborins, agogôs, caixas, surdos, repiques, guitarra e vocal embalam ritmos pela cidade há cerca de 10 anos, com exceção da época da pandemia. Entre outros ofícios, o bloco também faz trabalhos promovendo oficinas de percussão, composição musical, adereços e alegorias, como foi feito em 2023.
Sobre o Pré-Carnaval, Camila Polatscheck espera não apenas uma reunião de ritmos, mas muita diversão. “Esperamos que seja inspirador e que isso seja o estopim para que Contagem promova um Carnaval anual, com muita música, fortalecendo o que é, talvez, a maior festa popular do nosso país”, disse.
Além do dia 11, o bloco Maria Baderna vai para a rua no dia 18 de fevereiro, tanto na praça Pinheiro Chagas e na Feira do Eldorado, entre 10h e 13h.